Como o home office transformou as estratégias de dados

‘Verdade de dados unificada’ e ‘fonte única de dados’ são conceitos-chave para repensar o que sabemos sobre o armazenamento de dados

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5:45 pm - 10 de agosto de 2021
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A pandemia acelerou a transformação digital nas empresas. Mas quando falamos especificamente sobre infraestrutura, a mudança abrupta das equipes para o modelo de trabalho remoto se torna uma peça fundamental para compreendermos como a estratégia de dados também se transformou nesse período. E por que isso vai exigir que as empresas adotem novas abordagens daqui para frente.

De acordo com uma pesquisa da Citrix no Brasil, 73% dos entrevistados acreditam que os escritórios tradicionais serão utilizados de forma híbrida. Isso significa que o modelo presencial seja retomado aos poucos, sem abandonar o home office. Logo, as empresas precisam estar preparadas para lidar com esses dados que também não terão mais residência fixa e estarão espalhados por diversos locais e dispositivos.

A computação em nuvem é o melhor exemplo de reação do mundo corporativo ao longo dessa nova fase. No entanto, o gerenciamento de plataformas em nuvem é complexo para qualquer departamento de TI, ainda mais quando é preciso dar suporte a um número crescente de funcionários remotos que precisam acessar seus dados e aplicações de missão crítica a qualquer hora e em qualquer lugar.

Com esse desafio, somado à tantos outros na rotina das operações, surgem outras preocupações estratégicas, e uma delas é fundamental para promover a digitalização: fonte única de dados.

O que é a unificação de dados?

Imagine ser capaz de extrair percepções em toda a jornada do consumidor, desde o desempenho do marketing de mídia social até as interações de atendimento ao cliente e históricos de transações a partir de apenas um único conjunto de dados.

A chamada “verdade de dados unificada” ou “fonte única de dados” é a chave para repensar tudo o que sabemos sobre o armazenamento de dados tradicional. O conceito defende a integração de todos os sistemas e aplicações dentro de uma empresa, estejam eles residindo no servidor do escritório ou em um provedor de serviços em nuvem.

Ao fazer isso, é possível obter uma visão holística dos negócios e das métricas de desempenho, que vão desde a satisfação do cliente até o engajamento dos funcionários. As empresas que conseguiram aplicar essa fonte de dados confiáveis durante o último ano, se tornaram mais ágeis na tomada de decisões baseadas em dados.

Aliás, o conceito já era um grande desafio antes da pandemia, mas a dificuldade aumentou para um nível totalmente novo em um mundo adepto ao home office. Os dados agora estão espalhados por diversas regiões, milhões de laptops de funcionários em suas próprias casas, conectados aos servidores e às várias plataformas em nuvem que cada empresa pode utilizar.

Para aumentar a complexidade em colocar a fonte única de dados em prática, muitas empresas ainda acreditam que essa é uma responsabilidade apenas dos profissionais de TI. E, na verdade, sem a participação ativa das linhas de negócios, é praticamente impossível desenvolver uma estrutura coesa para estabelecer como esta visão unificada deve existir em toda a empresa.

Como trazer o conceito para a realidade

Agora é o momento perfeito para seguir em uma busca da unificação de dados. Fica ainda mais fácil “pegar uma carona” na aceleração dos projetos de transformação digital e adicionar estratégia e gerenciamento de dados à agenda contínua.

Em seguida, é importante revisar a infraestrutura existente para identificar silos onde residem os dados corporativos. Um passo mais delicado, já que os dados aumentam diariamente. Cada novo cliente e cada nova transação, por exemplo, é adicionado ao pool de dados em constante expansão e, por isso, merece atenção e revisão regularmente.

Depois de descobrir onde estão os dados e implementar processos para gerenciar crescimento e armazenamento, é possível começar a desenvolver uma estratégia para consolidá-los em um plano de existência unificado. Essa estratégia deve incluir tecnologias que consolidam dados, aplicações e infraestrutura em diferentes ambientes de nuvem em uma única interface de gerenciamento, além de ferramentas que automatizam o monitoramento e o ajuste de cargas de trabalho simultaneamente.

Finalmente, para construir uma arquitetura de dados resiliente e preparada para o futuro, é fundamental implementar práticas de cibersegurança e governança, que podem incluir abordagens mais amplas ou análises preditivas e de monitoramento com base em IA para detectar e anular possíveis interrupções antes que elas aconteçam.

Uma visão unificada de dados tem potencial não apenas de impulsionar os negócios meio à turbulência da pandemia, mas também estimular o crescimento no novo normal, seja ele qual for. O foco é aproveitar os pontos fortes de diferentes serviços em nuvem e usá-los para processar dados a favor dos negócios, sejam insights sobre a conversão do cliente ou agilidade na tomada de decisões.

* Paulo de Godoy é country manager da Pure Storage no Brasil

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