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Gartner prevê que conceito de big data vai sumir em dois anos

Vivemos a era das novidades efêmeras. Veja bem: nem mesmo atingiu seu pico, a ideia de big data já encontra-se em fase de declínio. Pelo menos essa é a visão do Gartner. “O conceito vai sumir em dois anos”, prevê Donald Feinberg, vice-presidente de pesquisa da consultoria. 

O especialista afirma que isso ocorrerá quando o termo for assimilado nos discursos e nas ofertas de todos grandes players da indústria de TI. “Será, simplesmente, algo que chamaremos de dados”, vislumbra.

Feinberg vai mais além e dispara: “big data não existe” (referindo-se aos dias atuais). “As empresas não entendem o que é ou como extrair valor disso”, observa, que tem visto seus interlocutores dirigir-lhe questões como “do que se trata?”, “como se usa?” e “que valor consigo a partir dessas ferramentas?”.

Falta uma definição clara quanto ao conceito. “Quanta gente entende de Hadoop?”, indaga o consultor, para quem o mercado nacional não atingiu o “momento” ainda.

Vale ressaltar que o Gartner não enxerga big data como um mercado distinto e separável de outras tecnologias. Na sua visão, trata-se de algo caracterizado por concentrar pedaços de diversas ofertas, que vão desde infraestrutura, passando por aplicações, tocando ferramentas de análise, nuvem, serviços.

Justamente por esse aspecto, não significa que não se trata de uma vertente promissora a ser explorada. Os investimentos são crescentes nessas tecnologias que compõem o conceito de maneira mais ampla.

Soluções de business analytics, por exemplo, figuram no topo das prioridades estratégicas dos compradores de TI mapeadas pela consultoria. Segue-se a tal ferramental elementos de cloud e mobilidade, compondo um cenário contemplado no conceito de big data.

O Gartner pontua uma diferença comportamental trazida em decorrência do grande volume de dados não-estruturados dos quais as empresas tentam tirar informações. As pesquisas de campo da consultoria revelam um comportamento das organizações mais na exploração dessas massas amorfas em busca de oportunidades a partir do uso em tempo real dos insights gerados.

As empresas têm investido em ferramentas de big data para melhorar a experiência dos clientes, buscar eficiência de processos e permitir o lançamento de novos produtos ou modelos de negócio.

Há expectativa de muitas novidades e surgimento de novos provedores que, mesmo rodeados de buzz, ainda não conseguiram massa crítica no mercado nacional. Nessa lista, Feinberg cita Cloudera e Pivotal (braço de aplicações da EMC). “Vemos certa demanda local, mas as ferramentas não estão plenamente disponíveis”, diz.

Tecnicamente, ainda, espera-se uma evolução ferramental. “Há uma série de novos bancos de dados e ferramentas de análise em fase inicial de amadurecimento”, observa. Isso tende a gerar uma corrida dos grandes vendors para assimilar essas novas tecnologias e conceitos por desenvolvimento próprio ou a partir de compra de novas organizações.

Os impactos também atingirão arquitetura. “Veremos mais fontes de informação que irão requerer novas capacidades de análise, armazenamento e gestão”, comenta o especialista, citando os avanços do processamento in-memory, dizendo que isso mudará a forma como os data centers são organizados atualmente.

Apesar de morrer como conceito, big data ainda deve gerar muito debate e trazer novas transformações pelo menos até o final de 2015.

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