Internet das Coisas exige estabelecimento de padrão

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10:59 am - 24 de novembro de 2014
Internet das Coisas exige estabelecimento de padrão
Há quinze anos, teve início uma das primeiras grandes iniciativas de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). Na época, o Auto-ID Center foi formado no MIT, consórcio global de pesquisadores e profissionais mais tarde batizado de Auto-ID Labs criado com o objetivo de pesquisar e ajudar a implementar dispositivos com identificação por radiofrequência (RFID). 

Em artigo na revista Harvard Business Review, os acadêmicos Thomas H. Davenport e Sanjay E. Sarma lembram que embora nem todos os dispositivos RFID estejam conectados à web, o RFID marca o começo da era de sensores monitorando dispositivos físicos.

Sarma contribuiu para a criação de um padrão para dados de dispositivos RFID, chamado EPCGlobal. Foram 15 anos para desenvolver e implementar a norma. Os acadêmicos agora preocupam-se com uma norma para IoT. Com base na experiência colhida com o RFID, Davenport e Sarma listam fatores bem-sucedidos e que podem ser utilizados para a Internet das Coisas.

O que funcionou bem

Colaboração com diversos players
RFID e o padrão EPCGlobal foram criados por uma série de pesquisadores acadêmicos, executivos de empresas de varejo e de bens de consumo, e uma empresa (GS1) encarregada de supervisionar o padrão. Os pesquisadores propuseram padrões alternativos e abordagens de implementação de tecnologia e companhias deram um feedback rápido sobre o que se aplicaria e o que não se aplicaria em seus contextos. Esse tipo de colaboração é essencial para a Internet das Coisas.

Empresas usuários assumem a direção
A colaboração para estabelecer um padrão para RFID foi impulsionada principalmente pelas empresas usuárias, não fornecedores. A Internet das Coisas já tem muitos organismos de padronização, e na maioria deles os fornecedores de tecnologia assume também papel de destaque.

Players de influência
Algumas entidades extremamente poderosas estiveram envolvidas no padrão RFID. O Walmart foi um dos primeiros participantes, assim como Procter & Gamble e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Foco no resultado desejado
Havia um processo de negócio e um objetivo claro em mente desde o começo para RFID. O foco estava em garantir melhorias na cadeia de suprimentos e redução do efeito “prateleiras vazias” em razão de uma gestão inadequada da cadeia de suprimento. 

Visão além de dispositivos
Os reais benefícios do RFID e Internet das Coisas vêm de grandes implementações que abrangem não apenas o sensor dos dispositivos, mas também uma combinação de integração de dados, análises e atividades de mudança de processo. Empresas como Walmart e Macys que abraçaram RFID, desenvolveram uma visão para o modelo e implementaram uma mudança agressiva para conquistar valor para os negócios.

O que precisa acontecer de forma diferente com IoT

Processo mais rápido
Quinze anos é muito tempo para desenvolver uma norma que diz respeito a uma classe de dispositivos para uma colaboração da indústria. Parte do problema com RFID, segundo os acadêmicos, foi que cada organização participante teve de contratar exatamente os mesmos padrões e formatos de dados. Com modernas interfaces de computação em nuvem e aplicação do programa (API), os membros do ecossistema podem fazer algumas traduções em tempo real entre os diferentes padrões e formatos. Isso deve acelerar a implementação de certa forma.

Esforços de baixo para cima
Abordagens RFID foram, em grande parte, impulsionadas a partir de um esforço centralizado e colaboração de grandes organizações. Mas na era dos apps, e do “traga seu próprio dispositivo”, é possível acelerar a adoção de aplicações orientadas para a Internet das Coisas, alavancando a adoção bottom-up, bem como definição de normas de cima para baixo.

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