“Quando observo algo como o que aconteceu com a Apple, tenho emoções misturadas”, afirmou Ted Ross, CIO para a cidade de Los Angeles, em entrevista ao Wall Street Journal. O executivo conta que, por diversas vezes, recebe pedidos como esses sobre cidadãos da cidade, com respaldo do Public Records Act – o que entra em conflito com os direitos de privacidade de usuários.
Geralmente, em casos judiciais, os pedidos são atendidos e as informações são fornecidas. Mas ele ressalta que o acesso é controlado e as informações editadas.
Se estivesse na mesma situação que a Apple, Jig Patel, CIO do UMB Financial Corp, uma empresa de serviços financeiros com sede em Kansas City, afirmou que, com certeza, faria uma revisão de leis federais sobre privacidade antes de entregar qualquer dado – inclusive solicitando mandatos para tal procedimento.
A briga da Apple versus FBI, para ele, é uma questão complexa que irá levantar precedentes para o que poderá ou não ser feito no longo prazo. O desenrolar do caso irá alcançar também gestores de tecnologia, com reflexos em como os dados confidenciais serão protegidos em toda a extensão da TI.
O ponto crítico para Neil MacDonald, vice-presidente de pesquisa do Gartner, no entanto, é com relação a implementação de backdoors.
Ele afirma que qualquer método legítimo pode ser mal utilizado por cibercriminosos. A lógica de que um backdoor ou uma criptografia fraca para acesso de informações como um processo legal é falha, observa, porque “os maus agentes, por definição, não ligam para as leis e, portanto, vão usar as mesmas backdoors a seu favor”, disse ele, em entrevista ao WSJ. “[Backdoors] são uma porta, e cibercriminosos irão encontrar uma maneira de abri-la.”