A primeira revolução tecnológica, no final do século 18, e a conquista do carvão, que possibilitou o comércio internacional são, sem dúvidas, marcos da humanidade. Um século depois, veio o avanço da indústria química. Agora, no final do século 21, vivemos um momento de furiosa revolução, a da inteligência artificial (AI). A trajetória da humanidade foi revisitada por Eduardo Giannetti, economista brasileiro, que participou da abertura do IT Forum 2018, realizado pela IT Mídia de 27 de abril a 1º de maio, na Praia do Forte (BA). O economista foi responsável por comandar o segundo capítulo da História do Amanhã, tema do encontro neste ano.
Giannetti lembrou que, agora, ao contrário das demais revoluções, a mudança em curso tem como produto o conhecimento e a produção de informações. “Foram todas grandes conquistas da humanidade, mas que também geraram problemas”, refletiu.
Quer alguns exemplos? Primeiro, as pessoas vivem mais, ultrapassando agora os cem anos de idade. Apesar de positivo, por ser reflexo direto do desenvolvimento da sociedade, esse cenário gera preocupações, como o do afunilamento da população que gera renda para a nação.
Outra é o avanço da inteligência artificial. “É uma grande conquista, mas um desafio ao mesmo tempo, porque é preciso repensar o trabalho. Como será a remuneração em um momento em que a economia está automatizada e as máquinas farão tudo? A ideia é que cada cidadão tenha renda garantida, independentemente de trabalhar ou não. Isso tem implicações e uma delas talvez seja que algumas pessoas não saberão o que fazer no tempo livre”, observou.
Giannetti citou um trecho da Encíclica Papal para resumir duas grandes preocupações da humanidade: os desertos externos estão aumentando, porque os internos estão se tornando vastos. Ele explica. “A humanidade impõe ao ambiente transformações cujas implicações não nos damos conta, como a destruição da humanidade, poluição, mudança climática etc, impactando a economia e as gerações futuras”, listou.
“Conquistas tecnológicas que parecem boas no início, podem ser danosas. O ar-condicionado, por exemplo, se tornou um bem acessível e seu custo caiu, mas expandiu brutalmente o consumo de eletricidade. A eletricidade usada apenas para alimentar aparelhos de ar-condicionado nos EUA é maior do que o uso da eletricidade para a África toda. É um efeito perverso do próprio avanço tecnológico”, sentenciou.
Sem falar, lembrou, do avião, que emite uma quantidade enorme de gás carbônico na atmosfera. “A emissão de gás carbônico de um avião para atravessar o Oceano Pacífico é maior do que a emissão de um indiano no meio rural. É muito extravagante e isso não é contabilizado. É de graça. O sistema de preços terá de ser corrigido. A história de amanhã completará a precificação do carbono, o preço relativo das coisas mudará.”
Já sobre o deserto interno, Giannetti relatou que ele é fomentado porque as pessoas estão mais preocupadas com suas posições relativas do que com o consumo direto que elas têm. “Ansiedade, descontentamento, pressão levam pessoas a ficarem muito insatisfeitas com suas vidas e isso se evidencia em indicadores concretos de deficiência mental”, revelou ele. E completou: “Conquistas são inegáveis, mas temos desafios de revertê-las no que importa: felicidade humana. Estamos longe de alcançar isso”, concluiu.
Para fechar a discussão na abertura do IT Forum, Leonardo Framil, CEO Accenture Brasil, lembrou que a questão da inteligência artificial não é sobre humanos versus máquinas, mas, sim, um quadro de colaboração. “Não se trata de um contra o outro. É como um pode ajudar o outro”, refletiu.
Segundo o executivo, nesse novo cenário, a experimentação é fundamental, pois entende o que será feito pelo homem e o que será feito pela máquina. Além desse ponto, ele também reforçou a necessidade de treinar pessoas para lidar com a AI, afinal, elas promovem o uso responsável dos sistemas, garantindo o alinhamento de questões éticas e morais.
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