Brasileiros confiam mais em robôs do que em humanos no trabalho

68% afirmam "às vezes dispostos" ou "sempre dispostos" abrir mão da própria privacidade pelos benefícios da tecnologia.

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3:52 pm - 21 de outubro de 2019
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O estudo anual AI at Work, realizado pela Oracle e a Future Workplace, aponta que as pessoas confiam mais em robôs do que em seus gerentes. Sobre o Brasil, é indicado que os funcionários se mostram entusiasmados com a adoção de sistemas inteligentes.

O estudo foi feito em 10 países com 8.730 empregados e gerentes e líderes de RH. No Brasil, 450 profissionais foram ouvidos, sendo 150 funcionários e 300 líderes e gerentes de Recursos Humanos.

O brasileiro, segundo o estudo, se mostra mais acolhedor com a adoção da Inteligência Artificial. Dos entrevistados, 78% afirmaram confiar mais em um robô do que no próprio gerente. A média mundial é de 64% no nível de confiança.

Dentre os países que mais confiam na tecnologia em relação aos humanos, Índia vem em primeiro (89%) e China em segundo (88%).

Sobre o otimismo com a IA, o Brasil é o país mais entusiasmado (72%) contra uma média global (43%) em níveis razoáveis. Para 84% das empresas brasileiras, já é uma realidade procurar empregar pessoas com habilidades relacionadas a IA, por exemplo. É apontado, também, que a América do Norte é a região onde as organizações maiores demoram mais tempo para dotar tecnologias emergentes.

Um dado relativamente alarmante fala sobre a privacidade do trabalhador brasileiro. 68% afirmam “às vezes dispostos” ou “sempre dispostos” abrir mão da própria privacidade pelos benefícios da tecnologia.

Na relação gerente x empregado, 38% dos trabalhadores que responderam a pesquisa acham que os robôs substituirão os seus gerentes no futuro.

Robôs melhores que gerentes

O AI at Work ainda aponta que 82% das pessoas acreditam que robôs podem executar o trabalho melhor do que seus gerentes. Fica nítida, assim, a forma como a adoção da IA tem impactado na maneira como os funcionários interagem com seus superiores.

Dos entrevistados, 26% acreditam que os robôs são mais imparciais na hora de fornecer informações; 34% acreditam que sejam melhores em manter horários de trabalho; 29% acreditam que resolvem melhor os problemas; 26% que podem gerenciar melhor um orçamento.

Do outro lado, 45% acreditam que os gerentes humanos entendem melhor seus sentimentos; 33% que podem treiná-los da melhor forma; 29% que criam uma cultura de trabalho.

Emily He, vice-presidente sênior do Grupo de Negócios em Nuvem de Gerenciamento de Capital Humano da Oracle, fala sobre os impactos da relação da tecnologia no trabalho humano. Para ela, os avanços em inteligência artificial “estão rapidamente atingindo o mercado de trabalho, resultando em uma grande mudança na maneira como as pessoas em todo o mundo interagem com a tecnologia.”

Sobre o estudo, Emily indica que “o relacionamento entre humanos e máquinas está sendo redefinido no trabalho, e não há uma abordagem única para o gerenciamento bem-sucedido dessa mudança.”

Ela explica ainda que “as organizações precisam formar uma parceria com o RH para personalizar a abordagem de implementação da IA no trabalho, a fim de atender às expectativas de mudança de suas equipes em todo o mundo”.

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