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Do varejo à telecom: empresas dividem como a nuvem ajuda na inovação

A Oracle escolheu o Brasil como uma das cinco localidades para o Oracle Cloud World, evento focado nas soluções de nuvem da empresa. Realizado ontem (27), em São Paulo, o OCW contou com companhias de diferentes setores, como telecomunicações, mídia e varejo, para dividir como a jornada digital acelerou a inovação.

Varejistas se transformam

Entre os convidados da primeira palestra do evento, Juan Pajón, vice-presidente sênior global de tecnologia e negócios da Bimbo, contou que a companhia está se reestruturando e pretende finalizar com 96% da empresa rodando em aplicativos Oracle Cloud.

Pela natureza do negócio, a Bimbo tem uma extensa responsabilidade no processo de manufatura e distribuição de seus produtos, no qual a tecnologia do OTM (Oracle Transportation Management Cloud) auxilia a tornar essa etapa mais ágil, produtiva e sustentável. “Temos uma visibilidade de ponta-a-ponta com a Cloud, que no passado não tínhamos. E agora respondemos com a velocidade que o negócio precisa na tomada de decisões”.

Para Juan, a tecnologia chegou para transformar o negócio. Para ele, a tecnologia consegue abrir os olhos das empresas para elas conseguirem extrair o melhor delas mesmas. “A Bimbo já entendeu que a transformação digital faz parte do coração da empresa. Por isso, queremos democratizar a tecnologia levando a digitalização para outras áreas, pensando primeiro no objetivo de negócio, para só depois habilitar tecnologicamente isso”, encerra.

Leia mais: Alexandre Maioral: ‘Momento econômico faz buscar eficiência pela tecnologia’

Fabio Adegas Faccio, CEO da Renner, a tecnologia não é apenas um habilitador que está por trás da transformação, se não algo que também está à frente dos negócios, chegando até o cliente final. Antes, para superar a expectativa do cliente era necessário ter a presença física, baseada no produto e no atendimento presencial, mas esse conceito está mudando. Hoje, o atendimento é tecnológico e digital.

“A gente acredita que o ponto central é sempre ter o foco do cliente e não no cliente. Você olha do ponto de vista do cliente e constrói as soluções para trás. Às vezes a gente fica tentando adivinhar o que o cliente quer e acaba criando soluções que afogam o cliente, ao invés de ajudar”, alerta.

Novo momento da TIM

Em um projeto multicloud, a TIM está concluindo seu projeto de migração de 100% de seus sistemas de TI para a nuvem até o final do ano. Com isso, dois data centers, no Rio de Janeiro e em Santo André (SP), serão desligados.

“Nós vamos finalizar o projeto esse ano. Já estamos quase 100%, o que falta é a parte de OCS (tarifação online, em português), que será finalizado em julho. Depois, há um processo para tirar os servidores e limpar o data center e, até o fim de ano, devemos desligá-lo”, resume Auana Mattar, CIO da TIM.

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Outras etapas do processo (como migração de atendimento ou faturamento) já foram concluídas. Segundo a executiva, muito da migração foi impulsionado pela compra da Oi pela TIM. “Quando saiu o M&A, aceleramos sistemas que seriam críticos, como billing e cobrança, e deixamos outros sistemas críticos para mais para frente”, comenta.

Relembrando a crise dos semicondutores e da Guerra da Ucrânia, Auana afirma que se o início da jornada digital não tivesse começado em 2020, talvez a empresa não estivesse pronta para acelerar no ano passado, como aconteceu.

Banco também aposta em cloud

Assim como outras empresas, o Bradesco está em uma jornada digital pautada no multicloud. De acordo com Edilson Reis, diretor executivo da companhia, as visões diferentes dos fornecedores são essenciais para impedir a formação de viés. Para ele, ao ter diferentes opiniões, as decisões podem ser feitas com melhor direcionamento.

Os novos sistemas do Bradesco são ‘cloud first’, mas o legado não será migrado para a nuvem se não houver a necessidade efetiva. “No Bradesco, por exemplo, não migramos a conta corrente. Não achamos que seria viável ou relevante para o usuário. Nós fizemos uma modernização da arquitetura de mainframe e estamos satisfeitos com o desempenho. Mas aplicações como PIX, Open Finance e gerenciador financeiro estão 100% na nuvem”, afirma o executivo. Já os bancos digitais – Next, Digio e Bitz – estão 100% em cloud.

“Posso garantir que no Bradesco a opção pela cloud foi de negócios e não de tecnologia. Os novos sistemas virão todos em cloud, mas o legado não vai migrar por migrar. Vamos avaliar os custos, a necessidade e a demanda para o nosso correntista. Hoje 35% dos workloads já estão na nuvem. Nós já percebemos que a nuvem acelerou em até quatro vezes a nossa entrega, então é um caminho sem volta”, complementa Edilson.

Entre as migrações em parceria com a Oracle, está o planejamento financeiro de todas as agências da instituição financeira. Com a Oracle, o Bradesco trabalha o planejamento financeiro das quase 10 mil agências. “Temos de integrar todo o processo das agências para nosso sistema e a Oracle está nos ajudando a organizar os dados”, diz ele. Também há a migração dos Bancos de Dados para a nuvem.

Mídia com tecnologia

A Oracle é a provedora de cloud responsável por toda a área corporativa da Globo. Renata Pessoa, diretora de soluções corporativas da companhia, explica que, além dos setores tradicionais, como finanças, suprimentos, logística, entre outros, há outras especificidades. Devido à produção de conteúdo, também são necessárias aplicações de ERP para, por exemplo, entrada e saída de objetos para gravação e HCM para regras específicas de contratação de talentos artísticos.

“A nossa estratégia com a Oracle já foi 100% finalizada. Mas, em um olhar mais amplo de jornada digital, ainda não terminamos. Iniciamos há algum tempo, mas tivemos uma aceleração maior nos últimos dois anos”, resume Renata. De acordo com ela, a ideia não é, necessariamente, levar tudo para a nuvem, mas o que fizer sentido.

Saiba mais: Empresas testam as águas do metaverso e se preparam para potencial futuro

“Determinados sistemas, você visualiza que terá uma transformação tão grande naquele tipo de processo que faz sentido deixá-lo para a última onda ou transformar como se faz esse processo. Não existe uma meta de término, mas um olhar estratégico de gestão de custo e eficiência”, alerta Renata.

Entre os resultados tangíveis, a executiva afirma que o fechamento mensal financeiro já está 18% mais rápido em relação ao on-premise e que a Globo espera reduzir 40% em comparação ao período antes da cloud até o fim do ano. Além disso, o tempo para aprovar e assinar um contrato diminuiu 47%.

“A nuvem viabiliza a inovação, porque sem rapidez e um sistema que não consegue suportar o que o negócio está buscando, você trava a empresa. Tecnologia é uma parte core da empresa, tanto que a gente tem uma cultura e uma busca por ser uma empresa midiatech”, frisa Renata.

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