Dez previsões para a área de TI nos próximos anos, segundo o Gartner

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5:08 pm - 07 de outubro de 2014
Dez previsões para a área de TI nos próximos anos

O Gartner revelou suas principais previsões para o setor de
Tecnologia da Informação (TI) em 2015 e nos próximos anos. As tendências
apontadas pelo instituto de pesquisas indicam uma mudança nas antigas relações
entre o homem e a máquina devido ao surgimento de negócios digitais.

“Há algum tempo registramos mudanças em curso nos
papéis que as máquinas desempenham em nossas vidas”, comenta Daryl
Plummer, vice-presidente e analista do Gartner. “Máquinas baseadas em
computação serão agora usadas para experiências que ampliam os esforços
humanos. Elas assumem características mais humanas e criam um relacionamento
mais personalizado com os seres humanos”, completa. Segundo ele, esse cenário
mostra que, em um futuro próximo, máquinas e seres humanos serão colegas de
trabalho e, possivelmente, até mesmo codependentes.

Veja abaixo dez previsões do Gartner para os próximos anos.

1) Em 2018, negócios digitais vão demandar 50% menos
trabalhadores focados em processos de negócios e 500% mais profissionais para
tarefas-chave de negócios digitais em comparação com modelos tradicionais

No final de 2016, 50% das iniciativas de transformação
digitais serão incontroláveis devido à falta de competências de gestão de
portfólio, levando a uma perda de market share por parte das empresas. A rápida
evolução das mídias sociais e de tecnologias móveis vão conduzir o
comportamento do consumidor. Essas tendências vão mudar significativamente a
forma como vivemos. Por exemplo, geladeiras vai solicitar alimentos assim que
eles acabaram, robôs vão recolher os mantimentos e drones vão entregá-los em sua
casa, eliminando a necessidade de funcionários em supermercado e motoristas
para entrega. O novo ambiente de negócios digital irá mudar profundamente os
processos de negócios.

2) Em 2017, um negócio digital disruptivo será criado a
partir de um algoritmo de computador

Até 2015, a previsão do Gartner é a de que as ofertas
públicas iniciais de ações (IPOs) mais valorizadas envolverão empresas que
combinam mercados digitais com logística física para desafiar ecossistemas
empresariais legado físicos.

A economia mundial tornou-se madura para a disrupção
digital, como evidenciado por empresas como Uber e Airbnb, que estão
interrompendo o transporte terrestre e hotéis, respectivamente. Uma vez que
tais companhias apresentam efeitos de rede (ou seja, seu valor aumenta a cada
novo participante) tendem a formar monopólios naturais, mas são desafiadas por
uma dinâmica de regulação e de um mercado complexo.

3) Em 2018, o custo total de propriedade para as operações
de negócios será reduzido em 30% com o apoio de máquinas inteligentes e
serviços industrializados

De acordo com o Gartner, em 2015, haverá mais de 40
fornecedores com ofertas de serviços gerenciados disponíveis no mercado,
aproveitando máquinas inteligentes e serviços industrializados.

Consumidores querem obter melhores produtos e serviços a
qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer canal. Esse quadro está
alimentando a revolução de negócios digitais. Os processos de negócio e de toda
a cadeia de valor vão mudar de um paradigma baseado em trabalho e habilitado
para a tecnologia para um modelo baseado no digital e habilitado para o humano.

Máquinas inteligentes não vão substituir os seres humanos,
já que pessoas são fundamentais para a interpretação de resultados digitais. A
preferência dos consumidores será pelo mundo digital. Por isso, empresas vão
direcionar esforços para melhorar a experiência do cliente por meio da
simplificação e da automatização. Processos também serão mais inteligentes,
minimizando intervenções manuais e permitindo ao consumidor o autoatendimento.

4) Em 2020, a expectativa de vida em todo o mundo vai
aumentar meio ano devido à adoção generalizada da tecnologia de monitoramento
de saúde sem fio

Em 2017, acredita o Gartner, os custos com cuidados para
diabéticos vão cair 10% a partir do uso de smartphones.

Monitores wearables vão sustentar essa promessa. Hoje, uma
pulseira simples pode colher dados sobre batimento cardíaco, temperatura, entre
outros. Monitoramento cardíaco sem fio, camisas inteligentes e sensores em acessórios
prometem ter mais precisão. O Gartner espera que dados de dispositivos de
monitoramento remoto forneçam informações valiosas para pacientes e médicos.

6) Em três anos, 50% da receita do comércio digital dos EUA
virá do mobile

A curto prazo, isso significa que o pagamento móvel ganhará
impulso em 2015, juntamente com a expansão do mobile commerce – que será motivada
em grande parte pela entrada do sistema de pagamento mobile Apple Pay no
mercado, bem como outros concorrentes, e pela ampliação dos esforços do Google
para aumentar a adoção do Google Wallet, baseado em NFC.

O fato é que os dispositivos móveis serão cada vez mais
utilizados para a realização de transações à medida que fabricantes e
desenvolvedores de aplicações consigam aperfeiçoar questões de usabilidade, funcionalidade
e segurança. Por sua vez, provedores de serviços e varejistas deverão ser
capazes de oferecer experiências de compra conectadas, independente do canal
escolhido.

7) Em 2017, cerca de 70% dos modelos de negócios digitais bem-sucedidos
serão baseados em processos flexíveis o suficiente para se adequarem conforme
as necessidades dos clientes mudam

Até o fim do próximo ano, 5% das organizações de todo mundo
desenharão processos flexíveis que irão garantir vantagem competitiva, estima o
Gartner. Esses processos instáveis e capazes de serem manobrados facilmente,
como descreve a consultoria, serão criados para se ajustarem às necessidades dos
consumidores de maneira ágil. Eles são fundamentais para apoiar interações
imprevisíveis do consumidor que, por sua vez, exigem a tomada de decisões para
capacitar a continuidade dos processos mais rígidos. Isso contribuirá para a
criação de uma organização capaz de mudar de maneira mais fluida para alcançar
o sucesso do negócio digital.

8)  Em três anos,
metade dos investimentos em produtos de consumo será redirecionado para
inovações na experiência do consumidor  

O Gartner aponta que já no fim do próximo ano metade dos
produtos tradicionais de consumo terão extensões digitais nativas. A
competividade, que antes era definida por vantagens oferecidas em produtos e
serviços tradicionais, hoje é decidida pela experiência de consumo ofertada. No
mercado de produtos de consumo essa pressão é ainda maior, já que hoje
consumidores conseguem acesso a informações sobre produtos e preços de
commodities de maneira muito fácil, prejudicando a fidelidade à marca. Considerando
que não faltam alternativas concorrentes e que a inovação dos produtos está
sujeita à maior comoditização, inovar na experiência oferecida ao cliente será
a chave para garantir fidelidade.

9) Em 2017, quase 20% dos bens duráveis ??oferecidos por
varejistas on-line vão usar impressão 3D para criar ofertas personalizadas de
produtos  

Em alternativa a processos fabris tradicionais, a impressão
3D permite a entrega de produtos mais personalizados e customizados com mais agilidade.
O recurso já apresenta profundo impacto sobre a ativação de startups,
especialmente no que diz respeito à redução dos custos de infraestrutura. É um
novo sistema de negócio que exige uma cultura corporativa capaz de suportar produtos
com outras conformidades, capacidades de criar novos escritórios
“concierge”, back office de TI e operações.  

10) Em 2020, as empresas de varejo que utilizam mensagens direcionadas
combinadas com sistemas de posicionamento internos (IPS) aumentarão as vendas
em 5%

Segundo o Gartner, até 2016 veremos um aumento no número de
ofertas dos varejistas baseadas na localização do cliente e no tempo de
permanência deles na loja. O marketing digital aposta cada vez mais em
publicidade móvel e análises avançadas para aproveitar as oportunidades trazidas
pelo aumento do uso de dispositivos móveis. Hoje é possível criar anúncios
altamente direcionados com base em compras recentes, hábitos de compra, cidade
de residência e interesses. Nesse contexto, a localização atual do cliente é um
das mais importantes pistas, mas que ainda tem sido pouco aproveitada.

À medida que sistemas de posicionamento internos (como
beacons) se popularizam, os profissionais de marketing vão direcionar cada vez
mais suas ações pela localização do cliente na loja. Além disso, o IPS presente
dentro dos dispositivos móveis mais recentes permitirá identificar a localização
para enviar sugestões por meio de anúncios e mensagens direcionadas. 

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