Brasil precisa inovar, sentencia ministro Aldo Rebelo
“Precisamos desesperadamente inovar“, sentenciou o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, durante aula inaugural no Instituto Militar de Engenharia (IME), na última sexta-feira (6/2) no Rio de Janeiro.
Segundo Rebelo, ampliar a soberania científica e tecnológica, elevar o padrão de vida material e espiritual da população e aumentar os horizontes da democracia no País são três desafios permanentes que as disciplinas da C,T&I têm em solo nacional.
“O papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação é liderar politicamente o esforço – junto ao governo, ao Congresso Nacional, às empresas, aos movimentos sindicais – de valorizar socialmente e institucionalmente a agenda de CT&I”, afirmou.
E a inovação, diz, é decisiva para o futuro do Brasil. De acordo com o ministro, o dinamismo do Brasil depende hoje da agricultura, da pecuária e da mineração, que contribuem para que o País ocupe a sétima ou oitava posição na economia mundial. “Temos de louvar esses setores”, disse, destacando que a agricultura, por exemplo, só evoluiu graças à inovação.
Por outro lado, Aldo salientou que essa posição econômica do Brasil no mundo não é sustentável nos médio e longo prazos, porque nos quesitos ciência, tecnologia e, principalmente, inovação, o País ocupa posições desvantajosas nos principais rankings mundiais.
O ministro recorreu ao déficit de US$ 90 bilhões na conta de transações correntes (TC) do Brasil em 2014, para mostrar como CT&I podem influir nesses valores. Do total, cerca de US$ 88 bilhões correspondem ao déficit nas contas de serviços e de renda, compostas por itens como aluguel de máquinas e equipamentos, computação, informação e pagamentos de royalties e licenças para produção de bens e serviços patenteados. “Esse registro mostra como nós pagamos um preço elevado quando não inovamos”, afirmou.
Aldo destacou que é preciso sensibilizar empresas nacionais para o esforço de investir em CT&I. “Temos um sistema qualificado de pesquisas, bons institutos, bons pesquisadores, recursos públicos”, disse. “Podemos fazer satélites, foguetes, fechamos o ciclo do urânio”, completou.