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Cultura, infraestrutura e processos são bases da transformação do Inter

Quando um negócio está bem estabelecido, é comum que muitas corporações se esqueçam de checar e até atualizar toda a sua infraestrutura. A situação pode ficar ainda mais complicada porque, diariamente, surgem tecnologias que podem ou não tornar processos um pouco mais antigos em obsoletos.

Esse foi um dos cenários enfrentados pelo Banco Inter, em 2016, quando a instituição se deparou com uma situação que fez a empresa levantar a seguinte pergunta: onde crescer a infraestrutura? Para explicar como essas mudanças foram implementadas, o IT Forum 2019 recebeu Guilherme Ximenes, CIO do Banco Inter, para ministrar o bate-papo “Entre o novo e o legado: disrupções demandam atualização da infraestrutura”, onde detalhou como foi o plano de reestruturação da entidade nos últimos três anos.

Desmembrando o processo de transformação digital

Segundo Ximenes, todo o funcionamento do Banco Inter é baseado em três pilares fundamentais: inteligência de dados, plataforma digital e gestão do relacionamento (CRM). Estas, por sua vez, geram toda a ramificação de produtos e serviços oferecidos pela companhia, incluindo seguros, crédito corporativo, cartão de crédito, entre outros. A partir daí, a instituição elaborou outras três bases para iniciar a transformação digital na empresa como um todo. São elas: time e cultura, infraestrutura e tecnologia, e processos.

Em time e cultura, Ximenes afirma que o CEO é o promotor da inovação e um grupo de colaboradores coordenam os SQUADs com times multifuncionais e metodologia ágil para entregar evolução de forma constante. Todos trabalham em um ambiente criativo, com tecnologia escalável e resiliente, e resolução orientada pela visão sustentável do negócio. “A parte de pessoas é muito importante, pois, quando se tem um time engajado e com propósito, conseguimos alcançar os objetivos”, disse.

Já na parte de infraestrutura e tecnologia, o CIO do Banco Inter contou que o consumo mostrou que a expansão dessa área seria mais do que necessária – e no curto prazo. Também foi identificado que não bastava apenas aumentar em escala a infraestrutura já existente, uma vez que picos concentrados de demanda poderiam colocá-la em risco. Isso foi sentido há três anos, quando o número de novas contas abertas por dia cresceu de maneira estrondosa.

Ximenes também afirma que a migração para nuvem foi um processo bem minucioso e feito por etapas. Na primeira onda, em 2016, tratava-se apenas de uma infraestrutura básica. No ano seguinte, incluiu sistemas periféricos e aplicativos transacionais. Mais recentemente, no final de 2018, o core banking foi adicionado, aumentando o número de serviços oferecidos e suportados pela infraestrutura.

Quanto aos processos, Ximenes destaca principalmente o alto nível de automação, tornando as tarefas mais repetíveis, mensuráveis e previsíveis. “Com processos cada vez mais automatizados e independentes, conseguimos reduzir os riscos de toda a infraestrutura”, comentou. Ele também afirma que aplicativos em produção podem ser facilmente ajustados para acomodar novos cenários e/ou erros, e que os mecanismos acontecem de forma contínua.

Os resultados

Juntando todos esses elementos, Ximenes explica outros processos no Banco Inter ficaram muito mais práticos e eficientes. O monitoramento em tempo real, por exemplo, é um deles, pois disponibiliza performance e segurança 24 horas por dia, sete dias por semana. Também permitiu o uso de plataformas adicionais, como Docker e Kubernetes. Como a infraestrutura é 100% baseada em cloud, os custos ficam menores e a eficiência é otimizada.

Para se ter uma ideia, no início de 2018, foram abertas 350 mil contas digitais pelo Banco Inter. Em setembro do ano passado, o número pulou para 1 milhão. Agora, está em 1,5 milhão de novas contas abertas somente em janeiro de 2019.

Ximenes finaliza dizendo que isso só foi possível graças a uma reestruturação de times, pois as pessoas é quem fazem toda a ação acontecer. “Saímos de uma estratégia de um único time fechado e segregamos equipes para cada elemento de uma aplicação, sempre levando em conta os processos em arquitetura em nuvem. Ao fazer uma fundação, uma base bem feita, você consegue entregar um resultado muito mais interessante. Por isso, é preciso valorizar a importância dos arquitetos e programadores”, conclui.

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