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Como o Big Data pode ajudar a gerenciar melhor a cadeia de fornecedores

No mundo que requer cada vez maior precisão, transparência, eficiência e governança, a relação com fornecedores é um dos desafios mais importantes para as companhias. Ao longo desses últimos dois anos ficou claro que lidar com cadeias de suprimentos complexas exige sobretudo informação para gerar redundâncias que as tornem mais resilientes.

Um caso típico foi a falta de semicondutores, que produziu impacto em outras indústrias, como a automotiva. México e Brasil tiveram redução da ordem de 25% na produção por causa disso. A produção de carros mais lenta se reflete em segmentos como aluguel de carros ou frotas, aumenta o desemprego e terá um impacto no produto interno bruto do país.

Chamou atenção há poucos dias o boicote de cadeias de supermercado europeias aos produtos da JBS sob a alegação de que parte da carne provinha de produtores não sustentáveis. A companhia monitorava fornecedores diretos, mas não de forma completa os indiretos. Por isso, denúncias de compras de bezerros que já tinham passado por fazendas em áreas de desmatamento geraram uma grande pressão e a subsequente decisão de suspender compras do frigorífico.

A falta de conhecimento, portanto, pode ter consequências sérias para as empresas.

Por outro lado, as áreas de procurement e financeiras estão com pressão para reduzir custos. Alocar o time para realizar atividades repetitivas de captura ou análise de informações sobre centenas ou milhares de fornecedores não é eficiente.

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Toda empresa hoje deveria ter uma forma rápida de verificar se os seus fornecedores são compatíveis, de monitorar as atividades desses fornecedores sob o ponto de vista dos riscos que eventualmente possam representar para a atividade fim dessa empresa. Quais fornecedores possuem maior risco financeiro? Quais enfrentam problemas legais? Quais possuem pendência com o Ibama ou atraso no pagamento do FGTS?

No fundo, todos esses pontos de atenção convergem por uma via ou outra para o mesmo questionamento: se a empresa possui uma visão completa a respeito dos riscos envolvidos em sua atividade.

Um outro ponto relevante é avaliar os fornecedores utilizando uma curva ABC. Fornecedores estratégicos ou de alto risco requerem um acompanhamento mais detalhado e constante. Fornecedores não estratégicos ou com spend baixo podem ser avaliados e monitorados com diferentes dados, otimizando a relação de custo x benefício.

Essas perguntas todas podem ser respondidas quando a empresa conta com uma plataforma de dados, que sirva como base para tomadas de decisão, como o processo de escolha de fornecedores e parceiros.

E não basta saber onde estão os dados. A importância de analisar e decifrar adequadamente todos os insights é um fator decisivo para realizar o monitoramento de forma eficiente. É necessário ter acesso a dados completos e confiáveis e uma plataforma que ajude a equipe a rapidamente identificar quaisquer desvios.

De acordo com dados da KPMG International, em 2016, 87% das empresas de alto desempenho fizeram da análise dos dados uma prioridade estratégica. Empresas como Amazon, Netflix e Coca-Cola têm recorrido ao Big Data e à análise estratégica para gerenciar suas decisões comerciais há anos.

O mercado brasileiro já dispõe de soluções inovadoras que podem trazer conforto aos diretores de compras ou financeiro, garantindo o controle das operações que lhes dizem respeito e permitindo um gerenciamento efetivo da sua cadeia de fornecedores.

O ano de 2022 ainda será bastante conturbado, com economias testando os limites dos pacotes de ajuda à pandemia, a possibilidade de novas cepas de covid, processos eleitorais nos EUA, no Brasil…

Diante de cenários potencialmente instáveis, tomar decisões baseadas em dados, com adequado nível de automação, deixou de ser uma opção e cada vez mais torna-se uma questão de sobrevivência.

* Marcos Maciel é CEO da CIAL Dun & Bradstreet Brasil

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