Cultura global, acerto local: SAP Labs Latin America vence GPTW TI e Telecom 2018

Companhia conquista primeiro lugar no ranking das grandes empresas com foco na cultura, encarregando os funcionários a promoverem melhorias

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9:40 pm - 18 de outubro de 2018

Figurando há anos entre as melhores empresas para se trabalhar no setor de tecnologia da informação e telecomunicações do GPTW, a SAP Labs Latin America lidera o ranking de 2018 entre as grandes empresas. Para Adriana Kersting, diretora de recursos humanos do laboratório gaúcho vinculado à multinacional alemã, a cultura de melhoria contínua é a responsável pela série de resultados positivos. Trata-se de um programa aplicado localmente, porém de dimensões globais.

Todos os anos, um comitê local formado por funcionários do SAP Labs de todas as áreas, mais o RH, trabalha em um plano de ação baseado na pesquisa de satisfação mundial da companhia, aplicada em todos os 190 mil colaboradores espalhados pelo mundo. Os resultados obtidos com o time local servem de base para as ações de melhoria.

Eles tentam formular programas e projetos que melhorem itens com desempenho abaixo do esperado. Para isso são usadas metodologias como Design Thinking aplicada ao RH, sempre envolvendo funcionários voluntários. Foi assim que surgiu, por exemplo, uma sala em que as colaboradoras que retornam da licença-maternidade podem fazer a retirada do leite em ambiente privado e com equipamentos próprios.

“Em vez de o RH se sentar em uma sala e dizer o que precisam, nós deixamos que elas decidissem”, explica Adriana. “Essa iniciativa veio delas, que vivenciaram a volta ao trabalho e sentiram falta de um local adequado para retirada do leite materno.”

Essa melhoria contínua se aplica também ao desenvolvimento dos colaboradores. Há um esforço muito grande na evolução dos talentos internos: 90% das lideranças atuais ingressaram, cresceram e assumiram posições organicamente. Ou seja, raramente a organização vai ao mercado recrutar gestores, tendo vivenciado a “cultura SAP” praticamente desde o início de suas carreiras. “Eles se sentem à vontade para trazer ideias e sugestões que contribuam com a melhoria do ambiente”, pondera a diretora.

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Aposta local

Desde a fundação do SAP Labs Latin America em 2006, na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, o foco sempre esteve na contratação de talentos nas universidades da região. Atualmente, 96% dos funcionários são locais, enquanto os outros 4% são oriundos de outros países. São 1,1 mil no total, com perspectiva de alcançar 2 mil em 2020 graças ao novo prédio em construção no Parque Tecnológico da Unisinos, na mesma cidade, ao custo de R$ 120 milhões.

São inúmeros programas de parceria, além de participação em seminários e visitas de estudantes, além de presença em redes sociais. O objetivo é captar estagiários, fonte importante de talentos para o SAP Labs. Os programas têm taxa de conversão de 75%.

“Buscamos pessoas que amem tecnologia e busquem inovação, sejam criativas. Nosso ambiente sempre foi pensado para fazer as pessoas se sentirem à vontade, criarem e serem inovadoras”, conta a executiva, salientando que alta rigidez de horário e tarefas tolhem pensamentos, ideias e melhoria de processos. Por isso, a flexibilidade e a autonomia fazem parte das condições de trabalho.

A oferta de crescimento também é um aspecto importante. Praticamente todas as vagas são abertas internamente. É uma política da empresa. Isso faz com que os funcionários busquem oportunidade de crescimento em suas ou em outras áreas. Os feedbacks que pavimentam esse crescimento são fornecidos ao longo de todo ano e em grande número por meio de conversas informais. Para o desenvolvimento de carreira, são usadas ferramentas de RH globais, que incluem coaching, mentoring e aconselhamento de carreira.

Além disso, a cada ano são reformulados portfólios de treinamento e desenvolvimento compostos de um pilar técnico e outro de negócios, para que todos possam estar alinhados. As chamadas soft skills também fazem parte do currículo, e buscam aprimorar os profissionais na forma de se comunicarem, negociarem e apresentarem tópicos para o público.

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Adriana Kersting, diretora de recursos humanos

Programas para lideranças recebem atenção redobrada. “Afinal, nossos líderes cresceram aqui dentro, não tiveram oportunidade de liderança antes, e precisamos ter certeza de que vão gerenciar bem os times”, pondera Adriana. Ao longo de 2017, cerca de 25% dos funcionários do SAP Labs foram promovidos, ou 202 pessoas.

Diversidade

Um ponto importante no cultivo do bom clima organizacional da SAP Labs é o estímulo à diversidade. Há grupos específicos, chamados Networks, em que os funcionários podem ingressar voluntariamente para lutar por causas que julguem importantes.

Há uma rede que busca alavancar a carreira de mulheres na tecnologia, outro para funcionários LGBT, outro que busca aumentar a participação de afrodescentes e um quarto, que deriva de uma política global da SAP, voltada para autistas que são desenvolvedores (são quatro no SAP Labs Latin America). Aproximadamente 300 funcionários estão engajados nessas redes.

A política de networks é global, assim como a cultura da companhia, cujos objetivos e princípios são os mesmos em qualquer lugar do mundo. “O que fazemos localmente é adaptar essas práticas para as necessidades da cultura e do público brasileiro”, conta a executiva. “Hoje, nossa média de idade é de 28 anos. A matriz alemã tem média mais alta, de 37 ou 38 anos. Preciso ter iniciativas diferentes aqui.”

Top 3 entre as Grandes no ranking GPTW TI

1º SAP Labs Latin America
2º Dell EMC
3º Telefônica | Vivo

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