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Cultura data driven está engessada nas companhias, diz estudo

Apesar do valor inerente da tomada de decisões baseada em dados, os profissionais capacitados são subutilizados pelas empresas brasileiras. Uma pesquisa encomendada pela Alteryx, especialista em automação analítica, revelou que há disponibilidade de pessoas aptas para analisar dados nas organizações, mas falta aplicar os insights obtidos na condução de projetos digitais e ampliar o uso deste recurso para além das lideranças.

O estudo revela que colaboradores em posições seniores com habilidades e facilidade com dados acabam passando a maior parte do trabalho em operações manuais e demoradas. Esse tempo, contudo, poderia ser gasto de forma mais eficaz em outras tarefas, aponta a pesquisa, que entrevistou 507 trabalhadores da área de dados em organizações com mais de 500 funcionários em todo o Brasil entre junho e julho.

A grande maioria dos trabalhadores que atuam com dados possui habilidades acima da média em limpeza (72%), manuseio (72%) e combinação (74%) de dados. Essas capacidades, contudo, esbarram na falta de democratização de dados nas organizações.

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Segundo Alan Jacobson, chief data and analytics officer da Alteryx, esses índices deixam claro que esses funcionários são capazes de gerar valor dos dados tanto para impulsionar novas estratégias, quanto para otimizar ainda mais o negócio. A realidade, no entanto, mostra um descompasso.

Um terço dos executivos C-Level e presidentes gasta pelo menos um dia de trabalho completo na semana executando essas tarefas. Em comparação, apenas um em cada dez trabalhadores de níveis hierárquicos inferiores dedicam tempo semelhante a essas atividades.

De acordo com o estudo, as organizações devem priorizar o desenvolvimento de uma cultura de dados eficaz para tornar o negócio mais eficiente. Apesar da falta de trabalhadores qualificados na área, as restrições excessivas de acesso aos dados podem deixar muitas companhias para trás nessa corrida.

“Para que o valor ideal seja entregue, a liderança deve primeiro democratizar o acesso aos dados, ferramentas analíticas e treinamento – permitindo que outros obtenham insights sobre a condução dos negócios”, alerta Alan Jacobson. O mapeamento pontua, ainda, que somente 29% dos funcionários sem cargos de liderança tem apoio de colaboradores mais seniores para cumprir a tarefa de agregar valor através de dados. Somente 32% possuem acesso ao treinamento apropriado e 37% têm acesso às ferramentas de que precisam para analisar adequadamente esses dados.

Na jornada em direção à transformação digital, é fundamental avançar na análise e ciência de dados para decifrar o fluxo intenso de informações que correm dentro delas. “Colaboradores com fortes habilidades de dados são um requisito essencial para desenvolver a resiliência empresarial e a capacidade de mudar de direção rapidamente quando necessário, mas fazer pleno uso dessas habilidades – democratizando o acesso aos dados e tornando mais fácil para os colaboradores fornecerem insights – é o elo que falta. “, acrescenta Jacobson.

Empresas centrada em dados

A pesquisa aponta três prioridades para as empresas focarem em sua jornada:

▪ Democratizar o acesso e a responsabilidade pelos dados: 88% dos trabalhadores acreditam que a alfabetização de dados é importante ou fundamental para seu sucesso. O potencial dos dados fica limitado sem uma força de trabalho capacitada para provocar mudanças. O pensamento de cima para baixo integrado em toda a organização é a chave para impulsionar uma cultura de análise.

▪ Criar um centro de excelência de dados: enquanto 90% dos trabalhadores de dados confirmam que dados e análises resultam em melhores decisões, apenas 18% deles criam modelos de dados para conduzir essas decisões. Investir em um programa de capacitação contínuo em ciências de dados é o método de maior impacto pelo qual as empresas podem desenvolver um centro de excelência de dados.

▪ Conduzir uma cultura analítica orientada por dados: executivos C-Level e VPs relatam habilidades elevadas em análise descritiva (74%), preditiva (81%) e prescritiva (79%). Avaliar as habilidades que outros trabalhadores de dados possuem e dar autonomia nessa jornada de melhoria através do uso de um software é o primeiro passo de somar esses talentos para aproveitar o poder de toda a força de trabalho.

“Enquanto uma tecnologia após a outra puderem ser sobrepostas em um projeto de transformação, a verdadeira eficácia virá do desenvolvimento de culturas orientadas por dados que combinam tecnologias de dados avançadas com a engenhosidade do cérebro humano”, analisa Marta Clark, vice-presidente da América Latina na Alteryx.

Segundo ela, somente ao investir e capacitar as equipes de dados, alavancando suas habilidades para impulsionar a ciência dos dados e a automação analítica, os trabalhadores serão capazes de fornecer insights que provem mudanças nos negócios.

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