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Brasil está sem confiança e estagnado em avanços digitais

Entre 63 países, o Brasil está em 57º lugar quando falamos de avanços digitais e transformação pela tecnologia. O ranking global de Competitividade Digital é realizado pelo Núcleo de Competitividade Global do IMD em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).

Os indicadores relacionados a tecnologias digitais visam a transformação econômica nos negócios, governos e sociedade em geral. Assim, o Núcleo de Competitividade Global examina os seguintes fatores:

1) Conhecimento: a capacidade de entender e aprender novas tecnologias;

2) Tecnologia: a competência para desenvolver novas inovações digitais;

3) Prontidão Futura: a preparação para os desenvolvimentos no futuro;

4) Robô industrial: que mede o número total de robôs em operação;

5) Robôs para educação usados em todo o mundo.

As duas últimas variáveis são uma novidade na análise deste ano. No último dos casos, os dados foram fornecidos pela Federação Internacional de Robótica.

Nos três anos de divulgação do relatório, a média do Brasil sempre esteve entre as economias com piores avaliações. Em 2017, ocupávamos a 55ª; em 2018 e 2019, estamos estagnados no 57º lugar.

No subfator “talentos”, onde é avaliada a qualidade da mão de obra de uma nação, ocupamos a 61ª posição. O quesito também é composto por outros indicadores:

  • Habilidades tecnológicas e digitais: 62ª posição;
  • Qualidade da gestão das cidades: 60º lugar;
  • Experiência internacional dos gestores públicos e privados: 58º lugar.

O professor Arturo Bris, diretor do Núcleo de Competitividade do IMD, avalia o desempenho das nações. Segundo ele, “empresas e sociedades que evoluem rapidamente se correlacionam fortemente com o ranking”.

Bris ainda afirma que “o conhecimento também é um fator de extrema importância para o desempenho digital de diferentes economias”.

“Perda de confiança no país”

O desempenho das nações também é avaliado a partir de dados de opinião de representantes da comunidade empresarial, unidos a dados estatísticos de países e organizações internacionais.

No Brasil, comparando os resultados atuais com os de 2018, a opinião dos entrevistados se manteve praticamente estável, ainda que estejamos num governo diferente, avalia Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.

Segundo Arruda, “a pesquisa traz uma perda de confiança no país, em sua capacidade para financiar e apoiar a inovação e adoção de tecnologias digitais”.

O fator “tecnologia” analisa a competência do desenvolvimento de inovações digitais; neste, estamos na 57ª posição. Na primeira avaliação do relatório, o país configurava no 54º lugar, ou seja, regredimos.

Educação e futuro

O CEO do Movimento Brasil Digital, Thiago Camargo, indica que a iniciativa privada tem atuado para reduzir a questão da escassez de mão de obra qualificada.

Mais recentemente, o Movimento anunciou o portal Brasil Mais Digital. Ele oferece cursos gratuitos, para todos os níveis de preparação, com foco em suprimir esta questão.

Camargo explica que os cursos oferecidos “visam preparar a sociedade para as profissões do futuro de forma humanizada, gerando ocupações qualificadas”.

O último fator do ranking mede a capacidade do país em aproveitar o futuro. A ideia, deste, é entender o quão preparado está um país para o desenvolvimento tecnológico. Somos o 43º colocado.

Apesar de parecer um ranking ainda longe do que poderíamos considerar bem desenvolvido, este é o melhor resultado do Brasil desde 2017, quando o relatório começou a ser divulgado.

São levados em considerações subfatores como “atitudes adaptativas”, “agilidade dos negócios” e “interação das tecnologias de informação”.

Camargo diz que, apesar da iniciativa privada se mostrar disposta a melhorar a competitividade digital, é preciso que o governo tenha atuação mais forte.

Hoje, como explica, somos o país que mais investe em software na América Latina e um dos 10 países que mais investe em TI no mundo. Porém, “o esforço privado precisa ser acompanhado de políticas públicas mais favoráveis para formação de mão de obra e de um ambiente regulatório tributário”.

O mundo inovador

Da América Latina, apenas México e Colômbia avançaram no ranking deste ano. A primeira posição é ocupada, mais uma vez, pelos Estados Unidos. O Top 5 fica desta forma no relatório de 2019: 1) EUA; 2) Cingapura; 3) Suécia; 4) Dinamarca; 5) Suíça.

Dos dez primeiros, Holanda (6º), Hong Kong (8º) e Coreia do Sul (10º) subiram posições. A Noruega caiu para 9º e o Canadá caiu para a 11ª posição. Taiwan e China subiram para 13º e 22º lugares, respectivamente.

Estes países listados acima tiveram um progresso significante na infraestrutura tecnológica e na agilidade de seus negócios.

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