Mesmo com todo o café ou energético do mundo, os seres humanos precisam dormir. Os médicos sugerem sete a oito horas de sono por noite para ter o melhor desempenho. Mas as máquinas não têm as mesmas restrições. Elas não precisam descansar, nem nos feriados. Geralmente trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso significa que elas detectam, analisam e transmitem dados sem parar. Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. Cada uma dessas pessoas tem, em média, cinco dispositivos conectados. E há, literalmente, bilhões de máquinas no mundo inteiro para manter esses equipamentos em operação. Esses dispositivos precisam realmente operar no esquema 24/7 para atender à demanda.
Obviamente, o número de equipamentos é maior que o número de pessoas. Quando todos esses dispositivos e computadores começam a conversar um com o outro, isso cria uma quantidade extrema de estresse em qualquer rede. Em 2018 e nos anos seguintes, veremos essa pressão ainda maior. E haverá um mercado mundial crescente. A IDC prevê que o setor deve atingir US$ 7 trilhões até 2020.
Considerando o futuro próximo, em 2018, veremos três tipos diferentes de impacto nos data centers em termos de comunicação entre máquinas:
Este é um exemplo comum de aprendizado de máquina… E é um bom exemplo. Carros autônomos estão se tornando uma realidade, graças a ações como oprojeto piloto de Pittsburgh. Com base em uma rede forte e sensores quase perfeitos, o projeto está indo bem. Os carros podem processar os dados com mais rapidez que qualquer humano. É como se fosse um data center inteiro sobre rodas!
E os carros continuam “sóbrios”. Eles não mandam mensagem enquanto se movimentam. Eles ficam acordados ao volante. E eles têm um tempo de reação mais rápido. Contanto que os carros tomem a decisão certa no momento certo, eles continuam rumo ao futuro.
Mas os seres humanos dirigem há um século. Todos nós cometemos erros; então o computador deve substituir o ser humano ao volante? E onde ficam a compaixão e a empatia, emoções que um computador ou uma máquina não conseguem sentir? O ser humano se perdeu nesse aspecto?
Certamente depende da sua perspectiva. As máquinas dependem de seus algoritmos e programação. Elas são vulneráveis à manipulação (hacking) de humanos ou talvez até de outras máquinas. Na verdade, o Gartner prevê que, até 2022, a maioria das pessoas residentes em países de economia estável consumirá mais informações falsas do que verdadeiras. E diz ainda que as informações falsas “alimentarão uma grande fraude financeira”. Com mais dispositivos do que pessoas no mundo, é justo dizer que nós estamos mais vulneráveis aos hackers e ladrões de dados. Certamente, estamos preocupados com a privacidade de dados.
Há quem acredite que as máquinas vão acabar com os empregos. Por outro lado, o mesmo relatório do Gartner sugere que o aprendizado de máquina criará 2,3 milhões de vagas de trabalho até 2020 e, ao mesmo tempo, eliminará apenas 1,8 milhão de empregos. Ainda há muitas oportunidades para nós, humanos, embora sejam diferentes do que fazemos hoje. E também teremos problemas. O mundo não terá somente robôs no curto prazo. A tecnologia de comunicação entre máquinas requer uma mudança de mentalidade, que abre mão do controle. Sim, teremos problemas, o mundo certamente não será perfeito. Mas é um grande passo à frente nesta quarta revolução industrial. E este é um ótimo momento para fazer parte dessa indústria.
(*) Carlos Morrison Fell é diretor de engenharia de aplicações da CommScope para as regiões da América Latina e Caribe
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