Convivência Artificial: a IA vai apoiar nossa visão, mas jamais substituí-la!

Precisamos entender como funciona essa nova dinâmica entre humanos e máquinas para tirarmos o melhor proveito da tecnologia

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10:00 am - 27 de junho de 2024
Imagem: Shutterstock

O uso da Inteligência Artificial já é a realidade ou está a caminho dela em diversos setores globais. De acordo com o relatório “Futuro do Trabalho”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, mais de 75% das empresas pretendem fazer a implementação de recursos de IA em seus negócios nos próximos anos. E na pesquisa global realizada pela Chegg.org mostra que mais da metade dos universitários brasileiros usa a IA nos estudos.

Em meio a esse cenário de disrupção de processos provocado por esta tecnologia, surge o conceito de “Convivência Artificial”, que diz respeito à adaptação e à coexistência entre os seres humanos e os sistemas inteligentes.

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Ou seja, a discussão central gira em torno de alcançar uma relação harmoniosa na qual se maximize o potencial da tecnologia, gerencie adequadamente a emocionalidade humana e minimize os riscos associados a uma implementação inadequada. E, embora não seja um caminho fácil, precisamos entender como funciona essa nova dinâmica entre humanos e máquinas para tirarmos o melhor proveito da tecnologia.

Nesse contexto, apresentamos abaixo cinco dicas para começarmos a jornada de convivência artificial:

1. Nós criamos as máquinas – o que chamamos de IA são sistemas desenvolvidos por seres humanos. Nós, como organismos auto-produzidos e auto-organizados temos a capacidade de viver sem precisar de um agente externo. Já os sistemas de IA necessitam da criação humana para existirem e exercerem suas funções. Nesse sentido, a compreensão de que a IA é desenvolvida por seres humanos ressalta nossa capacidade de monitorar e direcionar seu uso para o bem comum.

2. Evolução dos sistemas de IA – como o próprio chatGPT se define ao ser questionado, as máquinas funcionam com base em padrões e algoritmos projetados para entender e gerar respostas de forma coerente e útil. Ou seja, os sistemas de IA evoluem com o tempo, tanto devido à modificação nos algoritmos quanto à constante alimentação da base de dados. Por isso, algumas habilidades criativas não podem ser desenvolvidas do zero, mas apenas replicadas ou até mesmo fomentadas pela IA, o que implica que a tecnologia pode contribuir com a criação de diversos recursos feitos pelos humanos.

3. Inteligência emocional e interação humana – embora possam simular conversas humanas e responder de maneira apropriada, máquinas não têm sentimentos próprios. No entanto, elas podem narrar e identificar emoções, conseguindo alterar os domínios emocionais dos humanos na interação. Essa capacidade deve ser administrada e gerenciada dentro das organizações sociais.

4. A convivência artificial e a dinâmica humana – não convivemos com a Inteligência Artificial assim como convivemos com outros seres humanos, nós apenas interagimos com eles em modelo baseado no processo de aprendizado. A linguagem e a emoção formam um domínio de convívio exclusivo dos humanos. Então, a relação com a IA não substitui a interação interpessoal, mas a complementa em um processo de aprendizado recursivo que envolve a totalidade do ser humano.

5. O potencial da IA – para termos a melhor “convivência artificial” possível, precisamos buscar ferramentas que potencializam o uso dos sistemas em IA. Um exemplo disso é o Low-Code, tecnologia que permite aos desenvolvedores criar sistemas com pouca codificação, associada a recursos de inteligência artificial e automação.

Ao integrar essa tecnologia com recursos de IA, é possível usar Large Language Models (LLMs), como o Chat GPT-4, e criar sistemas em tempo ainda menor, já que os assistentes podem fornecer códigos prontos para os desenvolvedores apenas aplicarem na plataforma e o adaptarem conforme necessário, o que simplifica e acelera seu trabalho.

É preciso entender que a IA Generativa segue uma premissa básica, elaborando respostas sequencialmente, palavra por palavra, procurando aquela que “deve seguir” conforme sua maior probabilidade de ocorrência, a partir de uma base de dados. Mas esses sistemas não pensam, não são inteligentes, nem criam ou conversam como nós, humanos. Ou seja, estamos um passo à frente das máquinas em vários sentidos, de forma que elas são um apoio para impulsionar nossa visão, jamais limitá-la.

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Ricardo Rechi e Daniel Fernández

Ricardo Recchi é country manager Brasil, Portugal e Cabo Verde da Genexus by Globant,  empresa especializada em plataformas Enterprise Low-Code que simplificam o desenvolvimento e a evolução de softwares por meio da Inteligência Artificial.

Daniel Fernández é engenheiro civil formado pela Universidade do Chile e fundador da Memetica, consultoria chilena especializada em estratégias organizacionais.

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