Construção de cabo de fibra óptica que liga Brasil à África inicia em novembro
Projeto de construção de cabo entre o Brasil e o continente
africano será iniciado a partir do próximo mês, segundo informou o presidente
da Angola Cables, Antônio Nunes, durante coletiva de imprensa que reuniu a
empresa angolana e outras participantes do consórcio internacional entre
Google, Algar Telecom (Brasil), Antel (Uruguai).
A Angola Cables fará investimento de US$ 160 milhões para
interligação entre Fortaleza à cidade de Luanda, na Angola, com propósito de
fortalecer sua estratégia de torna-se uma hub da conectividade no continente
africano. O projeto de ligação dos dois continentes por fibra óptica
anteriormente seria feito em parceria com a Telebrás, e agora é assumido
totalmente pela Angola Cable.
Dessa forma, será possível ligar a África à infraestrutura que
será montada pelas quatro empresas por meio do consórcio internacional anunciado
na última semana, que vai conectar cidade de Boca Ratón (Flórida-EUA) às
cidades brasileiras de Fortaleza e Santos e, em fase posterior, chegar à
Maldonado (Uruguai).
A Angola Cables também anunciou a construção de dois data
centers que irão suportar o projeto, sendo um em Fortaleza e o outro na cidade
de Luanda, em Angola, segundo informou o presidente da companhia, Antônio
Nunes. “O investimento inclui somente o landing point de chegada em Fortaleza. Para
esse investimento no data center brasileiro cogitamos o fechamento de novas
parcerias”, disse.
Consórcio internacional
A obra de construção do cabo entre Estados Unidos e América
Latina, prevista para ser concluída em 2016, será iniciado a partir de agora. O
investimento total é de aproximadamente US$ 500 milhões, cifra confirmada pelas
empresas participantes durante coletiva de imprensa realizada na Futurecom
2014, nesta terça-feira (14/10).
Dessa forma, Algar Telecom investirá US$ 60 milhões desse
montante, enquanto AnAtel entrará com US$ 73 milhões (valor que também inclui a
extensão do cabo de Santos ao Uruguai) e Angola Cables desembolsará US$ 110
milhões.
Diferentemente de um consórcio tradicional cuja
infraestrutura é partilhada, cada empresa ficará responsável pela operação de
sua fibra, de modo que Google e Angola Cables são detentoras de dois pares,
enquanto as outras empresas possuem um par de fibras cada. “Aqui, nem todas
empresas têm proposito de gerar receita, sendo que algumas têm propósito de
reduzir custos. O Google não vai vender serviços para o mercado como as
operadoras e só está participando por necessidade interna”, ressaltou Cristian
Ramos, gerente de parceria de infraestrutura de internet América Latina.
Segundo o presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Sousa, o projeto não vai demandar da companhia muitos esforços na ampliação de sua infraestrutura. “Nosso backbone nacional já passa na orla de Santos, interligando o centro do País ao Sul, então não vamos ter de construir praticamente nada para interligar esse cabo internacional”, explicou. Além disso, o executivo enfatizou que a extensão do cabo até Fortaleza também será estratégica para acelerar a expansão comercial em mercados como o Nordeste do País.