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Efeito Black Mirror: Como não tornar a segurança do 5G um pesadelo

Uma das séries de maior sucesso da Netflix, Black Mirror, alcança milhões de pessoas em todas as temporadas com a proposta de nos fazer refletir sobre a maneira com a qual lidamos com tecnologia. Embora seja classificada como entretenimento de horror, a série traz consequências possíveis para os avanços tecnológicos dos quais estamos cada vez mais próximos com a chegada da tecnologia 5G, que poderá chegar a uma velocidade até 20 vezes maior do que sua antecessora, o 4G.

The National Anthem

No primeiro episódio da série, originalmente criada em solo britânico, lidamos com um grande problema de segurança envolvendo o primeiro-ministro da ficção, que é avisado por seus assessores sobre o sequestro de um membro da família real. Para devolver a princesa, os sequestradores, que usam a tecnologia a seu favor, pedem que o personagem pratique e transmita ao vivo, em rede nacional, o ato de zoofilia. Enquanto buscam a melhor solução para o caso (tais como encontrar o IP dos responsáveis), tentam proibir que a informação seja divulgada nas emissoras de televisão, o que não funciona na internet, a terceira tela, onde o conteúdo já viralizou. A sinopse já mostra como a conectividade eficiente quebra todas as regras e não possui limites para as mais diversas intenções.

Na série, os personagens não têm problemas de conexão ou dificuldades com o uso da tecnologia, pelo contrário, tudo funciona tão bem que em algum momento o que é positivo se transforma em negativo, seja por excesso de uso, problemas de segurança ou mesmo uma utilização antiética. E, se por um lado a performance e a versatilidade do 5G podem trazer o lado bom deste cenário, por outro, devem exigir mais cuidados com a segurança, que deve ser adequada para proteger os serviços oferecidos e os usuários, que vão precisar se policiar melhor em relação às suas atividades online.

“Disseram que, se seguirmos as instruções deles, vai ficar tudo bem.”

Durante muito tempo, tudo era exatamente igual para os usuários de uma maneira geral. Em casa e no trabalho, todos usavam o mesmo sistema operacional, tinham a necessidade dos mesmos softwares e eram membros das mesmas redes sociais. Neste cenário, as soluções para os problemas mais comuns funcionavam para todos. Contudo, essa realidade está mudando com a chegada de tecnologias e recursos cada vez mais personalizados ao seu público-alvo, o que acaba por demandar mais atenção e diagnósticos mais específicos para cada caso na busca pela proteção.

O 5G veio para promover um futuro em que tudo estará conectado, de residências a vestuário, e isso significa que existirão inúmeros dispositivos conectados 24×7. E, diferente do 4G, que foi desenvolvido para dar conta do aumento de fluxo de dados que superava a capacidade de seu antecessor, ou do 2G, que foi criado para a transmissão de voz, o 5G está sendo estruturado para manter todos conectados com a melhor qualidade possível.

“A internet não tem cura.”

Talvez o caminho mais fácil seja retroceder ao invés de abrir ainda mais espaço para a conectividade “ilimitada” e seus problemas de segurança. Mas a verdade é que o único problema da tecnologia sempre foi a maneira como nos relacionamos com ela, algo muito bem exposto na série Black Mirror. É como se cada pessoa conectada tivesse possibilidades quase infinitas para fazer o que quiser. Tudo com seu devido preço e lembrando que nem tudo é perfeito, altas consequências se mostram inevitáveis.

Segundo pesquisa realizada pela A10 em parceria com a Business Performance and Innovation (BPI) no começo do ano, 94% das operadoras acreditam que as práticas de segurança atuais serão ineficazes com a chegada do 5G. Por isso as empresas estão dedicando seus esforços para criar soluções pensadas em todas as vertentes possíveis.

Com a conectividade mais veloz e todas as vantagens que chegarão com ela, precisaremos desenvolver uma melhor relação com a tecnologia para que o uso atenda as boas práticas. Portanto, devemos ser ainda mais cautelosos para não tornarmos a própria segurança um pesadelo.

*Heloisa Brites é Gerente de Vendas da A10 Networks Brasil

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