Estudo: 70% dos trabalhadores sofrem com ‘boom’ de informações na pandemia

Levantamento da Kaspersky alerta que a sobrecarga mental de colaboradores durante a pandemia põe em risco a segurança de dados corporativos

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6:54 pm - 10 de junho de 2021
Kaspersky

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (10) pela Kaspersky, em parceria com Corpa, indica que 70% dos brasileiros sofreram efeitos da infodemia no ambiente de trabalho, ou seja, a uma sobrecarga mental decorrente pelo excesso de informações durante a pandemia. Desse total, 37% passaram a trabalhar mais forma de escapar da avalanche de dados. Ao mesmo tempo, 20% afirmam que estão demorando mais para terminar seu trabalho e 19% estão mais distraídos.

Essa desatenção, segundo o analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, Fabio Assolini, é faz parte do mecanismo de engenharia social utilizado por fraudadores que aplicam golpes digitais. “A distração do profissional faz com que ele caia na lábia do cibercriminoso e faça o que eles pedem para o golpe ser bem-sucedido. Os bandidos já contam com esta falta de atenção, mas se a cabeça da pessoa estiver sobrecarregada [infodemia], a chance de o golpe atingir seu objetivo final é maior”.

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Informações disseminadas rapidamente e disseminação de notícias falsas que dificulta a compreensão das pessoas sobre um assunto caracterizam a infodemia. Esse bombardeio de dados atrapalha diretamente o desempenho no trabalho, de modo que o Brasil é o segundo país entre os mais afetados pelo fenômeno no ambiente laboral. Esse sintoma é apresentado por 70% dos entrevistados no país, de acordo com a pesquisa ‘Infodemia e os impactos na vida digital’.

Em primeiro lugar aparece o Peru, com 73% dos trabalhadores relatando impactos do fenômeno. Em seguida, Colômbia (61%), México (57%) e Argentina (55%). Já os chilenos (51%) são os únicos em que a porcentagem de pessoas sem efeito da infodemia supera a dos que não sofreram.

Tipos de fraude

A técnica é usada na construção de mensagens fraudulentas que roubam credenciais corporativas ou financeiras das vítimas, sendo que o Brasil é o país mais atacado por este tipo de ameaça online, afirma a Kaspersky. Dentre os exemplos desses golpes está o spear-phishing, que utiliza mensagens fraudulentas personalizadas para instalar um malware no computador-alvo. Outro exemplo é campanha RevengeHotels, que encoberta o programa malicioso em um pedido de orçamento de um suposto evento corporativo e direcionou essas mensagens contras hotéis com intuito de roubar dados de cartões de créditos de hóspedes.

Os alvos comuns dessas comunicações são profissionais com acesso a dados confidenciais e sem conhecimento técnico de segurança, como a equipe administrativa, de RH ou de contabilidade. Além disso, indivíduos que possuem permissões de acesso aos sistemas internos da corporação, como administradores de rede e equipes de TI, também estão na mira dos criminosos.

“Vejo claramente uma relação de causa e efeito entre esses dados e isto deve servir de alerta para que as equipes de TI e de segurança redobrem a atenção e a proteção dos funcionários”, conclui Assolini.

Diante disso, a Kasperspy recomenda que os trabalhadores interrompam outras atividades quando forem atender a uma chamada telefônica de um banco, loja ou empresa de telefonia para evitar a distração. É importante nunca fornecer imediatamente dados ou senhas quando solicitados e, sim, parar por um instante e avaliar se o pedido faz sentido. Outras formas de mitigar os riscos é ativar a autenticação de dois fatores em serviços financeiros, customizar as políticas de segurança por perfil de usuário e contar com soluções de segurança instaladas no celular e no computador com função anti-phishing.

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