Desafios regulatórios e de infraestrutura dificultam 5G no Brasil

A tecnologia 5G, próxima geração da telefonia celular esperada para chegar ao País em 2020, representa uma grande revolução tanto aos consumidores, que serão beneficiados com internet ultra rápida, de baixa latência e com alta confiabilidade de rede, como às empresas, ao abrir possibilidades de negócios com IoT. No entanto, os caminhos para que a novidade seja de fato implementada no Brasil ainda são tortuosos e de obstáculos, conforme debateram especialistas durante painel realizado nesta quarta-feira (04/10), no Futurecom 2017, maior evento TIC da América Latina.

Os executivos foram unânimes em apontar os três principais desafios para o 5G virar realidade no País: ampliar o número de antenas, construir redes de fibra ótica e liberar mais faixas de espectro para a oferta dos novos serviços. Leonardo Capdeville, CTO da TIM, salientou que cada operadora tem em média no Brasil 18 mil antenas, número muito inferior do que em países como EUA (100 mil), ou China, (1,5 milhão). “O número de antenas no País é insuficiente e mudar este cenário é fundamental para chegarmos no 5G”, comentou.

Ao mesmo tempo, o executivo lembrou que muitas cidades possuem regras locais que não possibilitam a implementação de novas antenas. Da mesma opinião, Márcio Estefan, vice-presidente de negócios da Algar Telecom, acrescentou que a nova regulamentação da Lei das Antenas torna isso muito difícil. “É fundamental que o órgão regulador nos ajude a facilitar essa implantação. Na parte de fibra ótica temos que conectar todas as torres por fibra e o processo de obter licença de construção é moroso. Precisamos de diversas frentes de trabalho para simplificar e incentivar a construção de infraestrutura, pois o cliente vai exigir mais qualidade de rede”, argumentou.

Na visão de Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro, para abrir caminho para o 5G deve-se primeiro antecipar a liberação da frequência de 700 MHz para a rede 4G. “O 5G é um grande avanço mas vai ocorrer de forma limitada e espaçada. Serviço móvel de telefonia celular tem que ter antena e para isso tem que mudar a lei”. Ao começar a implementar uma rede de última geração 4,5G em São Paulo e no Rio de Janeiro, a operadora tem perspectiva de ir pro 5G com muito mais força.

Questionado sobre a participação da Anatel em auxiliar a entrada do 5G no Brasil, o conselheiro diretor, Igor Vilas Boas, declarou que a agência tem um papel importante a desempenhar na gestão mais ousada do espectro, mas que é algo a ser feito em escala global. “Acho que diante do impacto que a tecnologia pode proporcionar e do amadurecimento que as pessoas têm sobre as faixas elevadas, o Brasil poderia sim discutir a antecipação e definição de algumas faixas”, completou.

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