Dados de clientes têm valor monetário, mas empresas ignoram fato
Muitas organizações não enxergam os dados de seus clientes como um ativo corporativo e, assim, o valor monetário dessa mina de ouro é muitas vezes ignorado, avalia o instituto de pesquisas Gartner.
Na visão de Douglas Laney, vice-presidente e analista do Gartner, negócios digitais estão tendo impactos significativos sobre os dados dos clientes. Dados coletados a partir de dispositivo móveis e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) estão ampliando radicalmente o escopo do perfil do cliente.
Embora algumas organizações já invistam em tecnologias de analytics e big data para entender e levar valor para seus clientes, muitas organizações não têm modelos de negócios estruturados para rentabilizar os dados de seus consumidores.
O Gartner recomenda que organizações apliquem princípios de infonomic, disciplina emergente de contabilização de informação, para os dados de seus clientes, gerenciando-os como um ativo corporativo.
“Organizações devem utilizar as avaliações dos dados de seus clientes como base para a priorização de investimentos em tecnologias que os ajudem a adquirir, manter, enriquecer, arquivar e aplicar informações. Eles também devem calcular casos de negócios completos ao projetar produtos de monetização”, aconselha Laney. Ao fazer isso, de acordo com o analista, companhias serão capazes de apresentar provas concretas de seus ativos informacionais.
Há, no entanto, alguns obstáculos à monetização dos dados de clientes, como privacidade de dados. Organizações devem avaliar os riscos associados em relação à posse de dados e privacidade ao desenvolver um modelo de negócio para rentabilizar os dados dos clientes. Os produtos devem, então, ser concebido com base no nível de tolerância de risco da organização.
As empresas devem determinar uma tolerância ao risco em relação à forma que eles querem monetizar os dados do cliente. Por exemplo, se eles querem ou não projetar produtos usando dados pessoais anônimos ou agregados.