Empresas de produtos florestais vão fortalecer estratégia digital nos próximos anos

Pesquisa com 200 executivos de empresas de produtos florestais de 10 países, conduzida pela Accenture, conclui que a cibersegurança ainda é uma preocupação para essas companhias, com apenas uma pequena parcela capaz de enfrentar esse tipo de ataque de forma efetiva, o que aumenta as preocupações com a segurança de dados.

Além disso, o estudo “Forest Products: The shift to digital accelerates” (“Produtos Florestais: Acelera a mudança para o digital”, em tradução livre para o português), demonstra também que elas planejam aumentar investimentos em tecnologias digitais ao longo dos próximos três anos, em parte para proteger a participação de mercado e vantagem competitiva.

Segundo o levantamento, mais de 80% dos executivos entrevistados afirmam que suas empresas estão investindo mais ou significativamente mais em tecnologias digitais do que no ano fiscal anterior. Já 88% espera aumentar os investimentos digitais como um todo ao longo dos próximos três anos. Entre as três tecnologias mais citadas para investimento, as mais populares foram big data/analytics/edge computing, inteligência artificial (IA) / aprendizado de máquina (AM) e controle avançado de processos, citado por 46%, 41% e 38% dos entrevistados, respectivamente.

O aumento previsto de gastos pode ser parcialmente atribuído à percepção de riscos decorrentes de investimentos insuficientes na área. As ameaças mais citadas decorrentes da falta de investimentos em digital são a perda de oportunidades para aumento da participação de mercado e a perda de vantagem competitiva – cada uma delas foi citada por aproximadamente metade dos executivos. Já as três vantagens mais citadas pelos entrevistados em decorrência da aplicação de tecnologias digitais foram o aumento da qualidade de produtos (44%), maior flexibilidade/agilidade para atender as necessidades dos clientes (39%) e maior colaboração com o ecossistema de negócios (37%).

Em um momento em que a indústria está preocupada com a redução de custos, impressionantes 94% dos executivos de produtos florestais entrevistados afirmaram que suas empresas conseguem determinar os benefícios financeiros decorrentes do uso de tecnologias digitais – o que provavelmente irá causar mais investimentos em tecnologias relevantes.

Quando se trata do maior potencial de retorno sobre investimentos ao longo dos próximos 12 meses, as tecnologias digitais mais citadas pelos entrevistados foram big data (43%), IA/AM (41%) e controle avançado de processos (37%) – as mesmas tecnologias citadas como sendo as mais populares para investimentos.

“Em um setor como esse, de uso intensivo de recursos, a aplicação de tecnologias digitais para coleta de dados não é algo novo”, explica David Rossi, diretor geral da Accenture que lidera a prática de Natural Resources. “Contudo, as empresas de produtos florestais precisam acelerar os investimentos planejados em tecnologias como analytics e IA para que possam criar valor a partir desses dados e explorar ao máximo o potencial das tecnologias da Indústria X.0 para a reinvenção do negócio.”

Redução de investimentos em cibersegurança ameaça valor do digital

Apesar de os entrevistados citarem as preocupações de segurança de dados como sendo a maior barreira para obtenção de maior valor comercial do digital, os níveis de investimento em cibersegurança no setor estão mais baixos do que em outras tecnologias digitais. Apenas 33% dos entrevistados prevê que a cibersegurança estará no topo da sua lista de investimentos, apesar do aumento de tecnologias digitais e de conectividade nas operações, o que cria novas oportunidades de ataque.

Uma das possíveis causas para o baixo nível de investimentos em cibersegurança no setor pode ser o fato de os executivos considerarem o ROI relativamente baixo, com apenas 34% dos executivos citando-a como uma das três tecnologias com maior potencial de retorno.

Por conta dessa falta de investimento, as empresas de produtos florestais enfrentam dificuldades na identificação e combate às ameaças virtuais. Mais da metade (54%) das empresas que atualmente rastreiam violações de segurança digital relataram mais de 30 tentativas de violação no último ano, sendo que aproximadamente o mesmo número de empresas (55%) só foi capaz de detectar uma violação de segurança cibernética alguns dias, semanas, meses e até anos após o ocorrido. Ainda mais revelador é o fato de que metade achou que poderia executar várias atividades de segurança cibernética internamente, incluindo o monitoramento de violações (citado por 46% dos entrevistados), gerenciamento do risco financeiro resultante da situação (46%), minimização de danos (45%), mensuração do impacto da violação (42%) ou identificação da causa (40%).

“À medida que as tecnologias digitais estão cada vez mais incorporadas à cadeia de valor, a exposição das empresas de produtos florestais a ameaças cibernéticas aumentará e o investimento será fundamental para reforçar seu poder de resposta e resiliência”, afirma Robert Boyce, diretor administrativo e líder em segurança cibernética da prática de Chemicals & Natural Resources da Accenture.

“Embora a indústria não tenha sofrido uma violação de grandes proporções nos últimos anos, a segurança cibernética não deve ser deixada de fora da agenda. As empresas mais sábias irão investir agora em capacidades de segurança lastreadas em dados, possibilitando reações e intervenções ágeis em caso de ameaça às operações do setor”.

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