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BMC trabalha para mostrar ao mercado que é uma empresa digital

Mudanças são necessárias, mas sempre vêm acompanhadas de desafios, principalmente quando se fala de multinacionais que mexem em portfólio, visão e posicionamento. Diversas companhias passaram por isso ao longo das últimas décadas, algumas com bastante sucesso, outras nem tanto. No momento, uma das que está com essa missão em mãos é a BMC Software. Nos últimos dois anos, desde o fechamento de capital, a companhia vem num processo de transformação interno, mexendo com produtos, estratégia, visão, posicionamento, processos internos, forma de trabalho de funcionários e abordagem com clientes. Passada a fase mais crítica, o esforço agora está em comunicar ao mercado e mostrar que a fabricante vai muito além do mainframe e de automatização de processos.

Em conversa com jornalistas durante o BMC Engage, evento que a companhia promove para clientes e parceiros para mostrar novidades e posicionamento, em Las Vegas (EUA), o CEO e chairman da empresa Bob Beauchamp, mostrou uma visão clara e prática das coisas. Reconheceu o desafio que tem em mãos, mas ressaltou que a empresa já tem feito um trabalho forte e prova disse é o crescimento em novos clientes e em produtos adicionados ou transformados no portfólio. “Mainframe é importante, mas hoje representa 25% do nosso negócio”, reforçou, ao completar: “É muito fácil investir em nossa marca. Modernizamos produtos e levamos isso para clientes de forma que eles nos olhem e digam: nós acreditamos em vocês. Em nossos  briefing centers, que são abertos aos clientes, eles têm essa percepção completa do que a empresa realmente é. Quando você olha nossos principais competidores, o que eles são é uma figura do que éramos em 2011.”

Como parte da estratégia, até para ser mais agressivo na comunicação, a fabricante mudou a liderança de marketing em 2014 e, desde então, trabalha numa estratégia muito mais no sentido de produzir contatos diretos com os clientes, no que ele chama de high touch, do que fazer mídia de massa ou ações que não tragam esse objetivo. “Somos focamos em atingir os clientes diretamente, ter conversas face a face com os grandes. Um CIO de um grande banco não vai comprar olhando um comercial nosso na TV ou uma publicidade na revista, estamos focados em construir relacionamento com esses clientes”, pontuou.

A maneira direta como se expressa, mostrando que as coisas rodam de maneira mais simples internamente, o executivo credita ao fechamento de capital. Ele conta que, desde a 2013, as decisões são tomadas com mais facilidade, só assim, afirma, foi possível direcionar uma verba maior para pesquisa e desenvolvimento. “Foi a melhor coisa que poderia acontecer. Nos tornamos mas ágeis e temos a liberdade de investir no futuro, em p&D, por exemplo, sem ter que explicar o porquê. Quando você precisa passar por mudanças como nós passamos, o melhor modelo é o privado por essa liberdade de ação”, avalia. “Temos muito por fazer, mas não conheço nenhuma outra empresa que tenha feito o que fizemos e com toda essa visão centrada no cliente”, completou, ao alfinetar a concorrência.

Também presente na conversa, o vice-presidente de marketing e vendas da empresa Paul Appleby, reforçou o fato de que a transformação pelo qual a BMC vem passando extrapolou os limites da empresa e tem mudado a maneira como eles lidam com os clientes. De acordo com o executivo, a companhia tem se preocupado em coletar as percepções de clientes e do mercado de maneira e entregar a mensagem correta e mostrar o que eles construíram no período. “Atuamos em frentes para mostrar o que realmente fazemos e não apenas o que temos a oferecer, apresentando exemplos práticos de como transformamos as empresas de nossos clientes em negócios digitais.”

O VP de vendas, assim como o CEO e chairman, entende que o que a empresa produziu em termos de portfólio traz muita inovação. No campo de automação de workload, por exemplo, eles pegam carona no que muitas consultorias têm vendido de que a transformação digital é uma grande oportunidade para revisitar os processos corporativos e que, a partir disso, uma instituição pode dar saltos, seja digitalizando seu negócio ou mesmo criando novos modelos a partir do que foi descoberto nesse redesenho. A solução Control-M, um dos produtos de maior sucesso da BMC, por exemplo, ganha na versão mais recente até automação de APIs, que são essenciais numa economia digital. No entendimento da fabricante, a plataforma aborda três pontos chaves (ou layers) do processo de digitalização: infraestrutura, dados e aplicações.

Quando se olha o lado da automação e gerenciamento de nuvem, eles entendem que o sucesso está no fato de a plataforma deles não terem ligação direta com nenhum fabricante de hardware, como tem a VMware com EMC e Dell, ainda que utilizem sistemas abertos e modelos como OpenStack. Hoje, mais que preocupados em ajudar o cliente a formar sua nuvem privada, a BMC quer que ele tenha a facilidade e a segurança de utilizar a nuvem pública, permitindo também a orquestração de múltiplos provedores.

“Existem desenvolvedores criando aplicações e as levam para Amazon sem avisar o CIO. Eles estão colocando dados críticos por lá sem compliance necessário? E a vulnerabilidade desses ambientes?”, questionou o presidente da unidade de gerenciamento de nuvem e automação de data center Bill Berutti, em conversa com o IT Forum 365. “Com o Cloud Lifecycle Management é possível gerir a nuvem híbrida. Com uma mesma interface pode-se provisionar em nuvens publicas como Google, Azure ou AWS e ao mesmo tempo gerenciar o ambiente privado. Desenvolvedores e áreas de negócio querem coisas fáceis e não podem esperar semanas ou meses para configuração de um ambiente; a nuvem pública oferece isso. O que temos é uma maneira de entregar isso, mas com certo controle.” Tal implantação ajudaria na manutenção das políticas de governança, bem como na prevenção do temido shadow IT.

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