“O Brasil não está conseguindo se engajar na economia digital”, sentenciou sem meias palavras Marcia Ogawa, sócia para as indústria de tecnologia, mídia e telecomunicações da Deloitte, na palestra de encerramento do palco Nação Digital do IT Forum Expo. Segundo ela, se continuarmos com investimentos e políticas públicas tão escassas, a distância que separa o País dos líderes tecnológicos globais só tende a aumentar.
Segundo a analista de mercado, em um trabalho recente feito pela Deloitte para o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), existe uma relação entre o Produto Interno Bruto de um país e a conectividade nele disponível. Os países desenvolvidos, com conectividade maior, aparecem no bloco dos frontrunners, ou seja, que criam tecnologias.
O Brasil, por sua vez, está entre os adopters, ou seja, que adotam novas tecnologias disruptivas, mas não as criam. O Brasil, na 43º posição do ranking de conectividade, não está exatamente mal posicionado considerando a sua enorme extensão geográfica, mas preocupa a distância crescente em relação aos frontrunners, que não para de aumentar.
Outro agravante é que a transferência de conhecimento dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento não acontece mais como no passado. Enquanto as políticas industriais brasileiras ainda se baseiam em máquinas e matérias primas básicas, a economia digital se vale de conectividade, mão-de-obra sofisticada e dados.
O único país emergente que fez o “dever de casa” foi a China, que apesar da forte atuação industrial fez os investimentos necessários em educação, tecnologia e infraestrutura nas últimas décadas. Além de desenvolver a economia no modelo industrial tradicional, em paralelo tornou-se digital.
“Para o Brasil crescer e entrar de fato na economia digital temos um dilema pela frente: investir ainda mais em infraestrutura”, disse a executiva. Os pilares desse investimento devem ser educação, um ambiente mais competitivo para negócios (com menos impostos, menos burocracia e regulação “mais leve”) e tecnologia e comunicações (atração de investimentos externos e maior competitividade do setor).
Uma revolução próxima, destacou Ogawa, é a nova geração de redes de dados móveis. O 5G, como é chamado, permitirá uma conectividade massiva de coisas (IoT) que não era possível no 4G. Este novo cenário vai impactar fortemente as empresas ao conectar ativos e possibilitar novos modelos de negócio.
“A economia digital, que também passa pelo 5G, vai dar oportunidades para novos parceiros e entrantes, telcos e não-telcos. Essa relação de empresas conectadas, com carros autônomos, telemetria em saúde, educação remota etc. É importante o papel do governo para criar essa infraestrutura”, disse a ehttps://itforum.com.br/wp-content/uploads/2018/07/shutterstock_528397474.webpsa.
A regulação nesse contexto, salientou, precisa ajudar a criação da estrutura 5G, e, não punir as empresas ou obter dinheiro por meio de impostos. Segundo ela, leilões de espectro de frequência já estão nos planos da Anatel e a sinalização do governo federal, ao menos neste momento, é bastante positiva.
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