Clubhouse: conheça a nova rede social de conversas por áudio

Após ser usado por figuras como Elon Musk e Boninho, interesse pelo aplicativo cresceu 525% em uma semana

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6:00 pm - 08 de fevereiro de 2021
Michael J Berlin/Adobe Stock

Qualquer um que navegou pelo LinkedIn, Twitter ou outra rede social ao longo dos últimos dias dificilmente escapou das menções ao aplicativo Clubhouse.

Só entre 30 de janeiro e 06 de fevereiro, as buscas pelo app no Google cresceram 525% em relação à semana anterior, segundo dados do próprio buscador.

A curiosidade pelo app inclui brasileiros: também no Google, o interesse por “clubhouse” cresceu seis vezes em uma semana no País.

No entanto, para muitos o serviço continua sendo um mistério – algo que, em boa parte, se deve à sua exclusividade: além de estar disponível apenas para iPhone, o app ainda só pode ser acessado por quem tiver um convite.

Abaixo, tiramos todas suas dúvidas sobre o aplicativo:

O que é o Clubhouse?

Em sua essência, o Clubhouse é uma nova rede social de conversas baseadas em áudio – com exceção da foto de perfil do usuário, o app não traz nada de vídeos ou imagens.

O app permite que usuários criem suas próprias salas de bate-papo ou entrem em salas existentes, que podem ser organizadas por tema ou como espaços de discussão livres.

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Um dos truques do serviço, no entanto, está em sua moderação: salas pequenas, voltadas para grupos de amigos, podem ter o microfone liberado para todos os usuário; salas maiores, por sua vez, permitem que um usuário coordene a conversa, dando a palavra para quem pedir através de um botão de “levantar a mão”.

O limite de participantes é grande: até 5 mil pessoas simultâneas podem se conectar a um bate-papo.

As conversas no Clubhouse também não podem ser gravadas e não ficam disponíveis no aplicativo após o encerramento.

Quem está por trás do Clubhouse?

Ainda que o aplicativo esteja começando a explodir agora, o Clubhouse foi originalmente lançado em março de 2020. O serviço foi criado pela dupla Rohan Seth, ex-funcionário do Google, e Paul Davidson, empreendedor do Vale do Silício.

No site oficial do app, os fundadores afirmam que se conheceram em 2011, apresentados por um amigo em comum, e se uniram pela paixão por serviços sociais. Ao longo dos anos seguintes, experimentaram com uma série de ideias diferentes até que, em 2019, se reconectaram e começaram a trabalhar no que viraria o Clubhouse.

Segundo seus criadores, a opção por uma rede social baseada em voz vem das nuances que o formar conexões com outras pessoas exclusivamente através do áudio permite.

“Sem a câmera ligada, você não precisa se preocupar com o contato visual, ou com o que está vestindo ou com onde está. Você pode falar no Clubhouse enquanto está dobrando suas roupas, amamentando, se deslocando, trabalhando do seu sofá no porão, ou indo para uma corrida”, explicam os fundadores. “Em vez de digitar algo e clicar em Enviar, você se envolve em um diálogo de ida e volta com outras pessoas”.

Em 24 de janeiro, o app recebeu sua mais recente rodada de investimento, liderada pela companhia de investimentos Andreessen Horowitz. A avaliação da empresa não foi tornada pública, mas o site de tecnologia The Information já estima que ela esteja próxima de US$ 1 bilhão – que faria do Clubhouse um unicórnio. Em julho de 2020, a avaliação era de US$ 100 milhões.

Quem pode entrar no Clubhouse?

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Por enquanto, o Clubhouse está disponível apenas para usuários com convite. O serviço também não tem versão para Android, e só pode ser instalado em iPhones.

Quem estiver interessado, já pode baixar o aplicativo e se cadastrar em uma lista de espera. Quem já tiver um amigo de lista de contatos no app, pode ter sua entrada na rede social aprovada por essa pessoa.

Em uma postagem em seu site oficial, a empresa afirmou que já trabalha em uma versão de Android, e que deve liberá-la “em breve”. Novas opções de localização e de acessibilidade também são prometidas pela equipe.

O número total de usuários do Clubhouse ainda não é claro, mas, em 24 de janeiro, os fundadores da plataforma afirmaram que “dois milhões” de pessoas de todo o mundo se conectaram ao aplicativo para conversar.

Elon Musk, Boninho e mais

A mais recente onda de interesse pela rede social pegou carona da publicidade que Elon Musk trouxe ao Clubhouse.

No começo de fevereiro, o bilionário e fundador da Tesla teve uma conversa com Vlad Tenev, presidente-executivo do app de investimentos Robinhood, através do Clubhouse.

Naquele momento, o Robinhood estava no olho do furacão do caso envolvendo a compra de ações da GameSpot por um grupo de usuários do Reddit, que acabou dando prejuízo para fundos de Wall Street que apostaram contra a varejista do setor de videogames.

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A popularidade do caso, aliada à fama de Musk, colocou o Clubhouse no mapa para usuários de todo o mundo. Nomes como Oprah Winfrey, Drake, Virgil Abloh e Ashton Kutcher também entraram no serviço.

O Brasil teve sua própria alavanca para o app: José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, diretor do programa Big Brother Brasil, entrou no app no último sábado (06) e interagiu com usuários, respondendo perguntas sobre o programa.

Censura na China e polêmicas de moderação

Com a explosão de popularidade ao redor de todo o mundo, a China foi um dos países que também viu uma onda de novos usuários ingressando no serviço – muitos em busca de um espaço não censurado pelo governo do país. O interesse pelo Clubhouse, no entanto, logo chamou a atenção das autoridades, que bloquearam o acesso à rede social nesta segunda-feira (08).

Nos últimos dias, convites para a rede social podiam ser encontrados à venda em varejos virtuais como Idle Fish, do Alibaba. Isso aconteceu também em outras regiões do mundo, com convites disponíveis em sites como Reddit, eBay e Craigslist.

Uma das críticas frequentes em relação ao aplicativo é sobre sua moderação de seu conteúdo. No ano passado, o aplicativo sofreu com uma série de problemas envolvendo a propagação de discurso de ódio em sua plataforma.

Em outubro, a plataforma prometeu melhorias de segurança e mais opções de moderação de conteúdo para lidar com o influxo de novos usuários.

“As pessoas que os violam são advertidas, suspensas ou totalmente removidas da plataforma, dependendo da gravidade da ofensa”, afirmou a empresa à época, em referência aos termos de uso da plataforma. “Esta é uma área crítica de investimento para nós e estamos trabalhando duro para continuar a construir ferramentas e políticas que sejam robustas e que respondam pela dinâmica única de conversas de voz em tempo real e discussões em grupo.”

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