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Com processo de inovação consolidado, Braskem busca por novas metodologias

Nem toda inovação vem de TI, especialmente quando falamos de criação de produtos, mas nem por isso, um processo de inovação bem estabelecido não mereça atenção e não sirva de exemplo para implantação em nível departamental. E é a partir desta máxima que conversamos com a coordenadora de gestão de desempenho de inovação da Braskem, Luciane Sereda, para entender o que a companhia tem feito nos últimos anos e o que prepara para evolução do processo em vigor.

Logo no início da conversa, Luciane deixou claro que a metodologia de gerenciamento de projetos é utilizada por todas as áreas, mas ela, especificamente é responsável por monitorar como estão os projetos que trarão melhorias em produtos existentes ou mesmo ajudarão a empresa a levar coisas novas para o mercado. No total, o processo utilizado atualmente pela companhia da indústria química e petroquímica é dividido em seis fases e tem como suporte a metodologia Stage Gate, uma prática de gestão que tem entre seus objetivos criar disciplina suficiente para evitar desperdício de recursos. De maneira bem simplista, ela divide o projeto em estágios (stage) e pontos de decisão (gate), quando se define pelo avanço ou descontinuidade do projeto.

No caso da Braskem, são seis etapas: a primeira delas é a captura de ideias. Ela pode vir por meio de benchmarking de comparação de produtos com os da concorrência, via plataforma de CRM (a área comercial registra todas as interações com clientes e muitas vezes surgem oportunidades de desenvolvimento em conjunto) e, finalmente, uma plataforma interna que funciona como banco de ideias para todos os funcionários da companhia. “Qualquer um pode inserir uma ideia e essa mesma pessoa pode sugerir um outro profissional para enriquecer a proposta. Ali mesmo já existe uma avaliação se tal proposta tem link estratégico com negócio e até a viabilidade”, comentou.

Cada ideia recebe notas e as mais bem avaliadas vão para um funil. Pelo segmento de atuação da companhia, geralmente, as propostas aprovadas são desenvolvidas no longo prazo, alguns projetos chegam a levar seis anos para virar um produto de fato. Ao longo de um ano, eles costumam receber em torno de 150 ideias e um terço chega a virar projeto. Depois do processo básico de ideação e notas, a ideia segue para avaliação do comitê. “É feita uma análise preliminar e, se aprovada, segue para etapa seguinte de checagem de viabilidade técnica, que pode levar dois anos para projetos complexos. Passada essa fase, o projeto vai para a fase de desenvolvimento, o projeto vai para a fase de desenvolvimento de rotas potenciais até definir apenas uma a ser usada no desenvolvimento do produto. Ela pode ou não envolver investimento, com modificação ou construção de novas plantas.”

Quando você pensa que tudo acabou, ainda restam duas etapas, a validação do produto e, finalmente, o lançamento. Vale ressaltar que os comitês avaliadores das ideias são multidisciplinares e integram gestores de negócio, marketing, indústria, da área de inovação e até do comercial. Até o momento, a metodologia Stage Gate vem atendendo bem a Braskem, que dentro de sua estrutura possui: mais de oito mil funcionários, 24 laboratórios de controle de qualidade, oito plantas-piloto para pesquisa e atendimento ao cliente e dois centros de inovação e tecnologia, um instalado em Triunfo (RS) e outro em Pittsburgh (EUA). A companhia tem 764 patentes registradas até dezembro de 2013 e 333 funcionários dedicados à inovação.
Mas mesmo com toda sua grandiosidade, a companhia vive um dinamismo e se depara com ideias e projetos que não necessariamente necessitam um detalhamento tão amplo como a metodologia Stage Gate pede. Assim, é chegado também o momento de buscar alternativas. “Nosso processo de inovação se consolidou em 2004 e desde então utilizamos a Stage Gate, estamos tentando customizar para projetos mais rápidos e também estamos buscando outra metodologia no mercado, que pode até ser alguma dessas ágeis. Neste momento, o estágio é de recebimento de propostas, a diretoria quer metodologias ágeis, mas que garantam baixo risco”, explicou Luciane, que falará desse case durante o 2º Fórum Global de Gerenciamento de Projetos, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 2 e 4 de setembro.

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