Como sites otimizados com AMP prometem aumentar a conversão de clientes

Google lança iniciativa para melhorar experiência em sites móveis de parceiros

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3:19 pm - 12 de novembro de 2019

Poucas coisas na vida são tão frustrantes quanto a espera. Por mais que o seu equilíbrio emocional esteja em dia, depare-se com uma longa fila no supermercado ou aquela mesma que você enfrenta para comprar um café que ilustre o seu nome errado em um copo descartável, e você sairá dessa experiência um pouco mais desacreditado na vida humana.

Bem, projete essa mesma espera no universo online móvel e as chances de que você nunca volte a uma página ou a um serviço na internet são grandes. Há estatísticas que mostram isso, aliás. Segundo a pesquisa “State of Online Retail Performance 2017”, um único segundo de atraso em sites mobile pode impactar as conversões em até 20%. Já um levantamento realizado pela Provokers mostra que mais de 50% das visitas em sites por meio do celular são abandonadas se a página demorar mais que 3 segundos para carregar. No Brasil, onde o consumo de internet tem sido priorizado em telas pequenas de aparelhos móveis, esse tipo de dado cobra urgência das empresas que têm ou buscam melhorar sua presença online.

“Cada vez mais o tráfego migra do desktop para o mobile”, sentencia Rodrigo Baroni, especialista em ecossistema mobile do Google Brasil, em entrevista à Computerworld Brasil. “Estatísticas mostram que o tempo gasto no mobile é quatro vezes superior ao tempo no desktop. Mas quando se olha para a conversão, o mobile converte metade que no desktop. Ou seja, as empresas acabam perdendo receita, porque o canal não converte bem. Deixam dinheiro na mesa”, alerta Baroni.

Segundo dados do Google, 65% das vendas são influenciadas pelo digital. Dessa forma, a experiência móvel deve entrar na pauta dos CEOs para impulsionar resultados do negócio.

Como melhorar a conversão?

Há duas tecnologias em específico – AMP e PWA – que têm sido a alavanca para melhorar a conversão desde conteúdos editoriais a até mesmo serviços como varejo, educação e área financeira. Aqui abrimos alguns parênteses. Afinal, o que é AMP e PWA? Lançado em 2016, o projeto AMP (de Accelerated Mobile Pages ou Páginas Móveis Aceleradas) é uma iniciativa do Google de código aberto que busca otimizar a experiência web como um todo. Já o PWA (de Progressive Web App) é uma aplicação híbrida entre web e aplicativo nativo. Em linhas gerais, sites PWA permitem adicioná-los na tela de aplicativos do seu celular com a aparência e funções de um aplicativo, apesar de não serem um por natureza.

A fintech Toro investimentos é um dos casos que conseguiu melhorar a conversão de seu site móvel após adoção da tecnologia AMP. Sabendo da importância de otimizar a experiência do usuário, a Toro direcionou mais de 60% dos investimentos em anúncios do Google para dispositivos móveis e selecionou uma de suas principais páginas para testar a implementação da tecnologia AMP, com a ajuda do Google.

A página escolhida para o teste foi “Como investir na Bolsa de Valores”. A URL conta com tópicos para esclarecer dúvidas de quem quer investir na Bolsa. Entretanto, a página demorava quase 10 segundos para carregar, afastando potenciais interessados. Ao adotar medidas AMP, a fintech conseguiu reduzir o tempo de carregamento da página para 4 segundos.

Resultados? A velocidade com que a página abria influenciou diretamente na conversão da Toro. Segundo a empresa, a quantidade de contas abertas na sua plataforma de investimentos teve crescimento de 55%, enquanto o CPA (Cost per Action) caiu 34% se comparado às páginas normais.

“O maior desafio do projeto foi o aprendizado para criação das páginas AMP e a implementação das melhores práticas”, afirma Guilherme Alves, fundador da Toro Investimentos. “Tivemos um crescimento de 48% no tráfego orgânico a partir de dispositivos móveis após a implementação das páginas AMP e um aumento de 45% no tempo médio nas páginas.”

Um trabalho de colaboração entre as áreas de negócio

Rodrigo Baroni, do Google, ressalta que o trabalho de otimizar páginas para melhorar a conversão da audiência dos sites deve ser um projeto em conjunto das marcas. Isso incluiu os times de marketing, da área de tecnologia e de negócios. “É preciso quebrar o silos nos times e trabalhar junto”, destaca Baroni. O Google também tem concentrado esforços neste sentido.

Na última semana, em uma iniciativa do escritório do Google Brasil, em São Paulo, a companhia lançou o que batizou de Mobile Sprint Program, um programa presencial de aceleração da adoção dessas tecnologias. Além do conteúdo teórico compartilhado, o mesmo que é possível encontrar no próprio Google, o programa aproxima clientes que anunciam pelo Google Ads para aprender melhores práticas sobre AMP e PWA. Estão previstos para este ano quatro encontros presenciais com 12 empresas brasileiras. O Google entra com o suporte de especialistas e time de engenheiros. Testes comparativos do tipo AB também serão feitos.

Dada a importância que a conversão de serviços online tem diretamente nas receitas dos negócios, Baroni lembra que há um cargo relativamente novo em ascensão no mercado, o do Chief Conversion Officer. Empresas de menor porte, é claro, precisam otimizar as tarefas e independerão de um líder focado em tal missão. Neste caso, Baroni reforça a importância de as marcas se comprometerem para pensar seus sites orientados a melhor experiência do usuário. “É importante se passar para o lugar do próprio cliente”, aconselha Baroni. “O mobile precisa ser encarado como prioridade. Além de ter um acompanhamento perene das métricas do site, em termos de desempenho. E quebrar as distâncias entre os times de marketing, TI e produto. Ter donos da experiência móvel sempre olhando para estes indicadores”, complementa.

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