“Empresas de software têm feito um trabalho ruim”, diz COO da Infor

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10:00 am - 21 de outubro de 2013

Companhias como Apple e dispositivos como tablets e smartphones promoveram uma revolução nos departamentos de TI não apenas pela perspectiva da gestão, quando levamos em consideração a tendência do BYOD (sigla em inglês para ?traga seu próprio dispositivo?), mas principalmente quando analisamos a usabilidade de softwares empresariais. A familiaridade com a qual as pessoas interagem com a tecnologia em seus dispositivos pessoais está pressionando tanto a indústria de software quanto o CIO a desenvolver ? ou adotar ? soluções mais intuitivas, bonitas e simplificadas, a fim de impulsionar a produtividade corporativa.

Para a COO da Infor, Pam Murphy, a realidade é que as empresas de software têm feito um trabalho ?muito ruim? nas últimas décadas. ?A pressão que essa ?consumerização? nos impõe é a mudança?, afirma. A situação pode ser encarada como uma mudança de cultura, pois historicamente o profissional de TI costumava a se adaptar aos softwares. Agora, os softwares têm que seguir as pessoas. Os usuários exigem mais.

Na empresa há três anos, a executiva é um dos membros que marcaram a nova gestão da Infor. Além dela, o CEO Charles Philips e os presidentes Duncan Angove e Stephan Scholl marcam a nova gestão da companhia, com forte investimento em pesquisa e inovação. ?Não podemos revelar a cifra, mas é um valor sem precedentes antes em nossa história?, diz Pam. Um dos parâmetros é a contratação de 800 engenheiros nos últimos 18 meses, para desenvolvimento de novos softwares.

A companhia norte-americana criou uma agência de design e user experience (UX) dentro da sede em Nova York, a Hoop and Look, para onde grande parte dessa quantia é destinada. São profissionais bem diferentes do tradicional perfil da carreira de TI e desenvolvimento ? arquitetos da informação, designers e storytellers, com missão definida de tornar os softwares da Infor mais bonitos e agradáveis de usar. Um exemplo, na prática, foi o mapeamento de um sistema de gestão de ativos que teve uma redução nas 127 processos de telas e cliques. ?Pensando em uma multinacional com centenas ou milhares de processos, ao se reduzir essas etapas, existe um ganho real de tempo e produtividade?, resume Pam.

Microverticais, mas grande competição

Um dos pilares estratégicos da Infor é a presença em segmentos de nicho. ?As necessidades de uma empresa de bebidas são completamente diferentes daquelas encontradas em uma companhia de salgadinho, por exemplo. Contudo, ambas estão dentro da categoria ?alimentação?. Por isso, nossos softwares são voltados a microverticais de negócio, para atender melhor às demandas de cada companhia sem necessidade de customização, que é custosa e de difícil integração?, explica o vice-presidente de vendas da América Latina, Ivamar Souza.

No Brasil, os setores de manufatura e e-commerce despertam uma atenção especial. As áreas de supply chain e PLM (gestão de ciclo de vida de produto) também representam importante papel no desempenho da companhia no País, dada a relevância econômica de setores como óleo e gás na economia brasileira. ?Mas queremos competir com os grandes. Nossas especializações nos colocam em concorrência direta com SAP, Oracle, e números de market share podem não mostrar nossa especialização?, completa Souza.

Nos últimos 12 meses, a Infor completou a aquisição de duas empresas: Certpoint Systems, desenvolvedora de softwares na nuvem para gestão de conteúdo educacional; e TDCI, de aplicações para gestão da configuração de produtos. Nos próximos anos, novas fusões e aquisições estão programadas, e a América Latina está sob estudo. ?Dentro de nossa estratégia de microverticais, continuaremos a nos perguntar ?compramos ou construímos?? quando notarmos especificações de cada nicho necessárias para nossas soluções?, resume a COO Pam Murphy.

 

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