Grupo Boticário cria pele humana em 3D para testar cosméticos

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4:28 pm - 30 de dezembro de 2015
Grupo Boticário cria pele humana em 3D para testar cosméticos

Referência no ramo de varejo e beleza no Brasil, o Grupo Boticário, empresa que controla as unidades de negócio O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box, saiu na frente e se tornou a primeira companhia a desenvolver a pele humana em laboratório no país, utilizando tecnologia 3D.

A Pesquisa e o Desenvolvimento (P&D) do material foram realizados pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, localizado na planta de São José dos Pinhais (PR). O material já é utilizado para o teste de matérias-primas e produtos acabados (cremes, loções e maquiagens), tanto para a escolha de ingredientes que serão usados nas formulações, quanto na segurança dos produtos.

Segundo o Grupo Boticário, a tecnologia é um método alternativo aos testes em animais para a indústria cosmética, reconhecido pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
Para elaborar a pele 3D, são utilizadas células isoladas a partir de tecido descartado de cirurgias plásticas, nos casos em que há o consentimento do doador para este fim e aprovação de Comitê de Ética e Pesquisa da instituição.

Em laboratório, a pele vai sendo formada, célula a célula, camada por camada, tal como a pele humana. Primeiro é feita a derme, composta por fibroblastos, que são responsáveis pela produção de proteínas, como colágeno, que dão firmeza e elasticidade à pele.

A próxima camada a ser formada é a epiderme, compostas por células denominadas queratinócitos, responsáveis pelas funções de barreira e proteção do corpo, e também por melanócitos, que dão coloração à pele.
 
 “Sabemos que o futuro a gente constrói hoje e, sobretudo, queremos que ele seja mais sustentável. A inovação é parte da essência do Grupo Boticário, que sempre investiu em métodos alternativos, e está na vanguarda da tecnologia para cosméticos”. explica o diretor de P&D do Grupo Boticário, Richard Schwarzer.
 
Schwarzer destaca que o Grupo Boticário quer continuar sendo protagonistas nessa trajetória e inspirar mais pessoas e instituições a abraçarem causas como essa. “A companhia já não realiza testes em animais nos produtos que desenvolve há mais de 15 anos e apoia a eliminação dessa atividade com a adoção das melhores práticas para o desenvolvimento dos produtos”, completa o gerente de Pesquisa Biomolecular do Grupo Boticário, Márcio Lorencini.

Com a tecnologia inovadora, é possível realizar vários testes numa mesma unidade de pele reconstituída, que dura 7 dias, em vez de 72 horas da pele “in natura”. A pele 3D permite ainda maior amplitude e mais assertividade nos testes, pois ela é elaborada a partir de um pool de células de vários indivíduos.

Entre as vantagens apontadas estão: evitar testes em animais na indústria cosmética, redução no número de testes com humanos, maior fidelidade e confiabilidade aos testes dos produtos, possibilidade de se testar várias formulações e escolher a melhor em relação à eficácia.
 
Retorno do investimento em P&D 

 O Grupo Boticário possui um centro de P&D, compatível com o que há de mais avançado no mundo, dentro do segmento de perfumaria e cosméticos. A estrutura de mais de 8 mil metros quadrados de área construída, localizada em São José dos Pinhais (PR) e inaugurada em 2013, recebeu investimentos de R$ 37 milhões.

A empresa investe, ainda, anualmente, cerca de 2,5% de seu faturamento em P&D e lança de 1 mil novos produtos por ano. Foi a primeira a adquirir, no Brasil, no setor privado, em 2007, um cromatógrafo massa/massa – equipamento de cerca de R$ 1 milhão destinado a pesquisas com nanotecnologia. Também foi a primeira a aplicar nanotecnologia em cosméticos e a desenvolver um produto com triplananotecnologia – que permite a entrega direcionada dos ativos nas camadas da pele.

O Grupo Boticário também foi pioneira na produção de uma colônia com base no álcool vínico, obtido pela destilação do vinho e macerado em tanques de carvalho francês – os mesmos utilizados na fabricação dos vinhos nobres –, o que rendeu a concessão de patente para a companhia. Hoje, a fragrância Malbec, resultado desta inovação, é um produto campeão de vendas na unidade de negócio O Boticário.
 

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