Digitalização é o primeiro passo para novo patamar tecnológico da Indústria 4.0

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9:10 am - 12 de dezembro de 2016
Digitalização é o primeiro passo para novo patamar tecnológico da Indústria 4.0

Hoje, a ideia visionária de Indústria 4.0, ou Smart Manufacturing (Fabricação ou Manufatura Inteligente) ou Internet Industrial, para citar alguns, é promovida constantemente por diferentes atores para descrever a tendência de digitalização, automação e aumento da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no ambiente de produção.

Indústria 4.0 é uma tendência associada a um conjunto de tecnologias que permite, em última instância, a conjunção da Automação da Produção da Indústria com a Digitalização do Produto, dos Processos e dos equipamentos.

A digitalização é o primeiro passo para a indústria entrar nesse novo patamar tecnológico. Em outros países como Alemanha, China, Coreia do Sul, Japão e EUA nos quais a Indústria 4.0 está mais avançada, ela já propiciou aumento da produtividade, redução de custos de manutenção de equipamentos, consumo de energia e aumento da eficiência do trabalho.

No Brasil, o cenário da Indústria confere ao empreendedor o acúmulo de prejuízos, repercutindo no preço dos produtos para o consumidor ou até mesmo inviabilizando o investimento e a respectiva produção. No momento atual de incertezas, as carências na área de industrialização poderão ser o principal gargalo para esse desenvolvimento.

No País, existe, ainda, a carência da demanda de investimentos, refletida na diminuição da capacidade da Indústria para obras de infraestrutura e edificações. Dessa forma, acumulou-se enorme déficit nesse domínio. O desenvolvimento da Indústria 4.0 no País representa alternativa importante para contribuir com a solução desse problema.

Por outro lado, nos últimos anos, houve aumento marcante na cooperação entre setores público e privado para o desenvolvimento de inovações tecnológicas em outros países. Nos países europeus, como Alemanha, esse é um resultado direto dos esforços para aumentar a qualidade e a eficiência das empresas, propor uma alternativa de funding para a insuficiência dos recursos financeiros do setor público e privado para cobrir as necessidades de investimento e a um anseio de alcançar eficiências exigidas pelo mercado.

Entre os principais desafios neste momento do País, na visão de Renato da Fonseca, gerente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), está a aproximação de especialistas e indústria para ampliar o conhecimento sobre os ganhos que podemos ter com a mudança de patamar da indústria. “É necessário identificar as aplicações industriais nacionais que podem se beneficiar mais com o avanço tecnológico”, diz.

Além disso, o governo, por sua vez, precisa contribuir para o aumento da digitalização dos produtos no Brasil, além de promover a infraestrutura digital (permitindo o acesso à internet com alta velocidade e qualidade, condições intrínsecas para o acesso às tecnologias da internet das coisas), investindo e estimulando a capacitação profissional e também a criação de linhas de financiamentos específicas.

Sinteticamente, a Indústria 4.0 proporciona ganhos de natureza sistêmica porque promete:

1. Utilizar a expertise administrativa do setor de software na alocação de recursos, produção de componentes e no gerenciamento das obras;

2. Controlar etapas e processos produtivos.

3. Estabelecer requisitos de performance associados ao equipamento, garantindo a manutenção adequada no tempo estabelecido a prestação de serviços de qualidade e segurança aos usuários.

Adicionalmente, a nova febre de empresas startups possibilita investimentos para um novo nicho de mercado, ou seja, tecnologias de pequeno e médio portes, que por sua vez, a modalidade de automação robusta não atende.

Por fim, acredito nessa onda de novas tecnologias que possibilitem a melhor utilização das máquinas, equipamentos e processos garantindo uma aplicação mais eficiente na cadeia da Indústria da Construção. E dessa forma, as empresas do setor da Construção alcançarão níveis mais eficientes de produção e competitividade, melhorando o suporte às decisões de nível tático, tanto no ambiente da empresa quanto dos empreendimentos da construção.

*Uirá Falseti é diretor da Upsoul

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