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Desafios dos bancos e fintechs para concessão de crédito em 2023

Recentemente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reportou dados a respeito do franco crescimento do mercado de empréstimos na América Latina. Os motivos para esse aumento são diversos, mas um dos principais está relacionado à questões internas dos países, como a inflação, que reduz o poder de compra do consumidor.

Desta forma, com o dinheiro comprando menos, os consumidores recorrem a empréstimos e outros instrumentos financeiros para, por vezes, adquirir bens ou mesmo reequilibrar o orçamento doméstico. Segundo estudo nacional da Boa Vista**, a demanda por crédito ao consumidor aumentou 4,5% este ano. Outro levantamento, realizado pela Serasa Experian, mostrou que o aumento foi ainda maior: o índice chegou a 19,4% em 2022, registrando a elevação mais significativa desde 2008.

Olhando para este mercado, quando analisamos as fintechs e as instituições financeiras parece haver uma preocupação na hora de conceder empréstimos. Segundo um levantamento realizado pela FIS, em média, 85% dos consumidores do Brasil são indeferidos em seus pedidos de crédito – mas é comum encontrar taxas de rejeição entre 95% a 98%. Este número elevado revela que há uma fragilidade no atual método de análise de crédito, já que essa rejeição não ocorre porque os consumidores são considerados “de risco”, mas sim pelo modelo de liberação de crédito ainda utilizado pelas instituições financeiras, em sua maioria.

Com este ritmo e a forma de análise das solicitações de crédito, constrói-se barreiras para o acesso a um padrão de vida melhor, investimentos, ou mesmo obter um simples “empréstimo-ponte” para ajudar com as pressões inflacionárias do dia a dia. Ao rejeitar essas pessoas, as instituições financeiras, em geral, perdem milhões de reais por ano.

Atualmente, a análise de risco é feita usando três métodos: abordagens históricas, transacionais ou relacionais. A análise de histórico é a mais antiga e funciona, basicamente, comparando-se pagamentos anteriores X possíveis comportamentos futuros.

Traduzindo: você precisa de crédito para obter crédito. No entanto, com um alto índice de rejeição é muito provável que esta não seja a melhor alternativa para análise do perfil dos consumidores. Já as soluções transacionais – verificam os históricos de pagamentos e compras, mas são péssimas para medir resultados de riscos financeiros individuais – pois a solução deste diagnóstico é abstrata à realidade. E por fim, os métodos relacionais trazem a abordagem “você é o que seus amigos são”, que traça um perfil geral, e não individual, do consumidor. Mas, obviamente, não somos os nossos amigos.

O resultado dessas três principais análises, são basicamente três grupos, os grupos dos “claro que sim” para empréstimos, o grupo dos “claro que não”, e uma grande porção dos “talvez” ou área cinza. Como vemos, há uma clara barreira relevante de acesso ao crédito, uma vez que os métodos empregados para análise de risco não oferecem uma abordagem real da capacidade de um indivíduo em cumprir com o contrato firmado para um empréstimo (Big Data).

Papel do Small Data na concessão de crédito

Neste cenário, o Small Data – estratégia voltada à qualidade dos dados coletados, e não no volume -, cria uma matriz única para cada consumidor que se manifesta em resultados binários. Com esse tipo de análise, é possível prever se o solicitante vai cumprir ou não com o seu contrato. E a ferramenta da Neener Analytics***, exclusiva para o mercado da América Latina, analisa as condições e domínios que cada ser humano possui, construindo uma matriz de conformidade regulatória exclusiva para cada indivíduo, e que se manifesta em Resultados pagará/não pagará.

A inteligência artificial cognitiva construída pela startup americana é uma solução onde o consumidor é o criador, proprietário e comerciante de seus próprios dados. E eles os compartilha com quem quiser, e sempre que quiser, para uma troca de valor compreendida. Esta é uma tendência de solução de inteligência artificial que vem se consolidando com dois tipos de resultados: (1) aumento de aprovação, e (2) redução da inadimplência.

Sendo assim, o desafio do crédito está posto. E para competir pelas gerações Y e Z, bancos, fintechs e instituições financeiras em geral deverão contar com uma nova abordagem, com ferramentas de inteligência e Small Data que auxilie a reavaliar os quase 90% de consumidores que entram na fila da “rejeição”- e que poderiam estar ajudando a economia a girar. Quem entender isso mais cedo, certamente, terá vantagens no concorrido mercado de empréstimos no século XXI.

** Boa Vista Serviços

*** Fintech | Fintech Company | Financial Technology | FIS (fisglobal.com)

**** NeenerAnalytics.com – Neener Analytics – HOME

*Marcus Dantas é head de Pré-Vendas da FIS para América Latina

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