CEO da Movile dá previsões sobre como será a tecnologia nos próximos anos

Durante o Tech Summit, evento online da Movile, CEO fala sobre o futuro da tecnologia pós-pandemia

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7:39 pm - 25 de maio de 2020

Na abertura da 2ª edição do Tech Summit, desta vez 100% online, Patrick Hruby falou sobre o ecossistema de empresas de tecnologia durante a pandemia e deu previsões sobre o que acredita para o pós-coronavírus. “A importância (do evento) é fortalecer nossa comunidade de tecnologia, ainda mais nesse momento”, diz.

Patrick está na Movile há cerca de seis meses, e há dois ocupa o cargo de CEO. Em sua carreira, o executivo passou por grandes companhias do Vale do Silício, como Facebook e Google. “Nosso ecossistema está em franca ascensão e acredito que empresas brasileiras vão assumir em breve o patamar de empresas globais de tecnologia”, diz.

Há pouco mais de uma década foi lançado o primeiro smartphone do mundo. Com o maior acesso à internet e mais democratização do uso, os negócios precisaram se reinventar. Desde então, a demanda por mudanças vem acontecendo de forma exponencial. “Vimos, desde lá, a proliferação de negócios online e reação dos negócios offiline para manter seus negócios. Houve disrupção de setores tradicionais analógicos por negócios a que conectam a oferta offline com o consumidor online”, diz.

Tendências

Nos últimos meses, especialmente, a transformação dos negócios tem acontecido de forma ainda mais acelerada. Além de outra coisas, a pandemia de coronavírus está transformando as relações de consumo e trabalho. Para Patrick, essa aceleração na transformação digital da sociedade traz tendências tecnológicas que devem entrar no radar de todas as empresas, para se manterem competitivas e se adequarem aos novos tempos.

O CEO afirma que a grande tendência que vai marcar essa década é inteligência artificial. “Estados Unidos e China são os países que mais investem nisso. Ainda estamos muito atrasados em comparação a eles mas, mesmo assim, já é uma realidade que impacta a vida dos brasileiros”.

Ao citar exemplos sobre como a inteligência artificial impacta no dia a dia das pessoas, ele fala sobre a experiência do usuário na Netflix, Instagram e Spotify. “Isso é a hiperpersonalização, que individualiza o uso da plataforma para cada um dos usuários. Isso é uma tendência forte para o Brasil e o mundo. Se você não está usando inteligência artificial como uma alavanca para o seu negócio, isso é algo para você se preocupar e remediar imediatamente”, alerta.

Investimento

Para Patrick, a pandemia pode frear a velocidade com que aportes vinham sendo realizados em startups brasileiras, mas os investimentos continuarão acontecendo. “Depois do Vale do Silício, essa tendência de aportar em startups foi para a China, que é muito forte em investimento neste mercado. Nos últimos poucos anos, a Índia cresceu bastante em tecnologia e em investimentos. Finalmente, o Brasil está ganhando uma tração maior com isso.”

Em 2019, foram investidos cerca de US$2,7 bilhões em startups brasileiras. O valor representa um crescimento de 80% em relação a 2018, quando o valor aportado foi de US$1,5 bilhão. Sem a pandemia, a tendência era que em 2020 estes números continuassem em crescimento.

“Os investimentos vão continuar depois da COVID-19, mas de uma forma diferente. Esse ciclo de investimento em startups tendem a acontecer: há tempos em que o dinheiro começa a fluir e, quando a bolha estoura, o que sobra são as empresas mais sólidas”, diz Patrick.

Ele acredita que, assim como em outras grandes crises, desta também sairão grandes companhias de tecnologia, como foi o caso do Google no início do século XI e Uber e Airbnb, durante os anos de 2008 e 2009. “Nesses últimos 20 anos da tecnologia, grandes empresas foram lançadas em períodos de turbulência. Teremos grandes empresas nascendo nesse momento. É uma tendência grande que eu acredito.”

Assumir protagonismo

O CEO da Movile acredita que, acompanhando as novas relações entre consumidor e marca, uma grande mudança que ocorrerá no “novo normal” é a forma como as empresas vão operar. “Não é só o que fazemos, mas como fazemos”, diz. A partir de agora, ele acredita que os consumidores tendem a, ainda mais, privilegiar empresas que levantem a bandeira da sustentabilidade e gerem menos lixo.

Diversidade também é algo que será ainda mais crucial para os consumidores. “Nossa meta é ter uma força de trabalho que tenha mais diversidade. Se queremos resolver problemas da sociedade, nossa mão de obra tem que representar essa sociedade, especialmente na questão racial. Além disso, visamos aumentar a liderança feminina na companhia”, completa.

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