Huawei quer liderar em TIC mesmo sem EUA

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9:34 am - 16 de setembro de 2014
Huawei quer liderar em TIC mesmo sem EUA

A gigante chinesa que se impôs ao longo dos últimos anos como um dos principais nomes no fornecimento de infraestrutura de telecom, quer, agora, ser o provedor líder em TIC. O investimento em TI iniciado há seis anos rende uma unidade com US$ 1 bilhão de faturamento (somando negócios com data center, storage e segurança), mas que precisa crescer muito para garantir o anseio da provedora. O apetite da companhia é enfatizado pelo discurso de seus executivos, que se mostram confidentes com a possibilidade de alcançar esse objetivo, ainda que isso aconteça sem levar em consideração o mercado norte-americano.

As polêmicas de espionagem envolvendo a companhia e as trocas de acusações sobre a atuação do governo chinês na gestão da fabricante de alguns anos atrás ainda resvalam na participação da Huawei no mercado norte-americano. A fabricante reconhece que possui uma porção muito pequena naquele que ainda é considerado o maior mercado de TIC do mundo, por sua escala e também maturidade e volume de investimento em tecnologia. “Chegamos à liderança em telecom sem ter participação grande nos EUA”, provocou William Xu, Chief Strategy Marketing Officer da fabricante ao falar sobre o assunto.

Eles entendem a importância dos Estados Unidos, observam com muita atenção tudo o que acontece no país, mas lembram que ao somar mercados emergentes e outras grandes economias, não é necessário acessar toda a riqueza americana para ser um líder em TIC. O fato é que com ou sem os americanos, o apetite de crescimento da Huawei, uma corporação com mais de US$ 39 bilhões em vendas em 2013, é assustador e foi pontuado logo na abertura do HCC 2014, principal evento da companhia para clientes e parceiros em Xangai, na China.

“A Huawei sempre trabalhou para se tornar a líder em TIC e hoje já somos um dos líderes em telecomunicação. Os investimentos em TI começaram a partir de 2008, há seis anos, e nossos clientes e parceiros já nos enxergam como um importante parceiro”, afirmou Eric Xu, CEO rotativo da companhia na abertura do HCC 2014, em Xangai. “Queremos ser uma empresa líder em TI. Nos últimos dois últimos anos compartilhamos o porquê de investirmos em TI. Sem conceitos como cloud computing, não teríamos investido, porque, como conceito, cloud representou uma grande oportunidade para entrarmos em TI.”

Ainda assim, o desafio da companhia é grande. Sem desconfiar da capacidade, até pela grandiosidade do mercado interno chinês onde eles surfam com facilidade, liderar em TIC significa muito mais que triplicar a unidade de TI, onde, como lembrou Joy Huang, vice-presidente de marketing para TI, a fabricante precisa ampliar sua reputação. E mesmo sabendo que ainda falta reputação, o executivo projeta um faturamento de US$ 10 bilhões como meta para a área em cinco anos. O que significa sair dos atuais US$ 1 bilhão anual para esse montante até 2019. Só lembrando que TI está dentro do grupo Enterprise que, além de data center, segurança e storage, contabiliza os ganhos com produtos de rede para o mercado corporativo, uma área que, atualmente, fatura na casa dos US$ 2,5 bilhões, representando mais de 6% do faturamento total da fabricante.

E sem considerar o pouco acessível para a Huawei mercado norte-americano, como fazer para atingir essa cifra? “Temos um plano de negócios para isso. Temos que olhar países que tenham o maior gasto com TI em relação ao PIB, existem países com potencial muito grande de crescimento. O mercado europeu e alguns países em crescimento são potenciais para a Huawei”, frisou Huang, sem se alongar ou mesmo detalhar as informações.

Armas para crescer

No que depender de ferramental, a Huawei tem apostado na ampliação do seu portfólio para garantir um salto em TI e, assim, figurar neste mundo como líder. Entre as ideias apresentadas pela companhia, está, por exemplo, a do data center 3.0, que nada mais é que usar o conceito de computador único, mas com capacidade de processamento de dados mil vezes mais rápida que a infraestrutura tradicional.

Linha de servidores, storage e nuvem complementam essa investida, além, é claro, de uma plataforma voltada para big data, com capacidades móveis e integrada ao Hadoop, e uma plataforma de gerenciamento de data center centralizada, que promete entregar uma visão única de infraestrutura física, em nuvem e até outras plataformas virtualizadas. “Queremos disponibilizar a tecnologia para esse momento de ruptura e transformação para melhorar a eficiência das empresas. E TI envolve um escopo muito grande”, comentou Eric Xu.

*O IT Forum 365 viajou à Xangai a convite da Huawei

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