Não trabalham e também não estudam. Essa definição da chamada geração “nem-nem”, que representa aproximadamente um quinto dos Millennials, segundo pesquisa da MindMiners, startup brasileira especializada em pesquisas digitais, que analisou brasileiros entre 18 e 32 anos para mostrar como o amadurecimento tardio e os valores dessa geração estão impactando o mercado de trabalho e gestores de Recursos Humanos (RH). O levantamento mostra também que 57% dos entrevistados estão desempregados há mais de um ano.
O fato é que, em meio à escassez de profissionais qualificados em diversos mercados (sobretudo no de tecnologia), o potencial desperdiçado com essas pessoas é enorme.
Diante de dados específicos sobre a posição desta geração, o papel do gestor de RH tem sido cada vez mais desafiador.
Como lidar com a geração nem nem? Apesar de serem profissionais que nenhuma empresa quer lidar, em algum momento alguma pessoa nesse perfil vai cruzar o caminho da companhia. Ou, em outros casos, algum talento pode começar a seguir esse caminho.
Plataformas tecnológicas têm surgido como aliadas para, entre outras funções, fazer o mapeamento comportamental de candidatos e prever reações em determinadas situações.
Para Mariana Horno, Gerente Sênior de Recrutamento da Robert Half, a questão de preparo, usando tecnologias e ferramentas de mapeamento de perfil, é sempre bem-vinda para o RH ter mais precisão do perfil que contratará e aderência cultural com a empresa. No entanto, ela alerta que o desafio está na retenção e gestão desses profissionais no dia a dia. “Eles costumam ser mais dinâmicos do que o normal e precisam ser estimulados constantemente. Dessa forma, investimentos em ferramentas de avaliação e tecnologias devem somar à gestão, que deve ser próxima, com entendimento do que seriam desafios para esses profissionais de forma individual”, afirmou.
Mariana acredita que o primeiro ponto necessário do processo é um alinhamento prévio a ser feito pela empresa, no que tange a certeza do perfil cultural e comportamental que tem aderência na corporação. “Após isso, a ferramenta escolhida ajuda a levantar o perfil do profissional, bem como, em alguns casos, pontos de melhoria para serem trabalhados em gestão. O alinhamento de expectativas, portanto, se aproxima, tornando mais adequada a gestão e acompanhamento”, disse.
A Solides, HRTech especialista em Gestão Comportamental e People Analytics, é um exemplo de tecnologia que atua diretamente com soluções tecnológicas para tornar o RH mais estratégico e eficiente.
A empresa criou o Profiler, software que cruza dados com comportamento de pessoas. Mônica Hauck, fundadora da empresa, comenta que a ferramenta ajuda empresas a reter melhor os funcionários, simplesmente conhecendo como cada um dos colaboradores funciona.
Desenvolvido sob conceitos aprovados em todo o mundo, e com índice de eficácia superior a 97%, os principais benefícios gerados pela ferramenta, segundo a Solides, são: aumento de produtividade por meio do ajuste adequado de perfil e a redução dos custos com a rotatividade.
O Profiler tem como base a avaliação em cluster de combinações de quatro perfis básicos e distintos de comportamento profissional. São várias combinações possíveis e diferentes predominâncias de níveis para estes quatro perfis, que geram personalidades singulares, índices e percepções de mundos diferentes que são medidos pelo sistema, apenas reforçando que cada pessoa é única, mas ainda sim pertence a um grupo.
A análise comportamental conta com 50 informações e o sistema é aplicado duas vezes por ano para obter dados das pessoas. Com isso, é possível identificar como ela se motiva, como age sob pressão etc. “A partir disso, conseguimos alinhar com desempenho de cada pessoa. É o people analytics: cruzamento de dados para inteligência”, definiu Mônicia.
A empreendedora comenta que, diante da enorme transformação que os RHs estão passando, a automação de processos é parte fundamental. “O RH manual já não tem mais lugar. A própria gestão não aceita mais.”
Para Mônica, o mapeamento comportamental deste tipo ajuda a mostrar para a pessoa no que ela é boa, algo essencial para lidar com a geração nem-nem. “A empresa consegue fazer a gestão focada nas forças e habilidades de cada pessoa. Isso ajuda na retenção”, ressaltou.
“Quando você coloca a pessoa certo no lugar certo, dá clareza e ajuda nos rumos da carreira”, completou.
A solução, para as duas executivas, não é desistir dos “nem-nem”. “Essa geração vem para quebrar paradigmas de gestão. Acreditamos que ajudam, inclusive, no desenvolvimento dos gestores, pois precisam superar barreiras e ‘sair da caixa’ para atingi-los”, afirmou Mariana.
Ainda, a especialista em RH recomenda que gestores precisam ter uma ideia mais clara do seu próprio perfil e de como podem utilizar a comunicação para engajamento e as características de dinamismo e inovação desses profissionais a seu favor para aumento da produtividade, sem agredir, claro, o perfil da empresa.
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