IHS Markit aposta em migração ousada para nuvem da AWS, apesar da pandemia
CIO Chad Moss indica três estratégias essenciais para companhias que buscam seguir o mesmo caminho
Quando o coronavírus forçou o fechamento de empresas em março, a IHS Markit enfrentou uma difícil decisão. A empresa, que fornece serviços de análise de dados, esperava descarregar a maior parte de suas funções de computação na nuvem pública a partir de 2020, mas a pandemia levantou questões importantes.
A equipe de tecnologia seria capaz de executar sua migração para a nuvem enquanto ajudava a transição de 16.000 funcionários para o trabalho remoto? Será que uma migração de nuvem em escala corporativa seria sábia depois que o CEO Lance Uggla decidiu que a empresa deveria gerenciar um cenário negativo e trabalhar febrilmente para reduzir os custos dos negócios?
A liderança da IHS decidiu que as equipes de negócios e tecnologia, trabalhando em conjunto, poderiam dar certo, disse o CIO Chad Moss, cuja organização ajudou na migração. “Foi uma grande decisão ousada”, disse Moss.
A decisão se destaca como ambiciosa em um momento em que a maioria das organizações está adiando novos projetos e reavaliando aqueles em andamento em relação ao seu tempo para gerar dinheiro e valor. No entanto, enquanto as empresas estão cortando custos e acumulando dinheiro, os gastos com todos os tipos de software em nuvem continuam a aumentar, diz o analista do Gartner John-David Lovelock. Os resultados financeiros da Amazon, Microsoft e Google apoiam esta posição, com os três fornecedores relatando aumentos nas receitas da nuvem.
Encontrando clareza na nuvem
A IHS estava prestes a tomar uma decisão sobre sua estratégia de nuvem quando a pandemia de coronavírus se alastrou nos Estados Unidos. Graças a várias aquisições, os produtos da IHS foram executados em uma variedade de pilhas e modelos operacionais, com alguns operando em serviços de nuvem pública da Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud Platform e outros em execução no local, incluindo em máquinas virtuais VMware.
Mas não houve uma iniciativa estratégica singular, o que é fundamental para uma empresa em transição para DevSecOps e modelos de gestão baseados em produtos, lembra Moss.
Isso mudou há cerca de 18 meses, quando a IHS estabeleceu um CTO office como um órgão administrativo para montar uma estratégia de nuvem coesa, com o objetivo de padronizar em uma única plataforma de nuvem para agilizar as operações. Este escritório, liderado pelo CTO Yaacov Mutnikas, serviria como a cola entre as equipes de produtos da IHS em suas várias linhas de negócios. “Isso nos colocou em posição de ter um forte alinhamento entre a tecnologia e os negócios em toda a empresa”, diz Moss.
Quando o surto atingiu, os executivos da IHS, já ocupados em permitir que as equipes fizessem a transição para o trabalho em casa, se reuniram por videochamada para várias discussões sobre sua estratégia de nuvem. Eles levantaram várias questões, embora no final tenham voltado à pergunta crítica: Eles deveriam executar o plano ou adiar devido à incerteza futura?
Ansioso para perceber as eficiências operacionais associadas à padronização em uma plataforma, a IHS decidiu seguir em frente e padronizar na AWS.
A IHS, que já executa vários produtos de análise na AWS, está migrando a maior parte de seu armazenamento, plataformas corporativas e aplicativos de usuário final. Ela espera aproveitar a experiência em aprendizado de máquina e processamento de dados da AWS para extrair insights e refinar seus produtos mais rapidamente. A empresa também está aproveitando o VMware Cloud na AWS, o que permitirá que use as mesmas tecnologias VMware para gerenciar seus ambientes de data center no local e sua infraestrutura AWS sem refatorar aplicativos, disse Moss.
Desde que assinou o contrato em abril, a IHS migrou mais de 30% de suas cargas de trabalho para a AWS, diz Moss.
Dicas para uma migração bem-sucedida
Moss diz que os CIOs que optam por migrar para a nuvem durante a pandemia fariam bem em seguir algumas práticas.
Estabeleça um comando central
Quer você chame isso de um escritório do CTO ou um centro de excelência em nuvem, a instalação de um órgão governamental central para supervisionar a estratégia de nuvem é essencial, diz Moss, acrescentando que a IHS se esforçou para facilitar sua estratégia de nuvem antes de o escritório ser criado. “O estabelecimento d CTO office reuniu líderes de tecnologia e negócios”, diz Moss. Isso, por sua vez, permitiu que a IHS se alinhasse aos resultados de negócios. Ele também credita o CEO Uggla por dar à IHS a oportunidade de acelerar sua migração para a nuvem, mesmo com viagens e outras despesas de negócios sendo reduzidas.
Escolha o parceiro certo
Descobrir o melhor fornecedor com o qual fazer uma transição de vários anos é uma decisão crucial. Isso significa ter certeza de que é um parceiro que a empresa está disposta a patrocinar e executar, diz Moss. O alinhamento com um parceiro é tão importante quanto o alinhamento com a implementação da tecnologia. “A AWS foi um grande parceiro e eles nos colocaram em uma posição em que estávamos confortáveis para seguir em frente”, diz Moss.
Na IHS, por exemplo, os proprietários do produto são fundamentais para essa tomada de decisão, então a mudança para a AWS foi vista como uma decisão de negócios, e não como uma iniciativa de produto de tecnologia ou TI. “As virtudes da nuvem são compreendidas e suportadas”, afirma Moss.
Comunique-se regularmente
Duas vezes por semana, negócios e TI se reúnem como um comitê diretor para discutir a migração. Os executivos seniores se reúnem mensalmente para discutir se o progresso está gerando resultados. “Um dos nossos princípios básicos é a hipertransparência”, afirma Moss. Se surgir um problema, a equipe o soluciona rapidamente para que não apodreça. A colaboração aprimorada dá à IHS a capacidade de executar com confiança, diz Moss.