Ciência é subestimada, revela estudo

A ciência é subestimada e precisa de defensores. Essa é a conclusão de estudo realizado pela 3M sobre o tema. A pesquisa expõe que muitas pessoas não conseguem visualizar o impacto que a ciência tem em suas vidas. Por isso, quase 40% acreditam que o dia a dia não seria muito diferente se a ciência não existisse. O estudo descobriu, ainda, que quase um terço (32%) da população global que participou da pesquisa é cético em relação à ciência e 20% não confia em cientistas.

A pesquisa sobre a ciência foi realizada em 14 países de forma independente e foi encomendada pela 3M, empresa global de ciência e inovação, e conduzida pela Ipsos, companhiaglobal de pesquisa de mercado. O estudo explora a imagem da ciência em todo o mundo. Os entrevistados foram questionados sobre o seu conhecimento, compreensão e valorização da ciência, bem como questões sobre a imagem e o futuro da ciência.

Corte Brasil

O levantamento indica que os brasileiros são mais otimistas em relação à ciência e entendem o impacto do tema mais do que a maioria dos outros países do mundo, mas não veem o país com líder em avanços científicos.

Quando brasileiros escutam a palavra “Ciência”,  94% se sentem, 88% fascinados versus 12% entediados, 90% acreditam que a ciência impulsiona a inovação e 85% acreditam que o mundo é um lugar melhor graças à ciência.

Sobre expectativas sobre ciência no futuro, os brasileiros estão entusiasmados e otimistas, 66% pensam que os melhores dias da ciência ainda estão por vir, 63% estão entusiasmados com o impacto futuro da ciência na sociedade, três em cada quatro (76%) pensam que vão ver a cura do câncer em vida e metade (51%) pensa que teremos carros voadores durante a sua vida.

Brasileiros são mais propensos do que a média global a se arrepender de não prosseguir uma carreira na ciência (52% contra 46%, respectivamente).

Mais de metade (56%) sentiu-se mais entusiasmados com a ciência quando criança do que agora. No entanto, quase todos os pais brasileiros querem que seus filhos saibam mais sobre ciência.

Fora da liderança

Os brasileiros não veem seu país como um líder em avanços científicos 74% acreditam que o Brasil está ficando para trás de outros países quando se trata de avanços científicos. Além disso, 42% acreditam que o financiamento inadequado para a pesquisa científica é o maior obstáculo para os avanços científicos no futuro. Já 84% acreditam que outros países atribuem maior valor à ciência do que o Brasil.

No Brasil, astronautas e jogadores de futebol são igualmente populares. Quando perguntados se preferem jantar com o jogador Neymar ou o astronauta Marcos Pontes a resposta foi: 51% Neymar X 49% Marcos Pontes.

Traduzindo em miúdos

Para muitos, a ciência é vista como acessível apenas para “gênios”. O estudo descobriu que mais de um terço das pessoas fica intimidada pela ciência, com 36% das pessoas concordando que apenas os gênios podem ter uma carreira na ciência.

Mais trabalho precisa ser feito para suprir a lacuna de gênero na ciência. As mulheres estão menos envolvidas e interessadas na ciência do que nos homens. Elas são mais propensas do que os homens a dizer que não sabem nada sobre ciência (21% contra 15%) e significativamente tendem menos a acreditar que uma carreira em engenharia seria satisfatória (9% contra 25%). Elas, no entanto, estão mais interessadas do que os homens em medicina (20% vs. 14%) e ciências da vida (15% vs. 10%).

A ciência é apreciada mais no nível macro (nível social), do que no nível micro (dia a dia). Significativamente, mais pessoas acreditam que a ciência é muito importante para a sociedade em geral (63%) do que para a vida cotidiana (46%).

As pessoas são amplamente inconscientes sobre a ciência e impacto em suas vidas. A maioria (66%) pensa “pouco ou nunca” sobre o impacto da ciência em sua vida cotidiana.

Quase metade dos entrevistados desejaria ter seguido uma carreira na ciência. Enquanto uma pequena maioria de pessoas (54%) não se arrepende de prosseguir uma carreira não científica, quase metade queria ter escolhido uma carreira em ciência (46%).

Os céticos e os apoiadores da ciência estão alinhados quando se trata de seus filhos e da próxima geração. Quando se trata da próxima geração, tanto os céticos quanto os não-céticos estão surpreendentemente alinhados: 82% encorajariam as crianças a prosseguir uma carreira científica e 92% dos pais querem que seus filhos saibam mais sobre ciência; ao mesmo tempo, 33% pensam que os alunos precisam de uma melhor compreensão de como a ciência melhora o mundo para inspirá-los a prosseguir uma carreira nesta área.

Otimismo para o futuro da ciência

Apesar do ceticismo e baixo entendimento generalizado sobre ciência, a expectativa sobre o futuro dos avanços científicos é alta. Quando perguntados sobre o que acreditam que a ciência alcançará ainda durante a vida deles, as principais respostas incluíram robôs em todos os locais de trabalho (64%) e em cada casa (55%), além de carros voadores (51%). Também há expectativas de ver antes de morrer a vida submarina (41%) e habitar Marte (35%).

Em geral, o estudo descobriu que os países emergentes são mais otimistas sobre os avanços científicos futuros do que os entrevistados de países desenvolvidos. Os países emergentes são muito mais propensos a pensar que os carros voadores (58% nos emergentes vs. 43% nos desenvolvidos) e o controle do clima (43% contra 22%) seriam possíveis ainda durante a vida deles.

Olhando para problemas sociais, as pessoas estão se voltando para a ciência em busca de soluções, particularmente em torno de energia e prevenção de doenças. Globalmente, as pessoas têm uma visão otimista de que a ciência pode resolver desafios relacionados à disponibilidade de energia renovável com um preço acessível (75%) e fornecimento de energia (74%). As pessoas também acreditam na ciência para resolver os desafios relacionados ao tratamento de doenças (75%) e de água limpa e saneamento (73%).

“Grandes avanços científicos são fruto de múltiplas descobertas ao longo dos anos de trabalho”, esclarece Banovetz, diretor global de tecnologia da 3M. “Se os estudantes pensam que apenas os gênios podem ter uma carreira na ciência e as pessoas permanecem indiferentes à ciência, como podemos prosperar como sociedade e continuar inovando? Para garantir um futuro melhor, precisamos estar atentos para ajudar as pessoas a entender todas as incríveis oportunidades e inovações que a ciência nos trouxe, bem como a dedicação, disciplina e investimento necessários para alcançar esses resultados.”

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