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É hora de lidar com os dilemas éticos das tecnologias disruptivas

Já convivemos, há tempos, com o que chamamos de Inteligência Artificial, uma tecnologia na qual máquinas munidas de uma programação desempenham diversas funções. Com o avanço da tecnologia e o aumento da capacidade dos equipamentos de armazenar, processar dados em grandes quantidades, tomar decisões, entre outras inúmeras evoluções, surgem alguns impasses na esfera ética e até da segurança física.

As máquinas desempenham funções que humanos demorariam anos para realizar. De acordo com o Fórum Econômico Mundial existem diversas profissões que sofrerão fortes impactos com o advento das novas tecnologias.

Federico Pistono disse em seu livro “Os Robôs Vão Roubar Seu Emprego” que os algoritmos farão o nosso trabalho mais rápido, mais barato e com melhor desempenho.

O mundo atual está fazendo a transição da Era Industrial para a Digital, como ocorreu a transição da Agrícola para a Industrial, só que mais rapidamente. Os robôs serão considerados, em poucos anos, como uma opção de força de trabalho, como funcionários, terceiros e profissionais temporários.

A Quarta Revolução Industrial é caracterizada pela fusão de tecnologias que estão transitando entre o mundo físico, digital e biológico. A previsão é que seja movida por meio de uma internet extremamente veloz, sem barreiras entre os mundos físico e digital, com máquinas que executarão tarefas cada vez mais complexas, sem a intervenção humana.

Segundo o Gartner, no ano passado eram 8,4 bilhões de dispositivos on-line e até 2025, o número deve chegar a 82 bilhões. Incluindo smartphones, notebooks e também máquinas do mercado de saúde, energia, logística, eletrodomésticos, entre inúmeras outras aplicações.

Diversas questões ficam latentes com o risco da criação de uma “super inteligência” usando IA, algumas fantásticas e retratadas há anos por filmes e séries de ficção cientifica. O controle desta tecnologia se faz necessário, diante de inúmeras preocupações éticas e filosóficas. É importante ensinar esta “super inteligência”, além de controlar e criar regras de responsabilidade.

Pensem em situações como a perda de empregos dos motoristas com a popularização de veículos autônomos. Além deste problema, quem seria o responsável, caso ocorresse um acidente com vítimas? Com isso, é possível entender que a questão extrapola muitos dilemas da nossa sociedade.

São inúmeros os exemplos, como a vigilância por vídeo em tempo real nas cidades, que captura imagens, avaliadas por dispositivos aptos a apontar inclusive o estado emocional das pessoas, localização em determinados horários e datas, etc. Problemas como privacidade, permissão de acessos e usos desta informação, podem gerar infinitas discussões sobre segurança e ética. O mesmo vale para as tecnologias vestíveis e a impressão 3D, seu uso é muito controverso.

Como estamos no início deste processo evolutivo e para que isso não seja uma barreira para uma evolução necessária, além de benéfica, é preciso estar com os olhos abertos para que o impossível não se torne inevitável.

Cuidados que devem ser tomados, como seguir o princípio do benefício humano, para que as inteligências artificiais não desrespeitem direitos humanos, o princípio da responsabilidade, segundo o qual os poderes governamentais devem criar normas claras de responsabilidade jurídica envolvendo casos com inteligência artificial, princípio da transparência, além do princípio da educação e consciência, para mitigar os possíveis riscos do uso irregular da IA.

As tecnologias não são mocinhas, nem vilãs e muito menos vítimas, cabe aos humanos ter preocupações desde a concepção delas para evitar problemas. A ética e a moral são de fato temas complexos por natureza. Porém, nesta etapa do desenvolvimento tecnológico, cabe a nós adotar uma postura reflexiva frente ao avanço e impacto da internet, IoT, cloud computing, inteligência artificial, entre inúmeras outras tecnologias disruptivas.


(*) Reginaldo Back é Diretor Executivo da SinapseTech

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