Cristina Palmaka: ‘sustentabilidade como missão crítica não é mais opção’

Presidente da SAP para América Latina e Caribe detalhou planos da empresa e relevância da sustentabilidade para o futuro das organizações

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6:45 pm - 07 de junho de 2021
Cristina Palmaka, SAP Cristina Palmaka, presidente da SAP para América Latina e Caribe. (Foto: Divulgação)

Se as empresas de todos os setores não têm alternativa a não ser se tornarem mais sustentáveis e inteligentes, pode-se dizer o mesmo sobre os fabricantes de soluções tecnológicas que tornam isso possível. No caso da SAP, que começou nesta segunda (7) o Sapphire 2021 para a região americana, isso se traduz em redobrar a aposta em serviços na nuvem por meio do portfólio RISE para verticais da indústria e incluir mais recursos de gestão de sustentabilidade em softwares corporativos.

Se o CEO global da empresa, Christian Klein, já havia reafirmado esses princípios durante uma coletiva de imprensa na semana passada, foi a vez de Cristina Palmaka, presidente da empresa para América Latina e Caribe, afirmar que esses pressupostos também servem para as empresas da região.

“Podemos observar o quão relevante é o tema da sustentabilidade na América Latina”, disse a executiva em coletiva de imprensa. Segundo ela, 45% dos executivos seniores de médias e grandes empresas na Argentina, Brasil, Colômbia e México já possuem estratégia de sustentabilidade e 22% afirmaram já estar trabalhando em uma. “É um tema que sempre me traz preocupação, porque somente 19% consideram a cadeia de suplementos parte da sustentabilidade. Quando falamos da conexão entre a cadeia há um espaço para seguirmos avançando no tema.”

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É uma preocupação que serve, como todo bom discurso corporativo, para falar do Business Network, portal unificado de negociações da SAP lançado durante o Sapphire. Ele promete visão holística das cadeias de suprimentos, incluindo práticas sustentáveis dos fornecedores (ou falta delas).

A rede reúne três redes anteriores da empresa: Ariba Network, Logistic Business Network e Asset Intelligence Network. O objetivo é incentivar empresas a formarem comunidades de negócios em que os membros e cadeias de suprimentos possam se conectar facilmente, com maior transparência e rastreabilidade.

“Quando você pode tomar uma decisão de compra considerando um dos KPIs de quanto se deixou de emitir de carbono, pode ser uma decisão que companhias sérias estão mirando”, disse Palmaka. “De verdade creio que estamos em uma jornada muito forte desde os compromissos firmados no Fórum Econômico Mundial. Nossas ambições e compromissos de zerar emissões e trazer o tema da sustentabilidade cada vez mais forte ao nosso portfólio.”

A rede de negócios também promete compartilhamento de aprendizado e mais relacionamento entre empresas no ecossistema da SAP. Outro pilar elencado pela executiva na conversa com a imprensa é o investimento em pessoas e a preparação delas para o trabalho híbrido do futuro.

Sapphire: expectativas e anúncios

O evento anual da SAP foi realizado online pela segunda vez. A empresa espera reunir (virtualmente) até o fim do evento cerca de 100 mil pessoas. Se, segundo Palmaka, perdeu-se o contato físico com clientes e parceiros, por outro se conseguiu ter “muito mais gente no mesmo evento” de diferentes partes do mundo.

A digitalização do evento serve inclusive de metáfora para o próprio portfólio da SAP. Se as implantações de ERP são notórias pela dificuldade e tempo que levam, o foco no portfólio RISE por parte da SAP demonstra que mesmo a nuvem também é o caminho também para os gigantescos sistemas de gestão empresarial.

“Essa evolução que temos desde o início do ano com o RISE é um modelo muito diferente da forma como operamos nossas soluções”, disse Palmaka. “Creio que também mudamos a ideia de que só atendemos grandes companhias. Temos chegado às médias e até às pequenas porque a nuvem torna tudo mais acessível para companhias de diferentes tamanhos, e na América Latina isso é fundamental. Certamente vamos seguir por esse caminho e é uma grande mudança.”

É um caminho que também reforça a necessidade de parcerias por parte da fabricante, que sempre apostou no desenvolvimento próprio de tecnologias. “No começo talvez ficássemos mais isolados do ponto de vista de desenvolvimento, mas nos últimos 10 anos, depois de aquisições, estamos só acelerando esse passo”, admitiu a executiva, reforçando no entanto parcerias longevas com revendas e provedores de infraestrutura, citando nominalmente Google, Microsoft e AWS.

SAP Labs

Parte desse caminho de parcerias, segundo Palmaka, passa por estimular empresas inovadoras dentro do ecossistema. Por isso os planos de expansão do SAP Labs Latin America, mantido pela empresa em São Leopoldo (RS), continuam em curso – apesar de atrasos ocorridos por conta da pandemia de COVID-19.

A previsão era que a nova expansão fosse inaugurada em 2021, dois anos após o anúncio em 2019. Mas houve atrasos “até por conta do respeito a nossa cadeia de fornecedores. Tivemos atrasos na execução, mas não na estratégia”.

O lançamento está marcado para “o início de 2022”, adiantou Palmaka, e está “muito alinhando à estratégia de suportar a coinovação dos clientes”.

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