Evolução de IoT acende alerta vermelho sobre segurança

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9:21 am - 16 de fevereiro de 2017

No final de 2016, só se falava no botnet Mirai, que causou um verdadeiro blackout na internet nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Alemanha. Vulneráveis, dispositivos conectados à web, como roteadores e câmeras, foram usados para bloquear o acesso de pessoas à sites como o Twitter.

“O Mirai está vivo e recrutando dispositivos. Não coincidentemente, Mirai significa futuro em japonês, porque cibercriminosos querem usá-lo para atacar o futuro baseado em internet conectada, que forma a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês)”, observou Christopher Young, vice-presidente sênior e gerente-geral da McAfee, da Intel.

Alex Cox, diretor de tecnologia do FirstWatch da RSA, time de pesquisadores que usa inteligência e análise de segurança para combater ameaças avançadas, explicou que, hoje, a maioria dos ataques que mira IoT é de Negação de Serviço Distribuído (DDoS, na sigla em inglês) e já há sinais de expansão do uso de Mirai. “IoT está em seus primeiros dias, mas as implicações de segurança estão em curso”, observou.

Se em 2020, a previsão é de que haverá 50 bilhões de dispositivos de diferentes tipos, como geladeira e carros, conectados à internet, a preocupação com a proteção dos usuários é legítima e latente. Contudo, na opinião de Peter Tran, gerente-geral e diretor sênior da Prática de Defesa Cibernética da RSA, é altamente complexo e desafiador proteger esse montante de ‘coisas’.

A boa notícia, segundo ele, é que as famílias de malwares que não são muito criativas na essência do código e que o papel da indústria é analisar comportamentos usando machine learning e bloquear ameaças pró-ativamente.

A saída, segundo ele, é que as empresas apostem em detecção precoce e alimentem a constante habilidade de testar, repetidas vezes, ataques à rede. “O Google faz isso. Eles já simularam em ambiente controlado o que aconteceria se seus sistemas ficassem fora do ar por cinco minutos e o resultado foi que 40% dos sistemas do mundo caíram”, dimensionou. “Empresas estão agora trabalhando na criação de centros para verificar o impacto de falhas”, finalizou.

*A jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da RSA

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