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Como a Oracle mudou a mentalidade e deixou de vender Lamborghini

“Deixamos de ser uma empresa que vendia Lamborghini para grandes companhias, para atender empresas de todos os tamanhos, por meio de cloud”. A frase de Luiz Meisler (foto), VP da Oracle para América Latina, resume a transformação que a empresa tem passado nos últimos dois anos.

Mergulhada no mundo de nuvem, com 100% das ofertas já disponíveis no formato que tem ditado a tendência do mercado, a companhia ganhou agilidade e a mudança de portfólio – agora mais acessível e de fácil implementação – tem sido transmitida para a equipe. Pelo menos esse é o foco da empresa na América Latina.

“Começamos a alterar a companhia em um processo de transformação cultura. Mudamos de uma cultura de servir para uma de buscar soluções para os clientes. Não é só ofertar produtos, mas entender os clientes”, disse Meisler, durante conversa com jornalistas no OpenWorld, evento anual da Oracle realizado nesta semana em San Francisco (EUA).

O novo propósito definido pela companhia é o de transformar o mundo, dando poder às pessoas por meio de inovações. “O foco são as pessoas. Na nossa região, temos grades necessidades sociais e a importância de empresas é cada vez maior. Estamos assumindo a missão de ajudar a sociedade”, apontou.

“Se olharmos a Oracle há dois anos, era um ticket médio de R$ 1 milhão. Tickets que vendiam software e era preciso um hardware e muita gente. O acesso à tecnologia era restrito. Hoje, com cloud, posso oferecer a mesma solução para grandes e pequenas empresas. Não é preciso contratar hardware, software e pessoas”, explicou. “Isso de alguma maneira é inclusão social.”

O executivo define o processo como mudança cultural, agora com uma empresa mais aberta, dinâmica e moderna. Mas a jornada ainda não terminou, já que ele considera ter completado cerca de 40% do processo. “Não vamos mudar 30 anos em dois anos. A mudança não é rápida, mas estamos muito acelerados. O processo é contagiante”, completou.

Startups

Rodrigo Galvão, presidente da Oracle no Brasil, define a companhia como uma grande startup, com capacidade e liberdade para inovação. Mas, mais do que essa comparação, o conceito de startups tem papel ainda mais significativo para a transformação da Oracle.

Há cerca de um ano e meio, a empresa iniciou aproximação com startups, justamente com a chegada de Galvão ao comando da empresa. Ainda como VP de Tecnologia, o executivo foi um dos líderes da iniciativa de trazer o programa global de startups, que seria lançado em outros países, ao Brasil.

A empresa criou uma aceleradora, que já contou com duas rodadas e 12 startups participantes. Além disso, a Oracle criou uma aceleradora digital, em que conta com 45 companhias que contam com os mesmos incentivos, mas apenas digitalmente. “As startups não querem somente créditos para usar cloud. Eles querem conexões e ajuda para crescer”, comentou o executivo, entusiasmado com os primeiros resultados da aproximação.

O resultado de fato não é tangível, o que dificulta justificar os investimentos. Mas Galvão defende dois pilares que estão provando que a estratégia deu – e está dando – certo. O primeiro deles é a oxigenação interna que a mentalidade de startup trouxe, inspirando a inovação internamente nos colaboradores da Oracle. Ainda, ele cita casos de novos negócios fechados graças a essas companhias – um deles com uma varejista, que chegou à Oracle por meio de uma startup acelerada pela fabricante norte-americana.

Com a consolidação do programa no Brasil, agora a empresa levará o modelo para outros países da América Latina: México, Peru, Argentina e Chile. “O grande desafio desse processo, que passo para meus pares (nos outros países), é que o negócio tem de ser verdadeiro e nascer com um propósito.”

Há mais de 15 anos trabalhando para a Oracle, onde entrou como estagiário, Galvão define o atual momento da companhia com duas palavras: transformação e disrupção. “Não tenho medo de correr riscos e disrupção é correr risco”, concluiu.

*O jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da Oracle

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