IBM renova meta ambiciosa: encontrar os 100 melhores desenvolvedores da América Latina

Nova maratona Behind the Code lança desafios de negócios em dois idiomas: português e espanhol. Entre os prêmios, viagem ao México e Israel

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9:01 am - 15 de julho de 2020

Se o mundo, as nossas relações de consumo, comportamentos e negócios caminham para ser cada vez mais digitais, há, entretanto, um obstáculo fundamental a ser superado para construi-lo ou, melhor, programá-lo. O déficit de mão de obra com habilidades em tecnologia se renova a cada ano. Pesquisa do Institute for Business Value (IBV) da IBM, divulgado em setembro do ano passado, apontou que nos próximos três anos, até 120 milhões de trabalhadores das 10 maiores economias do mundo precisarão ser retreinados devido aos avanços na inteligência artificial e da automação inteligente. No entanto, menos da metade dos CEOs consultados pela IBM disseram ter os recursos necessários para fechar a lacuna de habilidades provocada por essas novas tecnologias. 

Marcelo Spaziani, Vice-presidente de Vendas e Value Creation para IBM América Latina, ressalta que a pandemia do novo coronavírus e a urgente digitalização que ela cobra para manter a continuidade – e relevância – dos negócios amplia ainda mais o problema. “Nós temos de olhar para o nosso contexto e ter o inconformismo de ver de que forma a gente pode ajudar para diminuir este gap”, diz Spaziani em entrevista à Computerworld Brasil.

Uma das respostas que a IBM encontrou para lidar com este desafio veio em formato de competição, mais precisamente de uma maratona de programação “estendida”. Chamada de Maratona Behind the Code, a iniciativa provoca a comunidade de desenvolvedores – e aqueles que ainda não o são – a aprenderem novas tecnologias e a resolver desafios baseados em inquietações de negócios reais. E diferente dos hackathons  normalmente concluídos em 48 horas, a maratona engaja competidores ao longo das semanas. Em 2019, a IBM lançou a primeira edição da Maratona no Brasil, atraindo 27 mil inscritos para encontrar os 100 melhores. Agora a companhia amplia a sua geografia e renova sua meta: buscar os melhores desenvolvedores em toda a América Latina. 

“Falamos muito sobre a importância do re-skilling e hoje temos uma oportunidade única, pois todas as tecnologias estão disponíveis e acessíveis na nuvem. E o grande ponto é como utilizá-las. O que tentamos fazer é mostrar que há desafios reais que podem ser solucionados com microsserviços de uma forma mais eficiente”, explica Spaziani. 

A Maratona Behind the Code em 2020 terá oito desafios lançados a cada final de semana. Os desafios são pensados em parceria com empresas que apoiam a competição e que refletem dores reais dos negócios. Para conclui-los, os desenvolvedores deverão recorrer a uma série de tutoriais em vídeo e a outros materiais de apoio que ensinam a aplicação de tecnologias emergentes como Inteligência Artificial, Blockchain e Internet das Coisas, além de usarem de sua criatividade para solucionar as propostas. Um dos desafios no ano passado promovidos pela BRF, empresa do setor alimentício que detém as marcas Sadia e Perdigão, pedia pela criação de um sistema automático de verificação de produtos. Para isso, os desenvolvedores deveriam utilizar tecnologias de Internet das Coisas e Reconhecimento Visual sustentadas pelo IBM Watson. 

Português e Espanhol – Uma vez que a Maratona Behind the Code agora se amplia para desenvolvedores de toda a América Latina, os oito desafios serão entregues em português e em espanhol. Segundo Spaziani, eles serão diferentes nos dois idiomas. Os desafios em português, por exemplo, refletirão as necessidades de negócio no Brasil. Aqueles em língua espanhola contarão com parceiros em outros países da região. Interessados já podem se inscrever no link. Apesar de não confirmar se os desafios sofrerão algum reflexo da pandemia do novo coronavírus, o executivo da IBM argumenta que como a pandemia impactou a operação dos negócios, ela certamente terá alguma influência nas propostas que serão anunciadas.

“As empresas estavam com seus processos de transformação digital planejados para meses, muitas vezes até para anos. E agora, elas estão tendo de fazer isso em semanas. É um ponto determinante. As empresas têm uma grande oportunidade de utilizar IA e blockchain para desafiar suas áreas de negócio a se transformarem através da tecnologia”, indica Spaziani.

Prêmios

A maratona se dará em duas fases. A primeira começa no dia 8 de agosto e dura 30 dias e cobre os desafios propostos pelas empresas participantes. Os desenvolvedores serão rankeados de acordo com as suas pontuações da fase e os 100 melhores ganharão uma viagem para um evento da Maratona Behind the Code, em praia no México. Lá se encontrarão com os patrocinadores da maratona.

Já na segunda fase, a Grand Finale, que dura um dia, os 100 melhores desenvolvedores competirão mais uma vez para se tornar um dos Top 5 Master Devs da região. Os cinco campeões ganharão uma viagem para um programa de imersão na aceleradora de startups da IBM em Tel Aviv, Israel, a IBM Alpha Zone.

Se a formação em novas tecnologias é uma das grandes propostas da Maratona, um dos reflexos da competição é a abertura de novas oportunidades de trabalho para aqueles que participam. No ano passado, Spaziani lembra que muitos desenvolvedores que “se formaram” na iniciativa chegaram a receber propostas de emprego em grandes empresas de tecnologia.

“Esse desenvolvedor que entra na maratona e passa a entender a aplicabilidade da tecnologia terá também mais base para assumir próximos desafios, seja outro hackathon ou outro emprego. Ele consegue entender e identificar rapidamente os desafios de negócio e como utilizar novas tecnologias para solucionar problemas”, conclui Spaziani.

Todos os detalhes da maratona, regulamento e datas, você pode acessar aqui.

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