Estudo aponta prioridades do RH pós-coronavírus

Especialistas da The Economist Intelligence Unit e a ADP apontam quais são as novas preocupações e desafios dos gestões neste novo cenário

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5:37 pm - 04 de junho de 2020
Prioridades RH
Uma pesquisa realizada pelo The Economist Intelligence Unit, a pedido da ADP, mapeou quais eram os principais desafios dos RHs, antes da Covid-19, com a acelerada expansão internacional das companhias. Realizado no fim do ano passado, o levantamento ouviu 1 mil executivos do C-level e RH em todo o mundo, em diversos setores, para traçar um cenário e mostrar quais eram as motivações, prioridades e desafios naquele contexto.

Agora, diante da situação global imposta pelo coronavírus, especialistas das empresas analisam o levantamento neste novo cenário para expor quais pontos ganharam mais relevância e devem seguir como tendência nos próximos anos.
Segundo o estudo, dentro do cenário de expansão das organizações para outros territórios, um dos principais desafios para o RH estava em ‘Recrutar pessoal/gerência com competências adequadas’, ponto listado por 46% dos participantes. Na sequência, apareciam as questões de ‘conformidade com as leis e costumes locais’ (43%) e a ‘compreensão de diferenças locais e suas implicações no RH’, com 41%.

O country Leader of The Economist Intelligence Unit no Brasil, Marcio Zanetti, aponta que, neste novo cenário, onde os governos precisam atualizar constantemente suas leis para enfrentar os desafios impostos pela Covid-19, a busca por conformidade com as legislações estaria no topo da preocupação dos executivos da área de gestão de pessoas, muito em função da preocupação com prejuízos financeiros em decorrência de eventuais multas.

Para Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP na América Latina, além da questão legislativa, o bem-estar e as novas formas de comunicação, são itens que, certamente, estariam entre as prioridades. “O trabalho remoto é algo que muitos trabalhadores e, até mesmo empresas, não estão habituados. Por isso, neste novo mundo, as companhias precisam pensar em formas de garantir a saúde mental de seus colaboradores e, até mesmo, em como se comunicar, já que o trabalho remoto tende a crescer, inclusive, entre as pequenas e médias empresas”, pontua.

Outro ponto que aferido pelo estudo, junto aos executivos entrevistados, foram os desafios diante da escala. E os principais pontos listados foram o aumento com os custos gerenciais e com a necessidade na ampliação da mão de obra. “Acredito que, neste momento, estes itens permaneçam prioritários, mas questões relacionadas à gestão da produtividade, também, entrariam no foco, diante da impossibilidade de acompanhamento próximo”, comenta Marcio.

A pesquisa ouviu os entrevistados, ainda, sobre as funções internacionais de RH que foram as mais aperfeiçoadas pela tecnologia. Neste ponto, a maioria dos executivos apontou a integração dos processos de RH (46%), seguida pelo treinamento de colaboradores (42%) e gerenciamentos dos custos operacionais de RH (34%).

O estudo questionou os executivos sobre a paridade salarial entre fronteiras. O objetivo era entender se este é um ponto de desafio, diante das diferentes realidades de cada região. Neste item, 49% dos entrevistados disseram que ‘tentam manter a paridade salarial e os benefícios em todas as divisões internacionais, na medida do possível’; ‘criamos faixas salariais para cada região onde operamos’ , foi a resposta de 27%; seguida de 21%, que explicaram que ‘a remuneração e os benefícios é estabelecida de acordo com as taxas do mercado local’.
Segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados dizem que o acesso à mão-de-obra acessível os obriga a expandir para novos territórios, enquanto 66% das organizações afirmam que sua busca por habilidades especializadas os fazem olhar para além do país de origem. O foco nessas áreas reflete um impulso para aproveitar a experiência e as capacidades globais em vários níveis dentro das empresas, criando uma força de trabalho, verdadeiramente, internacional que tem a capacidade de competir em escala global.

71% dos participantes concordaram com a seguinte afirmação: “Os problemas relacionados ao RH estão entre as barreiras mais desafiadoras para a expansão internacional que nossa empresa enfrenta”.

O recrutamento é indicado como o maior desafio relacionado ao RH resultante da expansão, de acordo com os participantes: 46% classificaram “Recrutar pessoal/gerência com competências adequadas” como um dos três principais desafios. Além do recrutamento, os líderes de RH classificam a conformidade com as leis e os costumes trabalhistas (43%) e “Integrar processos/sistemas/dados de RH díspares” como os demais desafios.
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