Falha de hardware legado: consequências e soluções para as empresas

Os sistemas clássicos legados têm ao menos um ponto em comum: eles estão envelhecendo e, com isso, tornam-se mais vulneráveis. Além disso, os fornecem cada vez menos serviços de suporte para essa plataforma.

A vida útil do hardware é limitada, e o software e as aplicações executadas sobre ele tendem a ter uma vida útil mais longa. Muitas empresas ignoram esse fato a favor de outros trabalhos que parecem ser mais urgentes. Quando o hardware legado falha, no entanto, as instituições se arrependem de não ter se planejado, uma vez que o funcionamento do sistema é crucial para o sucesso do negócio. Então, por que as empresas esperam para adotar um plano quando há receita e responsabilidade em jogo?

Por que as empresas esperam?

Os orçamentos são limitados e investir mais em sistemas legados pode ser difícil. Alguns departamentos de TI obtêm peças de reposição e acreditam ser mais barato do que uma solução a longo prazo.

Muitas empresas têm a mentalidade de “se não está quebrado, não é preciso consertar”. Na medida em que o sistema legado continua a ser executado, outras áreas têm prioridade.

Por que não se deve esperar

O sistema é fundamental para o sucesso da organização. Empresas de serviços financeiros, por exemplo, podem receber altas multas se uma falha no sistema legado deixá-los sem acesso aos registros que precisam armazenar por um determinado tempo.

Além do risco de penalidades legais ou processos judiciais, há o custo de peças sobresselentes – podendo ter custos adicionais quando essas peças não funcionam bem. Também há o custo de tempo de inatividade quando o hardware legado falha.

As consequências da espera

Estimativa do Gartner mostra que as organizações podem enfrentar 87 horas de inatividade do sistema por ano. Estima-se que o custo por hora é de US $ 42 mil, o que significa perdas superiores a US$ 3,6 milhões anuais para as grandes corporações. Outras fontes citam custos mais altos de US$ 84 mil a US$ 108 mil por hora.

Migrar para uma plataforma totalmente nova pode ser caro. Há o custo de se criar uma aplicação, treinar funcionários, converter, traduzir dados da plataforma legada para a nova e os possíveis gastos caso os dados sejam perdidos durante o processo. Uma pesquisa feita pela Bloor Research mostrou que o orçamento médio para um projeto de migração de dados é de US$ 875 mil, mas apenas 62% dos projetos foram feitos dentro do prazo e do orçamento.

À medida em que o hardware legado envelhece, o suporte fica menos disponível. Muitos especialistas em hardware legado estão se aposentando ou entrando em novos espaços tecnológicos. Com isso, o custo para manter essas plataformas legadas sobe.

Criando um plano: como amenizamos o risco desses sistemas

Ao entender os riscos, as empresas avaliam as opções e se veem diante de três alternativas:

Opção A: manter o hardware obsoleto
Isso significa estar ciente dos colapsos e ordenar uma peça de reposição o mais rápido possível quando houver uma falha. É preciso, porém, estar confortável com o tempo de inatividade que isso implica. A opção é mais aceitável para empresas com baixo custo de tempo de inatividade ou que apenas usam o sistema em uma capacidade de arquivamento.

Opção B: migrar o software
As migrações levam anos e exigem reescritas parciais ou completas da aplicação. Além disso, alguma informação pode ser perdida no processo e há retreinamento de funcionários. O tempo, os custos e os riscos envolvidos podem fazer essa opção ser proibitiva.

Opção aconselhável: emulação de hardware
A solução, econômica e de baixo risco, virtualiza o hardware legado, permitindo que aplicações legadas sejam executadas sem modificação em servidores padrão. A emulação tem um curto processo de implementação – as empresas podem manter suas aplicações intactas. Além disso, a equipe de suporte fica disponível para diagnóstico, solução de problemas e manutenção geral.

Os sistemas legados não devem ficar desprotegidos. Com a emulação, as organizações podem melhorar o ROI dos sistemas, manter aplicações de missão crítica em ação, eliminar riscos, reduzir custos e evitar excessos orçamentários. Investir no futuro dos sistemas legados é uma garantia de sucesso contínuo do negócio.

*Robert Ruiz é diretor-geral para a América Latina e Caribe da Stromasys

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