Empresas brasileiras preferem perder transações legítimas ao risco de ser enganadas em fraudes

Uma pesquisa da Experian mostra que 80% das companhias brasileiras preferem perder transações legítimas a correr o risco de ser enganada por um esquema de fraude. O percentual é o maior entre os onze países consultados pelo Relatório Global de Fraude e Identificação 2018. Em seguida, estão os Estados Unidos, com 73%, e a China, com 72%.

A pesquisa foi feita entre junho e agosto de 2017, com 500 empresas e 5.500 consumidores. “Os dados reforçam a ideia de que as empresas brasileiras estão dispostas a aumentar suas barreiras de segurança para prevenir fraudes e evitar perdas”, comenta Luiz Junqueira, diretor de Decision Analytics da Serasa Experian.

O percentual de empresas nacionais que acreditam que a imagem de sua marca é prejudicada quando uma transação legítima é recusada por suspeita de fraude é um dos menores do mundo (57%), ocupando o sexto lugar no ranking, atrás de Índia (74%), África do Sul (70%), Singapura e China (63%), Espanha (62%) e Estados Unidos (60%).

Em todo o mundo, mais de dois terços (67%) das empresas acredita que uma transação fraudulenta aprovada por seus sistemas pode gerar mais custos do que uma transação legítima negada.

Identificação de clientes reduz fraudes

O levantamento aponta ainda que as empresas precisam identificar melhor seus clientes para ajudar a combater fraudes on-line. Os líderes empresariais concordam que, se fossem mais precisos na identificação dos consumidores, evitando negação de transações legítimas, veriam aumento de receita. O discurso é global, 84% das empresas dizem que a mitigação do risco de fraude seria mais fácil se houvesse certeza na identidade dos clientes.

No Brasil, 77% das empresas entrevistadas mostraram-se interessadas em adotar medidas de segurança e identificação/autenticação mais avançadas que tenham pouco ou nenhum impacto na experiência digital do cliente, atrás de Estados Unidos (88%), Índia (87%), África do Sul (84%) e Espanha (78%). Entre as brasileiras, 80% afirmam que devem haver medidas de segurança mais inteligentes sem prejudicar a experiência digital dos clientes — o terceiro maior percentual entre os países, atrás de África do Sul (89%) e China (86%).

Segurança e conveniência

A pesquisa mostra ainda que do ponto de vista dos clientes, esperam que bancos e varejistas on-line façam tudo o que puderem para proteger informações e suas transações. No Brasil, 63% dos consumidores que utilizam Internet Banking aceitam protocolos de segurança, porque fazem com que se sintam protegidos, quando a média global é de 66%.

Mas isso não significa que os consumidores gostem de inconveniências. A pesquisa mostra que, globalmente, 35% dos consumidores fariam mais transações online se não houvessem tantos obstáculos de segurança. No Brasil, o percentual é ainda maior que a média global (40%) e o quarto maior no mundo, atrás de Índia (53%), China (49%) e Turquia (41%).

Um em cada quatro consumidores globais já abandonou uma transação porque o processo de cadastro pedia mais informações. “As empresas devem estabelecer estratégias para equilibrar a gestão de risco e uma boa experiência digital para os clientes”, diz Junqueira.

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