Em breve, não seremos mais apegados a marcas e empregos

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1:05 pm - 01 de fevereiro de 2017

Habitué da Campus Party, Dado Schneider, doutor em comunicação e criador de um manual de sobrevivência para a Geração Y, levou para sua apresentação no evento uma reflexão sobre as mudanças pelas quais empresas e pessoas têm de passar para se alinhar à nova realidade do mercado.

Nos primeiros minutos, Schneider não falou uma palavra sequer, mas impactou os participantes com frases projetadas na tela do palco principal do encontro, que reúne geeks em São Paulo até 5 de fevereiro. “A velocidade das mudanças é brutal e o atual choque de gerações mudará para um choque de visões. Gente nova bem preparada se somará a gente experiente atualizada”, dizia.

Segundo ele, nas empresas tradicionais esse quadro será comum. Nas organizações que não mudarem, só gente mais velha vai trabalhar. Isso não quer dizer que tal companhia não será sedutora para jovens promissores. Para ele, organizações vencedoras são aquelas que têm um mix de gerações.

Depois do silêncio, Schneider passou a provocar os participantes apontando os paradoxos da sociedade. Ele lembrou que, hoje, a civilização é egocêntrica, mas ao mesmo tempo convive com a era do compartilhamento. Há, contudo, um perigo nesse cenário. “Compartilhar é compartilhar conhecimento, ajudar o outro. Selfie não é compartilhar”, alfinetou.

Ele lembrou que, mais do que nunca, o conhecimento nunca foi tão valorizado e isso é quase que retomar o que movia o passado. “Na época hippie, o importante da pessoa era ser, não precisava ter nada. Tinha de ler, conversar. Na metade dos anos 70, o importante era ter. Tinha de ostentar”, pontuou. Já na década de 90, prosseguiu, bastava aparecer. Não precisava ter um carro BMW, bastava alugar um. Agora, aparecer continua sendo importante e para isso só é preciso tirar uma selfie em frente à BMW.

O especialista reiterou que os talentos mais disputados pelo mercado serão aqueles que voltarem às origens do conhecimento. “Leia sobre tudo, não somente sobre um tema, seja curioso. Não tem mais desculpa. Tem tudo na internet de graça”, aconselhou.

Todas essas mudanças causam transformações sem precedentes para o mercado. “Todas as marcas têm de entender que não seremos mais apegados a marcas e nem a empregos. Não existe mais espaço para amadorismo em nenhuma atividade.”

É importante lembrar, ainda, que além de o cliente cobrar diferenciação, ele pede inovação. É por isso que uma marca não sobreviverá caso não alie qualidade, preço, disponibilidade e renovação, por meio da inovação. “Ela tem de pulsar”, reforçou.

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