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Conexões físicas dão solidez à nuvem

A
despeito da imagem que transmite, a nuvem tem uma base sólida:
equipamentos alojados em data centers instalados ao redor do mundo. O
centro da nuvem é o data center e ele está em constante expansão. Nada
acontecerá, no entanto, se, ainda na fase do projeto deste ambiente não
for equacionado um elemento fundamental e nada abstrato: o cabeamento.
Com mais de 1 exabyte de dados armazenados na nuvem, as conexões
precisam ser de alta velocidade, confiáveis e fidedignas para permitir
que os recursos computacionais sejam facilmente distribuídos. O conceito
que rege essa infraestrutura é o de cabeamento estruturado inteligente e
gerenciável. O protagonismo dessa tecnologia explica-se pela lógica de
negócios. Sem a adoção da correta política de cabeamento, simplesmente
não há como garantir que a nuvem ofereça uma User Experience (UX) de
alto nível.

A
continuidade dos negócios digitais depende de uma estrutura de
cabeamento – seja cobre, seja fibra – que ofereça uma visão gerencial do
que realmente está ativo e funcionando no data center. É aqui que
entram em cena soluções de cabeamento estruturado inteligentes com
monitoramento proativo. Torna-se possível, por exemplo, ter visibilidade
sobre fatores essenciais como o status de portas de equipamentos e
conexões físicas.  Outro ganho concreto é a capacidade de ativação ou
desativação remota de pontos de usuários. É comum, ainda, que as novas
ofertas sejam adquiridas “As a Service”, sem que toda a infraestrutura
de cabeamento existente tenha de ser substituída na sua totalidade.
Trata-se de uma oferta mensalisada, que evita a necessidade de se
investir capital na renovação desta estrutura.

Na era da computação em nuvem, a saída para as conexões de alta performance é a fibra óptica.

Estão
surgindo fibras transportando terabits — um trilhão de bits — por
segundo. Essa enorme quantidade de informação passa, à velocidade da
luz, por um filamento de fibra com o diâmetro menor que um fio de cabelo
humano. Sim, ainda há uma maioria de equipamentos no data center
conectados por cabos de cobre. A tendência de substituição desses
segmentos por fibra é, no entanto, irreversível. Há razões técnicas e de
mercado para isso. Os cabos de cobre têm uma limitação de banda e de
distância – o máximo que atingem é 40 Gigabits/segundo. A fibra óptica,
por outro lado, atinge velocidades muito maiores.

A
partir dos anos 2000 essa tecnologia evoluiu e surgiram as Fibras
Multimodo OM2, OM3, OM4 – o mercado fala, agora, de fibras OM5 de Banda
Larga. Essas tecnologias permitem transmissões 40G e 100G por apenas 1
par de fibras. A partir daí, potencializa-se a infraestrutura paralela e
chega-se a transmissões de terabit em 400G de 4 pares. Outra modalidade
desta oferta, a fibra óptica monomodo é para ser usada em grandes
distâncias – suas vantagens com relação à largura de banda garantem
maiores velocidades na transmissão de informações. Aos poucos, a fibra
óptica OM4 tornou-se padrão nos backbones das principais empresas
brasileiras.

Outro fator importante para a disseminação da fibra óptica é o custo, que caiu cerca de 60%.

O
avanço da tecnologia e a disponibilidade cada vez maior de portas de
equipamentos com taxas de transmissões mais altas fizeram com que os
custos das fibras ópticas e seus componentes caíssem. Hoje, esse valor é
mais baixo do que os desembolsos necessários para se trabalhar com
cabos de cobre.

Isso
aumentou a adesão do mercado a essa tecnologia. Mas, ainda assim, os
cabos de cobre seguem ocupando seu próprio espaço. Enquanto os novos
projetos de cabeamento de data center têm 80% compostos por soluções em
fibra óptica e 20% de cabos de cobre, nos ambientes corporativos a
proporção é o oposto disso: 80% de cabos de cobre e 20% de fibra óptica
ou até maiores.

Na
verdade, a tecnologia que vai aos poucos substituir os cabos de cobre
não é a fibra óptica e sim a conexão WiFi. Caminhamos aceleradamente
para um quadro em que o cabo de cobre será usado em poucas conexões: por
exemplo, entre os equipamentos de transmissão (Servidores, Roteadores e
Switches) e a antena Wi-Fi. Links wireless irão ocupar o espaço dos
cabos de cobre na conexão entre os nós centrais e as estações de
trabalho dos colaboradores.

Seja
um cabeamento de fibra óptica, cobre ou antenas WiFi, a conexão tem de
ser sólida para que a computação em nuvem também seja.

Dentro
deste contexto, é fundamental selecionar parceiros de infraestrutura
com longa quilometragem e bagagem técnica. Sai na frente o integrador de
soluções que tenha um currículo de pelo menos 30.000 pontos físicos
instalados. Ganha destaque, também, a empresa que trabalha com as
principais marcas de cabeamento (tanto cobre como fibra óptica) – caso
da Commscope, Furukawa, Nexans e Panduit. Outra credencial que não pode
faltar é a apresentação de todos os treinamentos e certificações que se
exige para projetar, implementar e gerenciar (manutenção) a
infraestrutura com a máxima qualidade e agilidade.

A
seleção deste fornecedor deve passar, também, por sua estratégia de
atuação num país do tamanho do Brasil. Se a empresa de infraestrutura
não contar com equipes próprias fora do eixo São Paulo, Rio de Janeiro e
Brasília, deve apresentar, em sua proposta, fornecedores locais de
serviços igualmente treinados e certificados. Não deixe de exigir,
também, ao final do projeto, certificados de garantia estendida sobre
essa infraestrutura tão crítica.

Essa
lista de exigências atesta o amadurecimento do mercado de serviços de
infraestrutura – simplesmente não há mais lugar para a improvisação.

Em
plena era da transformação digital, o profissional de infraestrutura
tem de ter uma sólida formação e contar com metodologias específicas
para acelerar, com a máxima qualidade e consistência, a fase de
implementação do cabeamento. Sem a base correta – seja física, seja
wireless – a economia digital não prospera.  

 

(*) Marcos Santos é Diretor de Infraestrutura da Go2neXt Cloud Computing Builder & Integrator

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