Conectividade é a chave para levar sociedade à transformação digital

Presidente da Cisco Brasil e CIOs discutiram no IT Forum 2019 os principais desafios que a TI enfrentará para continuar inovando no País e no mundo

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1:48 pm - 20 de abril de 2019

A mesma tecnologia que é usada para transformar as companhias é capaz de transformar a sociedade. Foi com essas palavras que Laércio Albuquerque, presidente da Cisco Brasil, deu início ao segundo dia de IT Forum 2019, que acontece nesta semana na Praia do Forte, na Bahia. O tema da plenária foi “A TI em prol do ser humano”, e como algumas iniciativas podem ajudar milhões de pessoas até a próxima década.

De acordo com Albuquerque, a área de tecnologia da informação ganhou um espaço que finalmente é dela por direito. Com isso, empresas agora podem usá-la como uma grande propulsora na melhoria de qualidade de vida, mas também para levar vida a pessoas que quase não possuem acesso a direitos básicos garantidos ao ser humano.

Um dos exemplos citados é o Centro de Respostas aos Refugiados (RFRC, na sigla em inglês). Trata-se de um contêiner que oferece a pessoas desabrigadas, ou que precisaram sair de seus países de origem, alguns serviços básicos que, para muitos, ainda não são comuns – desde suporte a primeiros socorros até internet Wi-Fi e videoconferência ao vivo com tradução simultânea. “Trazer conectividade para essas pessoas é um ponto essencial de como podemos impactar o mundo inteiro”, disse Albuquerque.

Por falar em conectividade, o presidente da Cisco Brasil acredita que essa característica tem se tornado cada vez mais comum diante de situações de risco ou casos emergenciais. Em setembro de 2017, durante o Furacão Maria, em Porto Rico, o executivo contou que levar conexão à internet para aquela região foi primordial para dar suporte às famílias das vítimas afetadas naquele espaço. “Em Brumadinho, os parentes dos desaparecidos precisam de conectividade para saber em tempo real informações sobre seus entes. Às vezes, a primeira coisa a se pensar é enviar dinheiro, comida e roupas – e é o certo a se fazer. Contudo, a conectividade também se encaixa nessa categoria prioritária”, explicou.

Para vencer nessa era de inovação digital, a solução proposta por Albuquerque é construir o que ele chama de “exército de codificadores, programadores e técnicos de TI”, porém sem dispensar a participação da sociedade e sem que a competitividade entre empresas se torne algo tóxico. “A ponte que une esses segmentos está quebrada, por isso cabe a um de nós erguer novamente essa conexão”, disse.

Os próximos desafios

Junto de Albuquerque, participaram ao final da plenária Lilian Hoffmann, CIO da BP, Daniel Martins, CIO da CBMM, e Robert Baumgartner, CIO da Tecban.

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Na área da saúde, Lilian citou a telemedicina como uma das alternativas para a expansão da transformação digital na sociedade. “A telemedicina é o que pode tornar a saúde acessível a um preço justo. Então, temos de encontrar caminhos para baratear os custos. Dependemos sim do ponto de vista da legislação, que recentemente revogou a liberação de telemedicina de médico para paciente. Temos de pensar em entregar acesso a quem não tem”, afirmou.

Enquanto isso, Martins reforça o compromisso das empresas com a educação. “Temos de fazer o mundo melhor, utilizar recursos aliados à tecnologia da informação e levar educação aos menos favorecidos. O sentido é conectar as pessoas em prol de uma causa, e a causa nunca deve ser financeira, mas sim para o ser humano. A ideia é busca isso tudo de maneira mais simples “, disse.

Baumgartner, por sua vez, descreveu que nem sempre as experiências de transformação digital precisam ser amplamente divulgadas na mídia. “O que aprendi com essas iniciativas é que, às vezes, não precisa ser nada muito grandioso, algo que gere uma visibilidade gigantesca. Às vezes, os melhores casos acontecem onde trabalhamos, com pouco esforço e sem nenhum orçamento. Dá para fazer muita coisa com o que você já tem”, complementou.

“É muito comum para o CIO pensar no seu fornecedor, e não pensar no CIO colega ao lado. E, em alguns momentos, é por meio da união que conseguimos ter boas ideias. Tenho certeza absoluta de que há, dentro de cada um de nós, o desejo de fazer o bem, pois é algo natural e, com o tempo, isso acaba trazendo dinheiro para a empresa. É a vontade de fazer pequeno para depois fazer a diferença”, finalizou Lilian.

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