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Grupo quer popularizar Site Reliability Engineering (SRE) no Brasil

Velocidade nas entregas, qualidade e disponibilidade de serviços são alguns dos principais desafios enfrentados atualmente por equipes de TI. A nova aposta – e tendência – de empresas é no conceito de Site Reliability Engineering (SRE), que propõe uma série de práticas e princípios para habilitar organizações de TI rápidas e que entreguem produtos e serviços que estejam sempre disponíveis e seguros.

O termo foi criado por Benjamin Treynor Sloss, VP de engenharia do Google nos EUA, que define SRE como “o que acontece quando você pede a um engenheiro de software projetar uma função de operação”.

Outro executivo do Google, Andrew Widdowson, define SREs como engenheiros de software responsáveis por assegurar que todos os serviços on-line são confiáveis e rápidos, o tempo todo. Ainda, ele destaca que, diferentemente da maior parte dos grupos de operação, SREs são um exército voluntário: eles são livres para migrar para outros times de engenharia a qualquer momento se eles não gostarem do que fazem.

João Bezerra Leite, diretor de qualidade do Itaú Unibanco, destaca que o SRE busca garantir qualidade na concepção do projeto, bem como um serviço performático e, sobretudo, confiável.

Para ele, o que faz dessa classe de engenheiros tão especial é que mais importante do que um serviço ou aplicação ter muitas ou poucas funcionalidades, é a certeza que ele estará sempre no ar e disponível. Por isso, um serviço intermitente é garantia de perda do cliente.

A especialidade do SRE é garantir qualidade na concepção do projeto e “zelar de forma incansável pela performance de aplicações e serviços.

Iniciativa brasileira

Bezerra é um dos pilares de uma iniciativa de SRE criada recentemente no Brasil, capitaneada também por Solange Satie, superintendente de qualidade e suporte de sistemas no Itaú Unibanco, e Ricardo Coelho de Sousa, CTO para o segmento de Finanças na IBM.

Os executivos organizaram na última quarta-feira (19/12) o primeiro encontro, realizado na sede do Gympass, em São Paulo. O grupo São Paulo SRE, Observability and Automation Meetup foi criado há cerca de duas semanas e já já conta com mais de 300 pessoas inscritas – número que surpreendeu os organizadores.

O primeiro encontro contou com cerca de 150 pessoas, que assistiram apresentações sobre definições do conceito, bem como casos práticos do Itaú Unibanco, que está criando equipes de SRE, além do Gympass, que desenvolveu recentemente uma área focada no conceito e começa a colher frutos.

“Trezentas pessoas em duas semanas é muito legal. É um tema que precisa de disciplina. Se olharmos no site Glasdoor (portal de vagas de emprego), encontraremos dezenas de milhares de cargos de SRE nos EUA”, destacou Bezerra.

Segundo Sousa, a ideia é promover encontros mensais no próximo ano para que o tema ganhe espaço no mercado de TI brasileiro. Ele ressaltou que o grupo é público e funciona na base do voluntariado.

Além do Google, onde a evangelização interna para garantir apps confiáveis é constante, o conceito de SRE foi adotado por empresas como Netflix, LinkedIn e Amazon, que possuem plataformas baseadas em nuvem. Outro casos de uso são Mastercard, ING e JPMorgan, que possuem plataformas heterogêneas, de cloud a mainframe, e optaram por montar “tiger teams”, que orquestram a prática de maneira centralizada. Algumas divisões da IBM também adotaram este modelo.

No Brasil, o SRE ainda engatinha, mas se depender da disposição e entusiasmo do grupo, é uma questão de tempo para vermos uma grande quantidade de casos práticos.

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