Bunge e Target lançam logtech Vector

Em um ano de operação na Bunge, a plataforma Vector permitiu a digitalização de 97% dos fretes transportados pela empresa no modal rodoviário

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9:01 pm - 06 de maio de 2021
Vector

A gigante global de alimentos e agronegócio Bunge anunciou nesta quinta-feira (6) uma parceria com a provedora de soluções de logística Target para o lançamento da plataforma Vector, startup de frete digital que oferecerá serviços de logística no Brasil. O aplicativo já é utilizado nas operações da Bunge no país desde o ano passado.

Agora, a Vector se torna uma empresa independente e passa oferecer os serviços de logística para outros embarcadores. O serviço promete aumento de produtividade a motoristas a partir do mapeamento de corredores e fluxos logísticos. Isso permite otimizar operações, diminuir tempos ociosos para os caminhoneiros e reduzir custos logísticos para os embarcadores.

A plataforma se integra ao sistema operacional do embarcador, conectando-se com locais de carga e descarga, o que possibilita o agendamento do frete e a distribuição de documentos de transporte. Uma vez que o caminhoneiro faz o aceite do frete no aplicativo, a ordem de carregamento é emitida digitalmente, eliminando contato entre as partes e etapas presenciais.

Leia mais: Brasil possui 283 startups do setor de logística, segundo estudo

Segundo a Bunge, a Vector possibilitou a digitalização de todo o processo de contratação de fretes da companhia, que movimenta cerca de 25 milhões de toneladas de grãos anualmente no Brasil. Os volumes contratados via aplicativo correspondem a 97% do que é transportado pela empresa no modal rodoviário. Em um ano, a ferramenta atingiu 57,5 mil downloads e 48 mil caminhoneiros cadastrados, além de apoiar 557 mil viagens e o pagamento de R$ 2,6 bilhões em fretes.

Para Makoto Yokoo, diretor de Logística da Bunge, a combinação do conhecimento em movimentação de commodities em escala com a agilidade e capacidade de resposta da Target possibilitou o sucesso do aplicativo Vector.  Já Javier Maciel, CEO da Vector, acrescenta que a ferramenta não apenas cria colaboração eficiente entre companhias e motoristas, mas também melhora a qualidade de vida e a renda do caminhoneiro.

A estrutura societária da Vector permite a entrada de outros embarcadores como sócios. A companhia também planeja oferecer a motoristas autônomos e pequenos transportadores o acesso a produtos automotivos, serviços de manutenção e serviços financeiros, como financiamento e seguros.

A escalada das logtechs

A transformação digital de um setor estratégico para as áreas de negócio, como o logístico, ocorre em ritmo acelerado no país, viabilizando a automação de etapas logísticas e a redução de custos para equilibrar margens.

O Brasil possui 283 startups do setor de logística, conhecidas como “logtechs”, segundo levantamento recente da Distrito. Destas, 50% foram fundadas entre 2015 e 2020. Mesmo com o cenário de crise imposto pela pandemia, a área atraiu US$ 187,6 milhões em aportes entre janeiro e setembro do ano passado.

De acordo com o estudo, as 10 maiores startups do setor são iFood, Loggi, Mandaê, Clique Retire, FreteBras, DeliveryCenter, Modern Logistics, Cobli, Truck Pad e CargoX. Esta última é uma das grandes promessas brasileiras de se tornar unicórnio em 2021. Conhecida como o “Uber dos caminhões”, a Cargo X recebeu aportes de R$ 430 milhões (abril/2020) e R$ 15 milhões (junho/2020) e apresentou um salto de 18% em seu faturamento em 2020.

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