CIO da WEG: preparado para a TI de hoje e do futuro

Wandair Garcia, vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano na categoria Holdings e Grupos Empresariais, promove projetos inovadores rumo à digitalização

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10:19 pm - 27 de março de 2018

Wandair Garcia, diretor de TI da WEG, sempre trabalhou na área de tecnologia da informação. Seu ingresso no mercado foi como estagiário da cervejaria Brahma e lá ficou por dez anos, passando posteriormente pelos departamentos de programação e infraestrutura.

Em seguida, assumiu como supervisor de governança de TI na Fleischmann, até conquistar o posto de gerente de desenvolvimento de sistemas. Depois de 12 anos na empresa, surgiu o convite para liderar a gerência de TI da WEG, grupo plural, especializado na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas. De lá para cá, já passaram 19 anos de WEG, onde em 2012 abraçou a diretoria de TI.

“No início da carreira, eu era mais técnico. Mas a experiência trouxe-me muitas coisas boas. Desenvolvi uma visão estratégica. Consigo olhar além do hoje, traçar uma visão e um plano estratégico. Gosto de trabalhar com pessoas e, por isso, aprimorei minha capacidade de formar equipes. Sonhar, planejar e realizar estão também entre minhas características”, resume ele, que diz ser, acima de tudo, diretor da empresa e não apenas diretor de TI. “Dessa forma, consigo trazer a TI para ajudar efetivamente nos negócios.”

E foi alinhando TI aos negócios que Garcia desenvolveu o projeto vencedor da categoria Holdings e Grupos Empresariais do prêmio Executivo de TI do Ano, realizado pela IT Mídia em parceria com a Korn Ferry. Trata-se da Plataforma de internet das coisas (IoT) para produtos conectados, que surgiu para permitir que novos clientes de geração de energias renováveis possam monitorar e gerenciar seus sistemas com simplicidade e eficiência, independentemente do tamanho da planta geradora.

O executivo explica que há cinco anos, a WEG decidiu apostar em energia renovável tanto para residências quanto para comércios, que usa de recursos naturalmente reabastecidos. A prática sustentável é uma preocupação não só com o meio ambiente como também com o futuro dos negócios da empresa, cada vez verde.

A primeira fase dessa empreitada, naturalmente, incluiu a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências e comércios. Em seguida, a WEG decidiu contar com serviços de apoio a essa estrutura, por meio de um aplicativo para monitorar a emissão de energia solar, associado a uma solução de internet das coisas. Há ainda um site que funciona como canal de relacionamento com o consumidor e que também serve para abertura de chamados.

A combinação dessas tecnologias foi uma verdadeira virada de jogo nos negócios da WEG, acredita Garcia, além de uma grande inovação. Ele explica que no cenário tradicional de geração distribuída, muitos concorrentes da WEG ainda demandam por uma solução SCADA ou um desktop PC com um sistema de monitoração proprietária.

Essa solução, além de consumir parte da energia gerada, oferece muitas complicações, como o acesso remoto de um assistente técnico. Essa manutenção remota geralmente demanda um desktop com portal serial ou ainda conexão Etherne, pois notebooks de última geração já descontinuaram esses tipos de conexão. Outro problema comum é a necessidade de uso de um software adicional para possibilitar o acesso remoto.

Já o cenário complexo de geração consumia muitas horas na extração dos dados dos sistemas SCADA de cada complexo Eólico. Essas extrações eram necessárias para construir relatórios periódicos de monitoração, ou, ainda, analisar problemas.

“Atualmente, todos os dados estão na plataforma de IoT da WEG. Analisar e comparar dados tornaram-se tarefas muito mais simples para as equipes de operação e manutenção (O&M) e Pesquisa & Desenvolvimento (P&D)”, comemora ele.

Começando do zero

Garcia relata que a WEG tem como prática desenvolver projetos de tecnologia internamente. Mas em razão do grande desafio imposto pelo projeto, optou-se por contar com um parceiro externo. “Desde o começo, nossa premissa era aplicar o conceito de user experience para desenvolver uma interface agradável, amigável e ao mesmo tempo funcional. Com as áreas de negócios, chegamos a uma solução comum”, destaca.

O executivo aponta que o quesito tecnológico também foi um desafio. “Desde os dados gerados, como armazenar na nuvem, criar painéis para apresentar os dados, e até desenvolver app responsivo. Aprendemos muito como aplicar IoT também”, revela.

Pronta para o futuro

Garcia reconhece que o investimento em uma plataforma IoT e o uso dos dados dos diversos tipos de aplicações são vantagens competitivas da WEG. Esses dados permitem diagnósticos e ofertas proativas de troca de produto, redimensionamento ou serviços de manutenção.

“Outro ponto importante é que esses dados aumentam o conhecimento do comportamento dos produtos da empresa nas diversas aplicações. Eles permitem simulações mais precisas para projetar produtos ainda mais eficientes”, afirma, apontando que a companhia está pronta para ofertar serviços hoje e no futuro. “Em breve, teremos a possibilidade de, por meio de sensores, fazer manutenção preditiva”, aponta.

Além disso, assegura ele, o projeto também permitiu mais velocidade nas provas de conceito. “O objetivo inicial foi atender ao segmento de geração de energia solar distribuída, mas desde o princípio foram definidos mecanismos agnósticos, de forma a atender a outros segmentos e linhas de produtos WEG”, observa, citando como exemplo pequenas centrais hidroelétricas, tração elétrica, medição de energia industrial e sistemas de armazenamento de energia.

Digitalização

O diretor de TI da WEG aponta que a companhia está agora acelerando sua transformação digital. “Dessa forma, conseguimos ser eficientes, desde a venda do produto, passando por logística, cadeia de valor, até chegar na garantia de performance globalmente, embarcando serviços na TI”, adianta.

Esse novo cenário fez com que Garcia voltasse à sala de aula. “Estou cursando um máster de business innovation em manufatura avançada. É uma preparação para além do papel do CIO, o de CDO –, um profissional habilitado para o presente e o futuro, em projetos de transformação digital”, finaliza.

Finalistas da categoria Holdings e Grupos Empresariais

1º Wandair Garcia – WEG
2º Cristiane Gomes – Grupo CCR
3º Marcelo Ortega – DFS Holding – Pátria Investimentos

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